quarta-feira, abril 17, 2013

Correlação entre atividade solar e terremotos

Num interessante trabalho preliminar (leia aqui) desenvolvido por Hermilton Manoel Alves de Lima, Cláudio Manoel Gomes de Sousa e Edson Benício de Carvalho Júnior, do Curso de Física da Universidade Católica de Brasília, são apresentadas possíveis correlações entre a atividade solar e os terremotos. No resumo do trabalho, eles escreveram: “Neste trabalho, realizou-se uma análise de dados sismológicos que tratam de terremotos de alta intensidade e de dados astrofísicos que levam em consideração as atividades solares. O objetivo principal é o de encontrar uma possível correlação entre as atividades solares e terremotos de alta intensidade. Para isso, em um primeiro momento foi realizada uma revisão bibliográfica, que forneceu a fundamentação necessária ao trabalho. Em seguida, foi feita uma análise de dados obtidos a partir de instrumentos situados na Terra, no caso dos terremotos, e no espaço, no caso das atividades solares. Concluiu-se [pela] existência da correlação qualitativa entre esses eventos.”

Depois de descrever a Terra e o Sol, bem como suas peculiaridades, os pesquisadores analisam o histórico das atividades sísmicas no século 21 e concluem que, “antes da ocorrência [de] abalos sísmicos, sempre existiu uma grande agitação no Sol no que se refere às erupções. [...] Outro fato relevante é que poucos minutos antes do terremoto de maior magnitude desse período houve uma erupção solar de grande intensidade. [...] O terremoto ocorrido no Chile, em 27 de fevereiro de 2010, foi precedido por enormes ejeções de massa coronal. [...] O período anterior ao terremoto na Indonésia, em 28 de março de 2005, foi de muitas e intensas ejeções de massa coronal. [...] No que diz respeito às manchas solares, atualmente nos encontramos no ciclo 24 a caminho de um valor máximo de manchas em 2013, [...] o último máximo de manchas ocorreu em 2001, ano em que foi registrado um terremoto no Peru de magnitude 8.4. [...]

“Conclui-se que existe uma correlação entre as CME’s e os terremotos de alta magnitude, pois nos dias anteriores aos terremotos analisados há uma intensa atividade solar. [...] Assim, sugere-se um estudo quantitativo dessas correlações para que se possa determinar o quanto as atividades solares influenciam os terremotos e outro que aponte por qual processo físico essas correlações ocorrem.”