sexta-feira, maio 29, 2015

Diálogo com um cristão evolucionista

Convergências e divergências
Mantive recentemente um diálogo inbox com um jovem que se declara “evolucionista teísta”. O resultado (com a omissão do nome dele, evidentemente) você pode conferir abaixo:

Fulano: Cara, é por causa de “cristãos” como você que o cristianismo tem sido duramente criticado pelos círculos de intelectuais, não só aqui no Brasil como no mundo. Mesmo aceitando a evolução, jamais deixei de ser cristão, de ir à igreja, de crer na Bíblia, pois não vejo um conflito real entre a ciência e a fé. E, diferente do que vocês criacionistas fazem, não preciso “adaptar” a ciência para encaixar com a fé. Aceito a ciência como ela é. E ela em hipótese alguma contradiz minha fé. Tem muita gente por aí que diz que se você não crer que o mundo foi criado em seis dias você não é um “cristão bíblico”, um crente verdadeiro, etc. – seja o que for que isso signifique. Isso é uma tremenda bobagem! Você pode, sim, viver no século 21 e ser um cristão, sem cometer suicídio intelectual.

Michelson: Amigo Fulano, antes de mais nada, por favor leia isto (clique aqui). Chamar de bobagem a crença dos outros também depõe contra seu cristianismo, já que Cristo nos ensina a ser respeitosos.

Fulano: Já vi seu site umas mil vezes. Pelo fato de acreditar que uma mulher foi “inspirada” por Deus, e pelo de acreditar nas suas sandices, é natural que você rejeite a realidade. Uma coisa eu posso te garantir: nenhum dos apologistas de que você e sua trupe faz uso aceita o criacionismo. Vocês tem feito um desserviço ao cristianismo. Falar de criacionismo da Terra jovem é como dar um tiro no próprio pé dentro da apologética. O problema é que a maioria dessas defesas do criacionismo e ataques à evolução teísta usam de alguns artifícios que me deixam indignado. São eles: Ciência-lixo: argumentos como o da poeira lunar, força do campo magnético e bobagens desse tipo. Lógica-lixo: argumentos do tipo “não pode ser...”, argumentos “straw-men” (ou homem-pauzinho), simplificações grosseiras e todas as outras falácias de lógica que você pode imaginar. Teologia-lixo: “Creia no que eu creio, senão você não é realmente um cristão.”

Michelson: Amigo, não estamos aqui para evitar tiros no pé, mas para ser fiéis à Palavra de Deus (até porque muitos mártires deram a vida por isso). Lembre-se de que Jesus, Paulo e outros foram criacionistas que atestaram a historicidade do relato da criação em seis dias e de Adão e Eva. De minha parte, nunca disse que por alguém não crer no criacionismo isso faz dele menos cristão. Sempre apoiei e apoio o ministério de apologistas como William Craig, Plantinga, Strobell e outros. O cristianismo me ensinou a ser tolerante. E, assim como você, também amo a verdadeira ciência (galileana, experimental, empírica). Assim como também amo a boa teologia. Corretamente compreendidas, a boa teologia e a boa ciência estão de acordo.

Fulano: Gostaria muito que o que você diz fosse realmente verdade, mas no fundo sabemos que não é.

Michelson: “No fundo sabemos”, não! Eu bem sei em Quem e no que eu creio. Você acha que Jesus e Paulo estavam errados?

Fulano: Deixo que os verdadeiros especialistas respondam a isso. N. T. Wright, Alister McGrath e outros teólogos falam sobre a forma como Paulo via Adão. Mas é obvio que você irá rejeitar as observações desses especialistas, porque vai de encontro ao que sua profetiza disse a respeito. Uma mulher sem nenhuma formação acadêmica.

Michelson: Sinceramente, não preciso de Ellen White para defender a visão criacionista que esposo. Aliás, não são apenas os adventistas que defendem esse ponto de vista.

Fulano: Sim, os pentecostais também, kkkkkkkk.

Michelson: Infelizmente, sua visão é preconcebida e preconceituosa. O fato de Ellen White não ter tido formação acadêmica não a descredencia, assim como não descredenciaria Paulo, Isaías, João Batista...

Fulano: Mas católicos, anglicanos, boa parte dos reformados, incluindo presbiterianos, metodistas, etc. rejeitam uma visão literal do Gênesis. Mas esse é outro assunto...

Michelson: Não são apenas os pentecostais. Conheço acadêmicos da Mackenzie e batistas como o Dr. Marcos Eberlin.

Fulano: Marcos Eberlin? Adauto? Que pena que os profetas não ensinaram ciência, por isso não preciso tomar o relato de Gênesis literalmente.

Michelson: Non sequitur...

Fulano: Interessante que até o Behe em seu livro Darwin’s Black Box não nega a evolução

Michelson: Sim, Behe é católico e, por consequência, adota (talvez sem saber) uma teologia liberal, assim como você.

Fulano: E vocês chegam ao cumulo de negá-la. Negam uma Terra antiga e outros consensos científicos.

Michelson: No fundo, meu amigo, é tudo uma questão de cosmovisão e de base teológica. Há boas pessoas defendendo a teologia liberal e boas pessoas defendendo o método gramático histórico.

Fulano: É engraçado, porque quando Dawkins e os demais criticam o cristianismo, ele critica um estereótipo da religião. Vocês xiitas fundamentalistas.

Michelson: Gostaria de entender qual a consistência lógica desta sua afirmação: “Que pena que os profetas não ensinaram ciência, por isso não preciso tomar o relato de Gênesis literalmente.” Dawkins? Tem certeza de que ele faz isso? Você já leu Deus, Um Delírio?

Fulano: Eles [os profetas] não se preocuparam e nos transmitir um relato cientifico das origens. Mas o ponto central é que Deus criou todas as coisas. A forma, ou seja, o método dependia da cosmovisão da época.

Michelson: Você deveria estudar mais a Bíblia e sua coerência interna. Quanto a Dawkins, ele procura “detonar” o Deus da Bíblia, o mesmo Deus em quem você diz crer. O foco dele não são apenas os “fundamentalistas”.

Fulano: Rapaz, tenho livros ótimos de teologia. E o foco principal de Dawkins são, sim, os fundamentalistas.

Michelson: Então os leia, mas não apenas os que concordam com sua visão.

Fulano: Ele tacha vocês de inimigos da razão, justamente por negarem a evolução biológica e, consequentemente, uma Terra antiga.

Michelson: “O deus do Antigo Testamento é provavelmente o personagem mais desagradável de toda a ficção: ciumento e orgulhoso disso; um maníaco por controle, miserável e injusto; um abusador vingativo, eugenista sedento por sangue, misógino, homofóbico, racista, infanticida, genocida, filicida, pestilento, megalomaníaco, sadomasoquista e caprichosamente malévolo” (Dawkins). Acho que você ainda crê no Antigo Testamento, né?

Fulano: Sim, e sei bem quais são as críticas do Dawkins.

Michelson: Amigo, criacionistas não negam necessariamente a Terra (inorgânica) antiga. Mas afirmam que a vida na Terra remonta a seis, sete, dez mil anos. E não negamos a “evolução biológica”, desde que o termo “evolução” seja bem compreendido. Trata-se da hipótese macroevolutiva filosófica que nega as Escrituras, ou apenas da diversificação de baixo nível, com a qual podemos concordar, porque é fato?

Fulano: Vocês confundem tudo. A macroevolução nega a Deus? O que nega a Deus são as concepções filosóficas retiradas da evolução. A ciência evolutiva em nada nega a existência ou inexistência de Deus.

Michelson: A macroevolução não nega a deus, nega apenas o Deus da Bíblia.

Fulano: Não, nega a interpretação adventista da Bíblia. Até porque, se os dias da criação não forem literais, vocês serão os mais prejudicados com isso.

Michelson: Se o assunto fosse apenas a questão da seleção natural, por exemplo, não haveria nenhuma negação de Deus, mas quando se extrapolam os argumentos para o campo da filosofia, aí a coisa complica. Darwin não tratou, em seu livro, da origem das espécies, apenas da diversificação delas. Isso porque ninguém sabe ao certo (no campo da ciência) como a vida começou. Mas afirmar que ela proveio de material inorgânico, organizando-se espontaneamente, adquirindo complexidade e negando a semana da criação, a história do pecado e a origem da morte em consequência disso - sim, isso é negar o Deus da Bíblia.

Fulano: Não é à toa que, por esse motivo, inúmeras igrejas cristãs, que não compartilham vossas crenças, já aceitam a evolução ou macroevolução. Vocês negam uma teoria cientifica por causa das concepções filosóficas que alguns tiram dela?

Michelson: Amigo, o fato de igrejas cristãs adotarem esse ou aquele ponto de vista não me ajuda em nada. No passado, o catolicismo defendeu o geocentrismo aristotélico. Se vivesse naquele tempo, você abraçaria essa visão? Há igrejas (a maioria delas) que adotaram a visão antropológica dualista grega/pagã e o dogma do inferno eterno. Vou embarcar nessa também?

Fulano: A questão não é nem mesmo o catolicismo em si. Cara, isso são questões teológicas. Estou falando de questões de cunho científico.

Michelson: Bem, o catolicismo é maior religião cristã. Sob seu ponto de vista, se os católicos são evolucionistas, também devemos ser. Não devemos estar com a maioria?

Fulano: Não.

Michelson: Falar de evolução e não enveredar para a teologia/filosofia é quase impossível. Estou apenas tentando mostrar que a questão é bem mais complexa.

Fulano: O evolucionismo é a melhor explicação que temos para a especiação e o registro fóssil.

Michelson: Se quer ficar estritamente no âmbito científico, me diga como a vida começou? De que forma podemos explicar a explosão cambriana? Como explicar o aumento de informação genética necessário para o “surgimento” de novos planos corporais e novos órgãos funcionais? Os estratos plano-paralelos na coluna geológica... Sem links, por favor. Gostaria de conhecer sua opinião.

Fulano: Todas as objeções criacionistas já foram respondidas.

Michelson: Você se diz cristão. Ok. Então acredita que Deus foi utilizando o método de tentativa e erro até chegar ao ser humano? Que Deus Se valeu da seleção natural e da mortandade e da predação e da crueldade para a aprimorar a vida?

Fulano: Não sei por que vocês ainda insistem nisso. Ele deixou que a natureza seguisse o seu próprio curso.

Michelson: Então acabei de descobrir que você é deísta, não teísta. E realmente fica difícil dialogar com alguém que não crê num Deus de amor que além de Criador é mantenedor da natureza.

Fulano: Sou teísta, apenas respeito as leis da lógica. Deus pode muito bem ter supervisionado todo o processo. Ou usado até mesmo a evolução como método

Michelson: Você não crê na literalidade de Gênesis, logo, não crê no relato da queda, do pecado e da morte consequente. Assim, precisa explicar de que maneira o mal se originou num universo criado por um Deus bom, e por que existe morte. Deus criou a morte como elemento “purificador” de sua criação? Teria Ele guiado o cruel processo evolutivo? E se a história do pecado é mito, Jesus ceio à Terra morrer por que mesmo?

Fulano: Milhões de anos atrás, surgia o nosso ancestral mais antigo, o Ardipithecus ramidus, com aproximadamente 4,4 milhões de anos, dando origem a outros gêneros, como o anamensis, afarensis, africanus, aethiopicus, boisei, crassidens e robustus. A partir deste, começa a distinção anatômica e o processo de transição para o homo (rudolfensis, habilis, ergaster, erectus, heidelbergensis, neanderthalensis e sapiens) sempre de forma ramificada e não linear. Paralelamente, surgiam evidências físicas da construção e aprimoramento de oldovanas referentes ao períodos geológicos em questão. O ponto crucial aqui gira novamente em torno da pergunta: ‘Quando nos tornamos humanos?’ Certamente, quando nós atingimos os padrões distintivos de estruturas anatômicas e comportamentos (autoconsciência e senso moral) que ainda podem ser encontrados atualmente, o que ocorreu muito provavelmente entre 100~150 mil anos atrás, com o gênero Homo. Romanos 5:12 nos diz que através de Adão (já evoluído como espécie Homo sapiens), o pecado entrou no mundo e assim a morte veio a todos os homens, porque ‘o salário do pecado é a morte’ (Romanos 6:23). A chave para essa questão é nos atentarmos ao fato de que os humanoides (que não significa humano) anteriores à nossa espécie não poderiam pecar porque não possuíam senso moral e, portanto, não poderiam ser julgados ou sequer poderiam ser chamados de homens.

Michelson: Você realmente acredita nesse seu Ctrl-C Ctrl-V?

Fulano: Não precisa ser assim [referindo-se às minhas perguntas anteriores]. A obra de Jesus tem a ver conosco agora. A história da criação nos fala da nossa condição espiritual no presente, ou, mais precisamente, antes da encarnação e morte de Jesus Cristo. É dessa condição espiritual que a redenção depende, e não da verdade histórica, literal de um mito oriental de criação, baseado na existência de um homem chamado Adão.

Michelson: Como que a morte poderia ter vindo por meio desse “Adão” evoluído, se antes dele bilhões de organismo já haviam morrido? E você vem me falar em “lógica”? Você percebe seu problema? Você tem uma fé seletiva. O que convém das Escrituras, você crê. O que não concorda com sua lógica semi-deísta, você descarta. Eu creio num Deus todo poderoso que seria capaz de criar o Universo em seis segundos ou em seis milhões de anos, mas que preferiu criar a vida neste planeta em uma semana literal. E deixou esse relato simples registrado nas páginas sagradas. Suponho que você também chama de mito a travessia do Mar Vermelho, a história de Jonas, a destruição de Sodoma, o ato de Jesus caminhar sobre as águas, a multiplicação dos pães e peixes e a ressurreição. Todos esses eventos contrariam o conhecimento científico atual. Me perdoe, mas acho que você não é mesmo cristão. É, no máximo um deísta beirando a descrença.

Fulano: Eu sou tão cristão quanto você. Não preciso rejeitar o conhecimento cientifico para permanecer cristão. Você está me confundindo com um liberal. Eu só não aceito a literalidade do Gênesis.

Michelson: Você percebe que a coerência existe apenas em dois extremos? Para ser coerente, ou a pessoa abraça o ateísmo/naturalismo e a macroevolução, ou abraça o criacionismo teísta que aceita todos os milagres descritos na Bíblia, inclusive o da criação. Dawkins já entendeu isso. Mas muitos cristãos, não. Sua descrença é realmente muito seletiva... Repito: todos os profetas, autores bíblicos, apóstolos e Jesus criam no que você não crê. E eu fico com eles. Se desacreditarmos do relato da criação em Gênesis, comprometemos toda a teologia bíblica.

Fulano: Você está dizendo que ou eu sou um criacionista da Terra jovem, ou eu sou um ateu evolucionista?

Michelson: Não falei em “Terra jovem”, porque isso não vem ao caso. Defendo a “vida jovem”.

Fulano: Ok.

Michelson: Prefiro me posicionar ao lado de cientistas do quilate de Isaac Newton, para os quais a Revelação de Deus não contradizia a boa ciência, e vice-versa.

Fulano: O debate não é evolução x criacionismo. O debate é naturalismo x criacionismo. E a macroevolução é uma sucessão de microevoluções baseadas no princípio lógico da seleção natural.

Michelson: Definindo corretamente: naturalismo x teísmo (primeiro passo). Criacionismo x macroevolução (segundo passo). No primeiro passo, me posiciono ao lado dos apologistas que mencionamos no começo. Mas, quando o assunto envereda para a origem da vida, defesa do inferno eterno, etc., “pulo para fora do barco” e fico com a Bíblia, em sua totalidade. Macroevolução não se trata de uma sucessão de “microevoluções”, mas da ideia absurda da abiogênese e da crença ilógica de que informação complexa e específica pode surgir do nada e se tornar cada vez mais complexa. Existem limites para a modificação entre os seres, e isso se percebe com eles em vida, como no caso das experiências com as drosophilas. Quanto ao registro fóssil, aí a interpretação e a especulação assumem o controle.

Fulano: Eu não posso me considerar um cristão de verdade, caso aceite a macroevolução?

Michelson: Você pode se considerar o que quiser. Só que cristão, na acepção da palavra, é uma pessoa que crê como Jesus.

Fulano: A literatura de biologia está repleta de exemplos. Uma pesquisa na PubMed sobre “gene duplication” retorna mais de 6.000 referências.

Michelson: Gene duplication é uma coisa. Gene a partir do nada é outra. Duplicar uma informação não significa modificá-la a ponto de dar origem a novas estruturas complexas e funcionais.

Fulano: Amigo, a evolução não trata da origem da vida. Isso é um trabalho para os químicos.

Michelson: Sim, não deveria tratar. Mas o título da obra seminal evolucionista não é A Origem das Espécies? E Dawkins et caterva não vivem falando da origem da vida?

Fulano: Um mecanismo onde é mais comum de ocorrer aumento de informação é a duplicação genética, onde um longo pedaço de DNA é copiado, seguindo por mutações pontuais que mudam uma ou ambas as cópias. Sequenciamento genético tem mostrado vários casos onde isso fez surgir novas proteínas. Por exemplo: duas enzimas na síntese da histidina foram formadas, evidências mostram, via duplicação genética e fusão de duas sequências ancestrais (Lang et al. 2000). RNASE1, um gene para uma enzima pancreática, foi duplicado, e em macacos langur uma das cópias sofreu mutação para RNASE1B, que funciona melhor no intestino mais ácido do macaco (Zhang et al. 2002). Levedo foi colocado em um meio com pouco açúcar. Após 450 gerações, genes que transportam hexose duplicaram várias vezes, e muitas das versões duplicadas sofreram ainda mais mutações (Brown et al. 1998).

Michelson: E depois de todas essas pesquisas e descobertas, os macacos langur continuaram sendo macacos langur e levedo continuou sendo levedo. Assim como os tentilhões de Darwin continuam sendo tentilhões; as moscas-das-frutas continuam sendo o que são, e por aí vai. Acreditar que essas modificações limitadas poderiam transformar um macaco em um ser humano (calma, estou brincando) é extrapolação. Eu pareço estar dialogando com um evolucionista ateu, sabia?

Fulano: Eu não sou ateu!

Michelson: Eu sei que não. Apenas não crê que a Bíblia seja a revelação de Deus; descrê de alguns milagres, mas de outros não; e não aceita a visão criacionista defendida por Jesus, Paulo e outros?

Fulano: Você pode muda de ideia, cedo ou tarde

Michelson: Procuro manter a mente aberta, até porque foi por isso que deixei de ser evolucionista e abracei o criacionismo. E espero que essa seja também a sua postura. Se me permite, quero orar por você e manter nossa amizade cristã.

Fulano: <Emoticon like>

Michelson: Afinal, se ambos cremos em Cristo, isso se torna um forte elo. Se aceita um conselho, continue lendo sobre ciência (como eu faço sempre), mas não descuide da leitura da Bíblia e de livros teológicos e devocionais. Conheci muitos jovens que acabaram abandonando absolutamente a fé por se dedicar demais a leituras que colocam a Bíblia em cheque e deixar de ler a própria Bíblia.

Fulano: Eu quase abandonei, enquanto mantive minhas posições criacionistas.

Michelson: Bem, eu tive outra experiência. Quase me tornei agnóstico por manter uma cosmovisão baseada na teologia liberal. Apenas me encontrei e pude harmonizar devidamente a ciência (que sempre amei) com a boa teologia quando me tornei criacionista. Você, como eu, deve crer que a Palavra de Deus não é apenas um simples livro. Que ela tem poder para transformar a mente e a vida das pessoas. Então continue lendo a Bíblia com o coração e a mente abertos.

Fulano: Amigo, foi um prazer, mas terei que me retirar. Devo almoçar agora. Se ainda desejar, podemos nos falar mais a tarde.

Michelson: Também foi um prazer conversar com você. Creio na utilidade dos diálogos respeitosos que discutem ideias. Fique com Jesus, Fulano. Deus, o nosso Criador, te abençoe e a mim também.



Guarda o depósito que te foi confiado, tendo horror aos clamores vãos e profanos e às oposições da falsamente chamada ciência” (1 Timóteo 6:20).


“Há um esforço constante para explicar a criação como sendo resultado de causas naturais. Até mesmo professos cristãos aceitam o raciocínio humano contrário aos fatos apresentados nas Escrituras. [...] Essas mesmas pessoas aceitam avidamente as suposições apresentadas por geólogos que contradizem o relato de Moisés. [...] Aqueles que duvidam dos registros do Antigo e do Novo Testamento serão levados a dar um passo a mais e passarão a duvidar da existência de Deus. Então, ao perderem sua âncora, ficarão batendo de um lado para outro nas rochas da incredulidade e do desespero. [...] Céticos, por meio de uma compreensão equivocada, tanto da ciência quanto da revelação, alegam ter encontrado contradições entre elas; mas, quando corretamente entendidas, elas estão em perfeita harmonia. [...] Aqueles que fazem da Palavra Escrita o seu conselheiro encontrarão na ciência um ponto de apoio para entender Deus” (Ellen White, Os Escolhidos, p. 64, 65, 66).