Uma "mãozinha" de fora |
[Acione
seu “detector de contos”, ligue sua “antena do bom ceticismo” e leia com
atenção o texto a seguir. Depois me diga quem são os verdadeiros crentes. Meus
comentários seguem entre colchetes, porque não resisto. – MB.]
Foram
as ações de Júpiter e Saturno que, muito
por acaso, criaram a vida na Terra [glórias a Júpiter e a Saturno, nossos
criadores!]. Não os deuses do panteão romano, mas os planetas gigantes, que
antigamente orbitavam muito mais perto do Sol [que afirmação categórica para
algo totalmente hipotético!]. Empurrados para fora, soltaram uma cascata de
asteroides, em um evento conhecido como Bombardeamento Pesado Tardio, que
explodiram na superfície da jovem Terra e criaram as crateras ainda visíveis da
Lua [esse grande bombardeamento pode ter sido não tão antigo e feito parte do
cataclismo chamado dilúvio; basta interpretar os dados sob outra ótica]. No
calor intenso desses impactos, o carbono dos meteoritos reagiu com o nitrogênio
da atmosfera terrestre formando o cianeto de hidrogênio [não se sabe qual era a
composição da atmosfera da Terra “primitiva”; os cientistas evolucionistas
fazem suposições de acordo com os resultados que querem obter]. Apesar de ser
um veneno, o cianeto é, no entanto, o antigo caminho pelo qual os átomos
inertes de carbono entraram na química da vida [simples assim!].
Quando
o impacto do Bombardeamento Pesado Tardio diminuiu, cerca de 3,8 bilhões de
anos atrás, o cianeto havia chovido e formado poças, reagido com metais,
evaporado, sido assado e irradiado com luzes ultravioletas e dissolvido em
canais que corriam para lagos de água fresca. Os elementos químicos formados da
interação do cianeto se combinaram ali de várias maneiras para gerar o
precursor dos lipídios, dos nucleotídeos e dos aminoácidos. Esses são os três
componentes significantes de uma célula viva – os lipídios compõem as paredes
dos vários compartimentos da célula; os nucleotídeos guardam suas informações;
e os aminoácidos formam proteínas que controlam seu metabolismo [então por que
até hoje não foi possível criar uma célula viva em laboratório, utilizando-se
esses três componentes – mesmo com toda tecnologia de que dispomos atualmente?].
Toda
essa descrição é uma hipótese proposta por John Sutherland, químico da
Universidade de Cambridge, na Inglaterra. Ele testou todas as reações químicas
exigidas em um laboratório e desenvolveu evidências [evidências teóricas,
lembre-se] de que esses acontecimentos são plausíveis sob as condições prováveis da Terra primitiva. Depois de
descobrir a possível química necessária para produzir os materiais do início da
vida [mas ninguém fala sobre as imensas dificuldades de se saltar do inorgânico
para o orgânico, e para a vida com sua informação genética complexa],
Sutherland desenvolveu o cenário geológico acima, que tem as condições
obrigatórias para desencadear esses acontecimentos. Já a própria química veio
da descoberta, feita por Sutherland seis anos atrás, da chave para um mundo de
RNA.
Há
tempos os biólogos acreditam na ideia de que a primeira molécula que carregava
informações da vida não foi o DNA, mas seu primo químico próximo, o RNA. O RNA
pode guardar informações genéticas e agir como uma enzima para produzir mais
RNA [guardar informação é uma coisa, originá-la é outra bem diferente]. Como o
DNA, o RNA é composto de uma fita de unidades químicas conhecidas como
nucleotídeos. Cada nucleotídeo consiste de um açúcar, a ribose no caso do RNA,
unido a uma base de um lado e a um grupo fosfato do outro. [Sobre essa hipótese
relacionada ao tal “mundo de RNA, por favor, tome algum tempo para ler esta postagem, esta, esta e mais esta.]
Os
pesquisadores que tentam reconstruir a química que levou à vida mostraram
caminhos plausíveis para o surgimento da ribose e das bases [sobre a questão
das bases, leia esta postagem]. Mas, na química prebiótica, o que se pressupõe da química natural da Terra
antes do começo da vida, eles não puderam achar uma maneira provável de unir a
ribose à base. Esse obstáculo era tão assustador que alguns começaram a duvidar
da ideia de um mundo de RNA e a procurar, em vez disso, um sistema pré-RNA.
Depois
de dez anos testando todas as possíveis combinações de químicas prebióticas [o
que não prova de jeito nenhum que essas teriam sido as possibilidades de origem
da vida, já que ninguém teria como observar como de fato isso teria acontecido –
e ciência se faz com observação em primeira mão], Sutherland descobriu que a
solução não era montar as unidades de ribose e açúcar separadamente, como
consta dos livros de biologia [que sempre afirmaram
que a coisa aconteceu desse jeito], mas construir uma substância que fosse
parte açúcar e parte base. A soma de outra substância química simples converteu
esse híbrido em um ribonucleotídeo. A porta para o mundo de RNA havia
finalmente sido aberta.
Se
esse foi um passo importante, deduziu Sutherland, então o resto da química
prebiótica precisaria de alguma forma estar relacionada a ele. Sutherland e
seus colegas passaram os últimos seis anos fazendo experiências para ver de que
maneira o caminho da química do ribonucleotídeo pode ter o cianeto de
hidrogênio como ponto de partida e como outras substâncias químicas prebióticas
importantes poderiam ter surgido no caminho do cianeto até o nucleotídeo [você
percebe que o que esses cientistas vêm fazendo é puro design inteligente? Eles estão usando tecnologia e inteligência
para criar reações químicas com um propósito (teleologia)].
Até
agora eles demonstraram maneiras de gerar 12 dos 20 aminoácidos usados nas
proteínas, dois dos quatro ribonucleotídeos do RNA e o glicerol 1-fosfato, o
componente universal dos lipídios dos quais são feitas as membranas das
células. Suas descobertas foram relatadas em março na Nature Chemistry. [Eles ainda nem chegaram às proteínas e querem
que acreditemos que conseguem originar vida...]
Apesar
de outros pesquisadores terem mostrado como várias dessas substâncias podem ter
se formado na Terra primitiva, eles precisavam de uma série de condições,
algumas delas incompatíveis. Essa é a primeira vez que foi demonstrado que
tantas substâncias químicas importantes para a vida surgiram da mesma química.
O
relatório de Sutherland “demonstra pela primeira vez um cenário para gerar
potencialmente todas as unidades de vida em um local geológico”, afirma Jack W.
Szostak, geneticista do Hospital Geral de Massachusetts, que estuda a origem da
vida. “Os detalhes do cenário serão debatidos por algum tempo, mas no geral
acho que é um grande avanço.” Szostak dividiu um Prêmio Nobel de Medicina em
2009 pela descoberta do mecanismo que protege o final dos cromossomos. [É
difícil entender como pessoas que estudam genética, máquinas moleculares,
informação complexa e específica, mecanismos de reparo automático ainda
insistam no acaso...]
As
substâncias químicas de Sutherland não podem ser misturadas de uma vez [então
quem ou o que teria organizado as substâncias e possibilitado as reações na
ordem certa? Por que só agora eles dizem isso?]. Seu esquema da reação exige
que sejam colocadas em sequência em
um reservatório central. Então, em seu cenário, canais separados correm sobre
depósitos minerais e chegam um a um a esse reservatório. Aí mora um possível [possível?]
problema, afirmou Paul J. Bracher, químico da Universidade Saint Louis, no
Missouri, em um comentário na Nature
Chemistry. “Esse novo relatório representa uma abordagem muito
interessante, mas os químicos que estudam a origem da vida ainda têm muito
trabalho para fazer na cozinha”, escreveu ele.
Outros têm reservas
mais profundas. Steven Benner, diretor da Fundação para
Evolução Molecular Aplicada, de Gainesville, na Flórida, disse que muitas das
reações do esquema de Sutherland “não são reais”, o que significa que
substâncias químicas puras podem reagir como foi proposto no laboratório, mas
não se pode esperar que o processo ocorra da mesma maneira em uma mistura
natural dessas substâncias químicas. [É como eu disse e evolucionistas um pouco
mais sensatos percebem: a experiência de Sutherland está mais para design inteligente do que para evolução
ao acaso ou abiogênese.]
Benner
também reparou que a ideia popular de um
mundo de RNA está repleta de vários paradoxos não resolvidos. Um deles é
que, se você tem um reservatório de substâncias químicas e coloca energia nele,
“você não consegue a vida, consegue asfalto”, diz ele, sugerindo que as
substâncias vão reagir para formar um alcatrão pegajoso [e não há evidências de
todo esse alcatrão na coluna geológica]. Outro é que a água é fundamental para
a vida, como são os nucleotídeos, mas a
água destrói os nucleotídeos. Um terceiro problema é que o RNA deve agir como uma enzima e guardar
informações genéticas [que já deveriam existir para ser guardadas], mas os dois
papéis possuem propriedades contraditórias: uma enzima precisa se dobrar e ser
reativa, enquanto uma molécula genética não deve fazer nenhum dos dois.
O
campo tradicional da química prebiótica fez alguns progressos, na visão de
Benner, mas não o suficiente para sugerir respostas reais. “Ter esses problemas
básicos ainda sem solução quer dizer que talvez não estejamos respondendo à
questão certa.”
Sutherland
ainda está tentando encontrar rotas plausíveis para os outros dois nucleotídeos
de RNA. Ele também espera entender como as moléculas da vida podem ter sido
construídas a partir de suas unidades individuais, um processo conhecido como
polimerização [que não ocorre na água, é bom repetir]. “Em biologia, o RNA faz
a proteína e a proteína faz o RNA, então a biologia está nos dizendo que eles
trabalham em conluio”, explica [então, quem surgiu primeiro, o RNA ou a
proteína?]. Ele diz que ainda não sabe se a polimerização aconteceria em uma
superfície de metal, normalmente tida como uma boa catalisadora, ou dentro de
uma membrana celular [mas se essa membrana existisse, teria que ser já bastante
complexa a ponto de permitir que alguns elementos entrassem na célula e que as
organelas permanecessem dentro dela. A membrana celular conta com proteínas
específicas que dificilmente estariam disponíveis nesse cenário].
A
vida ainda pode ser improvável, mas pelo menos está começando a parecer quase
possível [e o texto que começou exaltando os poderes criadores de Saturno e
Júpiter termina com uma grande declaração de fé. Amém!].