Desrespeito gratuito |
Vamos
a um texto longo, longuíssimo? Vamos às tarefas difíceis, que as fáceis são
fáceis. Como afirmei num pequeno post de ontem à noite, não acho que
comentaristas de política devam ficar terçando armas com humoristas, embora, em
essência, o humor sempre fale a sério. No geral, interessa-me nele mais a
mecânica da desconstrução de uma lógica aparente ou formal, de que são capazes
os bons, do que o conteúdo propriamente. Em princípio, qualquer assunto pode
ser objeto dessa desconstrução. A quem ocorreria, no entanto, fazer graça,
deixem-me, ver com os sírios, submetidos ao carniceiro Bashar Al Assad e também
a seus adversários, não menos asquerosos? Como arrancar um riso ou fazer uma
ironia inteligente sobre a boate Kiss? “Tudo me é permitido, mas nem tudo
me convém. Tudo me é permitido, mas eu de nada (nem de ninguém) serei escravo.”
É São Paulo na 1ª Epístola aos Coríntios, ensinando que a noção de limite
também é libertadora. Para que dê sequência a este texto, é preciso que um
valor esteja presente à leitura de cada linha: se, em algum momento, parecer
que estou a defender a censura estatal, ou de qualquer outra natureza, ao humor
do Porta dos Fundos ou de qualquer outro, ou eu não estarei a me expressar com
clareza ou o defeito estará no entendimento. Vamos seguir. [Continue lendo.]