domingo, janeiro 12, 2014

Ganhador do Nobel revela uma verdade inconveniente

Schekman pôs o dedo na ferida
Segundo um cientista laureado recentemente (e que apelou também a um boicote às publicações), as revistas acadêmicas de topo estão distorcendo o processo científico e promovendo uma “tirania” que tem que ser desfeita. Randy Schekman, biólogo norte-americano que recebeu seu Prêmio Nobel em Fisiologia/Medicina ano passado, não só afirmou que seu laboratório não enviará mais artigos às revistas científicas de topo – Nature, Cell e Science – como disse que a pressão para publicar em revistas de “luxo” encoraja os pesquisadores a buscar atalhos e a investir mais em áreas científicas que estejam na moda em vez de levar a cabo trabalho mais importante. Segundo Schekman, o problema foi exacerbado pelos editores que não eram cientistas ativos, mas profissionais que favoreciam os estudos que eram mais suscetíveis de causar mais impacto.

O prestígio de aparecer numa revista científica de topo levou a que a Academia de Ciência da China pagasse aos autores bem-sucedidos o equivalente a 30 mil dólares. Numa entrevista, Shekman afirmou que alguns cientistas obtinham metade do seu rendimento por meio desses “subornos”.

Escrevendo para o Guardian, Schekman levanta sérias dúvidas em torno das práticas das revistas e apela a outros dentro da comunidade científica que façam alguma coisa. “Já publiquei em revistas de nome, incluindo artigos que obtiveram um prêmio Nobel. Mas não vou voltar a fazer isso. Tal como Wall Street tem que quebrar o domínio da cultura bônus, a ciência tem também que quebrar a tirania das revistas de luxo.”

Schekman é o editor da eLife, uma revista on-line estabelecida pela Wellcome Trust. Os artigos submetidos à revista – concorrente da Nature, Cell e Science – são discutidos pelos revisores (que são cientistas profissionais) e aceitos, se todos concordarem. Os artigos podem ser lidos gratuitamente on-line.

Schekman lança críticas à Nature, Cell e Science por artificialmente restringirem o número de artigos que eles aceitam, política que, segundo Schekman, alimenta a procura “tal como costureiros que criam uma edição limitada de bolsas”.

Ele critica também a métrica amplamente propagada com o nome de “fator de impacto”, usado por muitos jornais de topo nas suas atividades de marketing.


Nota do blog Darwinismo: “Isso só confirma o que os cientistas criacionistas afirmam há várias décadas: longe de serem centros de livre expressão onde as ideias e as teorias são analisadas segundo o seu próprio mérito (e não segundo seu alcance midiático ou ideológico) as instituições científicas mundiais são lugares sob controle de várias agendas pseudocientíficas que se tentam promover cooptando o prestígio da ciência. Para nós cristãos, a evidência óbvia da falta de rigor científico nas instituições científicas mundiais é sua aderência ao paradigma naturalista – um paradigma autorrefutante.”