"Entre os responsáveis pelo massacre [do 11/09], Deus também estava na lista. Se a religião não existisse, o fanatismo jamais teria voado até Nova York. A religião destrói tudo. A história da religião é a história da desgraça humana." Essas são idéias expressas no livro God Is Not Great, do jornalista inglês Christopher Hitchens (marxista-trotskista na década de 1970, mas que parece não ter se afastado completamente dessa ideologia).
Na Folha de S. Paulo do dia 21, João Pereira Coutinho (cujo artigo foi reproduzido no Jornal da Ciência do dia 24) faz uma análise do livro de Hitchens (foto acima), destacando alguns exageros e incoerências da obra: "Tudo pode ser perigoso quando levado ao extremo: a fé; a raça; a nação; o amor; o futebol; a estupidez. ... Só um ingênuo acredita, por exemplo, que o problema israelo-palestino é uma contenta religiosa entre extremistas. A história, a política e as ideologias que sacudiram o Oriente Médio (desde, pelo menos, a queda do Império Otomano) tiveram uma palavra maior."
A despeito de suas críticas ao livro, Coutinho se declara admirador de Hitchens, e acaba propondo uma perigosa e extremista (logo ele que critica o extremismo...) solução para a civilização ociental: "A história da arte no Ocidente é indissociável da herança judaico-cristã que a contaminou. Eu, pessoalmente, só vejo um caminho: lançar na fogueira todas as obras que transportem resquícios religiosos."