segunda-feira, maio 05, 2008

Novos fósseis bagunçam evolução do homem

Um dos poucos fatos aparentemente sólidos sobre a evolução humana pode cair por terra por causa de um crânio nanico e um pedaço de maxilar. [Será que eu li isso mesmo?!] Os dois foram achados a leste do lago Turkana, no Quênia, e podem indicar que dois dos mais famosos ancestrais do homem moderno, o Homo habilis e o Homo erectus, não são "pai" e "filho" evolutivos, respectivamente, mas sim "irmãos" - duas espécies que descendem de um ancestral comum [sic] e evoluíram de forma independente.

A conclusão está num artigo na revista científica Nature desta semana. E não é a única reviravolta sugerida pela equipe liderada por Fred Spoor, do University College de Londres. O tamanho diminuto do novo crânio pode indicar que, tal como os gorilas modernos, o Homo erectus tinha uma diferença gritante de tamanho entre machos e fêmeas da espécie. A idéia bate de frente com a imagem que se tinha do H. erectus, hoje considerado o primeiro hominídeo a viver e se comportar de forma significativamente parecida com a do homem moderno.

O cenário evolutivo mais aceito até agora costumava ver uma sucessão clara entre o H. habilis e o H. erectus. O primeiro teria surgido por volta de 2,3 milhões de anos atrás [sic], no leste da África, e usado pela primeira vez ferramentas de pedra fabricadas por ele mesmo (daí o nome latino de "hábil"). Era um hominídeo pequeno, pouco maior que um chimpanzé moderno. Já o H. erectus, suposto descendente direto e substituto do H. habilis, teria surgido por volta de 1,9 milhão de anos atrás [sic] e desenvolvido um cérebro com dois terços do volume do nosso, assim como tamanho e proporções do corpo praticamente iguais ao do homem moderno. ...

Isso significa uma convivência extensa das duas espécies tanto no espaço quanto no tempo - cerca de meio milhão de anos [sic]. Os pesquisadores também consideram que não é possível ter certeza de que os fósseis mais antigos do gênero Homo na África sejam mesmo do H. habilis.

[Nota: é incrível como teorias tidas como FATO de repente caem por terra. E o que vão fazer com os livros didáticos, por exemplo? No entanto, a despeito da admissão da "bagunça", a luta para salvar a teoria continua. Leia o parágrafo a seguir:]

O mais provável, segundo eles, é que as duas espécies tenham evoluído de um ancestral diferente e ainda desconhecido. Por terem passado tanto tempo lado a lado, elas teriam se adaptado a nichos ecológicos diferentes - como a boca e os dentes do H. habilis são maiores e mais reforçados que os do H. erectus, uma possibilidade é que o primeiro se alimentasse mais de vegetais que o segundo, mais adaptado à dieta com carne. [Grifos meus em "provável", "ainda desconhecido" e "possibilidade", para destacar a capacidade criativa e especulativa desse pessoal.]

E quem seria o ancestral misterioso? Spoor admite que ele poderia ser a espécie representada pelos fósseis de 2,33 milhões de anos atrás, achados na Etiópia. "Os pesquisadores que o descreveram se referem a ele como Homo com afinidades habilis. O problema é que se trata de um fragmento, com pouca morfologia preservada para que possamos ter certeza", diz ele. [Ainda não aprenderam que é temerário criar estórias baseadas em meros fragmentos...]

(G1 Notícias)