quarta-feira, junho 03, 2015

Família usa motorhome para ensinar culinária saudável

Crianças aprendem a cozinhar
O motorhome amarelo com estrelas azuis, carinhosamente apelidado de “estrelinha”, tem chamado a atenção especialmente das crianças e de seus pais em feiras de saúde realizadas pela Igreja Adventista. Há cerca de um ano, uma família do interior de São Paulo transformou o veículo num espaço lúdico com o objetivo de incentivar a garotada a ter uma alimentação mais saudável. Fábio e Lisany Contrera são os idealizadores da iniciativa. Eles contam que tudo começou depois de um curso realizado em uma igreja. Ao perceberem que a aula havia feito sucesso entre a criançada, o casal concluiu que o motorhome poderia chegar ainda mais longe na missão de promover a educação alimentar. O próximo destino foram as feiras de saúde. Desde então, o projeto já soma quase vinte participações em eventos do gênero. “A alimentação saudável deve ser aprendida desde cedo como um dos remédios naturais deixados por Deus. Por isso criamos esse ministério voltado para as crianças”, explica Fábio.

Conscientizar os baixinhos de uma maneira prazerosa e divertida é uma forma de mudar o comportamento dos próprios pais, conforme acredita Lisany. “Quando você ganha o filho, você ganha os pais. Então, ao invés de ensinar os pais a cozinhar, a gente passou a ensinar as crianças. Dificilmente um pai e uma mãe irão rejeitar um prato saudável preparado pela própria criança”, observa.

Embora Fábio e Lisany coordenem o projeto, eles não fazem o trabalho sozinhos. Um dos objetivos do casal é identificar nas igrejas crianças que tenham “dotes culinários”. Isso porque nas aulas práticas ministradas no motorhome, são os pequenos “chefs” que colocam as mãos na massa. “Nós apenas orientamos e supervisionamos para que não ocorra nenhum acidente”, explica Fábio.

Matheus Maia dos Santos, de 12 anos, é um dos aprendizes e, ao mesmo tempo, “professor”. “É incrível participar. Quando vi o ‘estrelinha’ pela primeira vez, não imaginava que nele funcionasse uma casa com uma cozinha que ensina a gente a fazer coisas gostosas e saudáveis”, relata. Hoje, Matheus é o responsável por um suco de melancia que ele garante ser irresistível, além de ser completamente natural.

Marcella Borges, de 9 anos, é outro talento que participa da iniciativa. Desde cedo ela demonstrou interesse por culinária e está decidida a estudar gastronomia e abrir um restaurante vegetariano, segundo conta o pai, Michelson Borges, que é editor da revista Vida e Saúde. “Ela ajudava a mãe na cozinha e, quando íamos a restaurantes, dava um jeito de observar a cozinha”, relembra. Como incentivo, os pais de Marcella criaram um canal no YouTube, onde a garota divulga vídeos com receitas naturais. “Quando a Lisany convidou a Marcella para participar no projeto de culinária saudável no motorhome, ela ficou muito feliz e descobriu o que pode fazer para ajudar nas feiras de saúde”, realça Michelson.

A mãe, Débora, acrescenta o fato de que o projeto valoriza receitas saudáveis enquanto a maioria dos sites e canais sobre culinária ensina a preparar alimentos que não fazem bem à saúde. “Isso ajudou a Marcella a desenvolver o gosto pelo que é bom e a sentir-se ainda mais motivada a ensinar outras pessoas”, avalia.

Marcella Borges e Lisany Contrera

Além de adquirir hábitos saudáveis, no motorhome as crianças aprendem que comida vegetariana também pode ser saborosa. E o modo de aprendizado não poderia ser outro. É fazendo que elas provam que isso é verdade. Trajando aventais e toucas, os “chefs mirins” preparam diante de expectadores com olhinhos atentos e água na boca receitas que incluem kibes vegetarianos, cookies de aveia, suco detox e pão de mandioquinha. E o melhor momento para a turma, como é de se imaginar, é a hora da degustação.

Diante dos primeiros resultados positivos, a família Contrera já pensa em agregar novas ações ao projeto. “Numa próxima etapa pretendemos criar concursos de culinária kids, por exemplo”, planeja Lisany. De acordo com ela, a ideia é premiar os vencedores com uma viagem a bordo do “estrelinha”, com direito, é claro, a acompanhamento dos pais e à especialidade da casa: comida 100 por cento saudável.

(Márcio Tonetti, Revista Adventista)