segunda-feira, maio 05, 2008

Sal da terra e luz do mundo

Jesus disse que temos que ser sal da terra e luz do mundo (Mt 5:13, 14). Tanto a figura do sal quanto a da luz pressupõem a idéia de envolvimento com a realidade. O sal não pode dar sabor se não se misturar ao alimento. De forma semelhante, a fonte de luz não pode iluminar se não emitir seus raios pelo ambiente, a fim de iluminá-lo.

Mas a grande pergunta que os cristãos devem se fazer é: De onde vem realmente o meu sabor e a minha luz? Assim como os planetas, não somos nós que produzimos luz. E como o glúten ou carne vegetal, podemos ser intragáveis se não tivermos “tempero”. A verdadeira fonte dessas virtudes conservadoras e iluminadoras é Jesus. Portanto, só podemos levar boa influência ao mundo, ao ambiente que nos rodeia, se tivermos contato diário com essa Fonte.

Assim, temos aqui uma dicotomia entre o ir e o ficar. Primeiro precisamos dedicar tempo a uma relação íntima com Jesus, mediante a leitura da Bíblia e a oração. Com isso, vamos nos abastecer de sal e nos encher de luz. Só assim podemos ir para o passo seguinte: distribuir o que recebemos. E é interessante que na matemática de Deus quem dá não fica com menos, fica com mais.

Nunca foi plano de Deus que Seu povo se isolasse do convívio social numa espécie de vida monástica. Muito pelo contrário, Ele deu a ordem: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século” (Mt 28:19, 20).

Ensinar é “salgar” e “iluminar”. Os princípios bíblicos, quando vividos e não tidos apenas como teoria, têm a capacidade de trazer paz, alegria, segurança, esperança e mesmo saúde física e mental. Iluminam a mente com bons pensamentos; “refrescam” a alma e conservam puras as motivações.

Podemos levar sabor e luz às pessoas, basta amá-las e desejar repartir o que temos recebido. Nunca é demais lembrar as palavras de Francisco de Assis, cujo exemplo e palavras, mesmo depois de morto, ainda iluminam: “Pregue a todo tempo; se necessário, use palavras.”

Seja você também sal e luz para alguém – com palavras, mas, sobretudo, com a vida.

Michelson Borges