quarta-feira, maio 07, 2008

Placenta age como "parasita" para proteger feto

Cientistas britânicos descobriram que a placenta age como um parasita para evitar ataques do sistema imunológico da mãe. A equipe da Universidade de Reading identificou que a placenta tem um mecanismo de dissimulação muito semelhante ao usado por lombrigas parasitas para se proteger dos ataques do sistema imunológico do indivíduo que o hospeda. A placenta desempenha um papel vital na gestação porque age como um elo entre a mulher e o feto, fornecendo a ele os nutrientes essenciais ao seu desenvolvimento. Contudo, como tanto a placenta como o feto têm uma composição genética diferente da mãe, em tese eles estão vulneráveis a um ataque do sistema imunológico materno.

Os pesquisadores já sabiam que a placenta secretava uma proteína chamada neuroquinina (NKB). No entanto, foi apenas durante as pesquisas em laboratório que a equipe descobriu que a NKB continha a molécula fosfocolina, que é usada pelo parasita nematóide para desarmar o sistema de defesa do seu hospedeiro.

Os cientistas da Universidade de Reading esperam que a descoberta ajude a explicar por que algumas mulheres sofrem abortos recorrentes e condições que oferecem grande risco na gestação como a pré-eclampsia.

Além disso, eles acreditam que aprender a imitar o método adotado naturalmente pela placenta para evitar a rejeição pelo sistema imunológico possa levar a avanços no tratamento de outras doenças, como a artrite.

"Criar um mecanismo pelo qual você pode tornar as células invisíveis ao sistema imunológico pode levar a curas de uma série de doenças e condições", disse um dos cientistas envolvidos na pesquisa, Phil Lowry.

(BBC Brasil)

Nota: Sempre me perguntei sobre a origem dos sexos na visão darwinista (e nunca obtive resposta satisfatória). Como explicar como se deu a diferenciação dos sistemas reprodutores do homem e da mulher que, no entanto, são perfeitamente compatíveis? Agora essa notícia sobre o mecanismo de "invisibilidade imunológica" da placenta também me deixou fascinado. Se esse "dispositivo" não funcionasse adequadamente desde o início, os bebês nem viriam à luz e não estaríamos aqui para estudar a fosfocolina. Não seria mais uma evidência de design inteligente?[MB]