Extraordinariamente organizados |
Usando
um instrumento construído para observar galáxias a bilhões de anos-luz de
distância, astrônomos australianos detectaram estruturas tubulares a umas
poucas centenas de quilômetros acima da superfície da Terra. “Por mais de 60
anos, os cientistas acreditavam que essas estruturas existiam, mas, ao produzir
imagens delas pela primeira vez, nós fornecemos evidências visuais que elas
estão realmente lá”, disse Cleo Loi, da Universidade de Sydney. As estruturas
tubulares são a versão real das linhas tradicionalmente utilizadas para
ilustrar o campo magnético terrestre. Na verdade, não são linhas, mas tubos de
formatos muito dinâmicos, de várias espessuras, que ficam mudando o tempo todo
- de fato, a equipe conseguiu fazer um filme, mostrando todo esse dinamismo ao
longo de uma noite.
Os
astrônomos fizeram as observações com o radiotelescópio MWA (Murchison
Widefield Array), que foi projetado para observar as galáxias do Universo
primordial, assim como estrelas e nebulosas dentro de nossa própria galáxia. Mas
usaram essa radiação distante para detectar alterações em nossa própria
atmosfera. Conforme a luz de uma galáxia passa através das camadas na
magnetosfera da Terra, o caminho da luz - e, portanto, a posição aparente da
galáxia - é alterado por variações na densidade dessas camadas. O efeito é
similar a olhar para cima do fundo de uma piscina, vendo as distorções causadas
pelas ondas na superfície. Mapeando as variações nas posições de múltiplas
fontes de rádio ao longo de uma noite, foi possível mapear as distorções e
decifrar a forma e as dimensões das estruturas tubulares.
Os
dutos observados, imediatamente acima do radiotelescópio MWA, estão entre 500 e
700 km acima da superfície, alinhados com o campo magnético da Terra e seguindo
a curvatura esperada conforme ascendem ou mergulham a partir do planeta.
As
estruturas tubulares estão na plasmasfera, uma camada logo abaixo da ionosfera.
Agora que a técnica de observação foi desenvolvida, outros radiotelescópios
poderão mapear os tubos magnéticos em outros pontos da Terra, eventualmente
chegando a um mapa planetário completo das estruturas.
“As estruturas são extraordinariamente
organizadas, aparecendo como tubos regularmente espaçados alternando
subdensidades e sobredensidades, fortemente alinhados com o campo magnético da
Terra. Estes resultados representam a primeira evidência visual direta da
existência de tais estruturas”, escreveram os pesquisadores.
Nota:
Puro acaso ou design inteligente? Só
para lembrar: o campo magnético protege a Terra da radiação letal do Sol. Agradeça
a Deus por ele. [MB]