quinta-feira, maio 22, 2014

A viagem dos meus sonhos

Contemplando Jerusalém
A viagem dos sonhos teve início em Nova York, visto que a passagem aérea promocional previa um stop over nos EUA. Ali, minha filha mais nova, meu marido e eu aproveitamos dois dias e meio caminhando e comprando. Como nosso hotel ficava no subúrbio, pudemos conhecer um pouco a outra face de uma das cidades mais badaladas e capitalistas do mundo. E constatamos a triste realidade: as benesses daquele lugar são para poucos. A maioria, suburbana, trabalhadora, tem que enfrentar todos os dias um transporte público cheio, sujo, fétido, e vive longe da bela ilha, em bairros não tão belos assim. Presenciamos uma pane no metrô, devido a um acidente na linha, e vimos milhares de trabalhadores ficarem à míngua, à espera de ônibus que não vinha, desesperados na superfície, à procura de algo que os levasse ao seu destino. Estressados, apressados, atrasados, praticamente tendo que resolver o problema sozinhos. A cidade foi feita para o consumo – este, aliás, muito apreciado e praticado pelos moradores e turistas –, mas não para o bem-estar do ser humano.

Depois dessa parada breve e de algumas horas de voo rumo a Tel Aviv, chegamos ao tão sonhado destino: Israel. Um destino exótico, diferente de tudo o que já havíamos experimentado em matéria de viagem. Língua estranha, cultura estranha, moeda estranha, comida estranha – o que nos aguardava?

O dia da chegada foi aproveitado para descansar no hotel, somente. No outro dia, pela manhã, embora tivesse planejado uma ida ao Mar Morto, a ansiedade falou mais alto e fomos à Old City – a Cidade Velha de Jerusalém.

Por suas ruelas, protegidas por uma bela muralha, caminhamos o dia todo. Impossível não se emocionar ao adentrar aqueles caminhos medievais e, de repente, se ver diante do Muro das Lamentações. Sim, ali, em frente ao resquício do Templo de Salomão, dedicado ao nosso Senhor.



Cheguei pertinho, toquei o muro. Não pude conter as lagrimas e ali orei pelos meus amados. Emoção também ao ver e sentir o sofrimento daqueles judeus que ali lamentavam. Pelos problemas de suas vidas? Por seu templo nunca mais restaurado?

Continuamos nossa caminhada, nos perdendo pelas estreitas ruas de pedra, e chegamos à Via Dolorosa. Ali há procissões, comércio por todos os lados (como em toda a cidade) e turistas. Não há comprovação de que Jesus tenha carregado Sua cruz por aquela via, mas a caminhada é inevitável e faz parte do conhecimento. Chegamos a um dos portões de saída – o Lions Gate –, de onde se avista o Monte das Oliveiras. Como criança querendo mais e mais, exclamei: “Quero ir até lá!” Porém, devido ao calor e à distância, decidimos caminhar mais um pouco pela cidade velha e pegar o carro para subir a montanha mais tarde.

E nessas caminhadas, passamos pelo Damascus Gate – a região dos muçulmanos (Jerusalém antiga é dividida em quatro quadras: dos judeus, dos muçulmanos, dos cristãos e dos armênios) –, pela igreja onde se acredita tenha sido Jesus sepultado, e saímos pelo Jaffa Gate, onde nosso carro estava estacionado e onde está o museu e a Torre de Davi.

De carro, na subida do Monte das Oliveiras, encontramos a Igreja das Nações, onde fica o Getsêmani: Impossível não se emocionar também nesse lugar, ao imaginar que ali, um dia, nosso querido Salvador Jesus Cristo verteu sangue e sofreu uma dor indescritível antes de Sua crucificação.

Meus amados foram novamente lembrados em oração, e como eu os queria ali para sentir o que senti! Sentei-me ao lado do jardim e não me contive ao orar e lembrar que estava sentada em um local onde meu Salvador havia estado e sofrido por mim, simplesmente por amor.

Subimos o Monte das Oliveiras e apreciamos o pôr do sol com vista para a cidade antiga e o enorme cemitério judeu – um final de dia abençoado; um presente de Deus.


No terceiro dia, fomos ao Mar Morto. Flutuamos em suas águas extremamente salgadas. Pela primeira vez, o livro A Descoberta, do Denis Cruz e do meu irmão Michelson Borges, flutuou também naquelas águas – tenho certeza!


À noite, fizemos uma caminhada pela cidade velha iluminada e ainda mais bonita.

No quarto dia, seríamos novamente presenteados com mais emoção e paisagens deslumbrantes: fomos a Cafarnaum e ao Mar da Galileia. Sim, ali estávamos em terras antes também pisadas por Jesus e alguns de Seus discípulos. Adentramos a sinagoga em ruínas onde Ele pregou. Como não acreditar nesse Deus que profetizou que aquele lugar viraria ruína e jamais seria reconstruído, assim como o templo de Salomão?

Lágrimas e oração num banquinho sob árvores em um lindo jardim, com vista para o Mar da Galileia – o mar onde nosso Galileu recrutou alguns de Seus discípulos (foto lá embaixo). 





No quinto e último dia, o Museu de Israel. Um museu com muitas obras de arte, uma linda miniatura da cidade antiga e o mais impressionante, ao menos para mim: os Manuscritos do Mar Morto. Estive frente a frente com o Rolo de Isaías, entre outros papiros. Uma comprovação histórica da autenticidade da Bíblia, já que se trata de um texto anterior ao tempo de Cristo (portanto, a versão lida por Jesus) e que está de acordo com as versões bíblicas disponíveis na década de 1940 (as mais antigas conhecidas, até a descoberta dos Manuscritos do Mar Morto).

E foi isso. Pouco tempo para ver tudo o que queríamos, mas, sem sombra de dúvidas, essa é uma viagem que renova a fé. Que nos faz sentir mais perto de Deus.

Lá pensei: “Estou andando nos caminhos por onde Jesus andou. Como gostaria de andar como Ele andou!” Lá também descobri, por meio do meu irmão Michelson, em conversa pela internet, que bem ali descerá a Nova Jerusalém, conforme profetizado.

Pretendo voltar a Israel, pois já sinto saudades dessa viagem inesquecível; e espero, com Jesus e meus queridos, descer àquele lugar de emoções indescritíveis e por mim vividas nesta vida, quando da sonhada restauração dos novos céus e da nova Terra, quando a Nova Jerusalém descerá dos céus, da parte de Deus, preparada como uma noiva adornada para o seu marido (Apocalipse 21:1, 2).

(Michela Borges Nunes é advogada e mora em Criciúma, SC)