terça-feira, maio 20, 2014

Ultramaratonista vegetariano corre até 160 horas

Alto desempenho sem proteína animal
Alexandre Nogueira Penna, de 45 anos, faz coisas difíceis de imaginar. O ultramaratonista chega a correr provas de 140 horas e 160 horas com apenas dois ou três dias de descanso entre as competições. O tradutor desafia os limites do corpo sem comer carne há mais de 30 anos e faz questão de dizer que não toma qualquer tipo de analgésico ou suplementação alimentar para conseguir correr tanto. Seus treinos chegam a 100 km em um único dia. “Nunca tomei analgésicos, pois sempre acreditei que para se obter resultados reais nas provas é necessário não mascarar o desempenho. Só assim eu terei a real ideia de meu limite. Meu corpo praticamente não acumula dores, apesar da intensidade e duração dessas provas. Creio que isso tem muito a ver com meu estilo de vida, princípios e alimentação, comenta o ultramaratonista.”

O atleta começou sua carreira de corredor de longas distâncias ainda na adolescência, aos 14 anos ele morava nos EUA e corria longas distâncias sem dificuldade, sua diversão era sair da cidade de Rochester e cruzar a fronteira até o Canadá, aproximadamente 140 quilômetros. A vontade de correr cada vez mais longe não parou. “Com o passar dos anos, tive a curiosidade de saber qual seria o limite do ser humano em correr grandes distâncias, o meu limite. Meu corpo e mente funcionam como um laboratório de coleta de dados”, comentou Alexandre.

Já adulto estudou química, na Universidade de São Paulo, e teve a possibilidade de cursar disciplinas em outras áreas. Começou a treinar sério para competir em ultramaratonas. “Através de pesquisas na área de fisiologia do esporte eu treinava e competia para fazer um levantamento mais detalhado de meu desempenho físico e mental em situações extremas”, relembrou o atleta.

Atualmente Alexandre é especialista em provas de vários dias seguidos em pistas de concreto e asfalto. As provas de que ele participa atualmente são de 144 horas ou mais, modalidade de corrida de vários dias seguidos em que os participantes correm durante o dia e a noite; são as chamadas “Multiday Ultramarathons”. [...]

Alexandre não tem nutricionista; o combustível para tanto exercício vem da alimentação macrobiótica, baseada em grãos, cereais, feijões, lentilhas, grão de bico, frutas, proteína de soja, verduras e legumes. Alexandre não come carne nem de peixe, não toma refrigerante, não come industrializados, não toma qualquer coisa que tenha cafeína ou álcool. “Existe o mito eterno da falta de proteína. Na realidade, o que precisamos é de aminoácidos para produzir as proteínas. Não uso suplementação alimentar. O fato de eu me alimentar muito bem é fator decisivo para o meu bom desempenho nas provas, ao ponto de eu nunca ter me machucado ou ter tido qualquer tipo de lesão”, afirmou o ultramaratonista. [...]