segunda-feira, junho 29, 2015

Casamento e sábado: instituições sob ataque

Criados por Deus
Em Gênesis 1:27 e 28, lemos: “Criou Deus, pois, o homem à Sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a.” E em Gênesis 2:23 e 24 está escrito: “E disse o homem: Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa [mulher], porquanto do varão foi tomada. Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne.” Jesus reafirmou essa verdade ao dizer que “no princípio da criação Deus ‘os fez homem e mulher’. ‘Por esta razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne’. Assim, eles já não são dois, mas sim uma só carne” (Marcos 10:6-8). A concepção bíblica/criacionista de casamento permaneceu relativamente segura através dos séculos, com uma ou outra tentativa de fazer uma releitura dessa instituição. Mas isso mudou radicalmente no dia 26 de junho de 2015, quando a Suprema Corte dos Estados Unidos aprovou o “casamento” de pessoas do mesmo sexo. A ironia está no fato de que uma nação fundada sobre princípios cristãos aprova uma lei que vai contra esses mesmos princípios.

É claro que a doutrinação favorável ao “casamento” gay vem sendo feita há muitos anos por meio de filmes, seriados, músicas, enfim, da mídia de modo quase geral. No Brasil não é diferente: em maio de 2011, uma novela exibiu o primeiro beijo gay na TV em nosso país. Foi um alarde. Discussão pra todo lado. Polêmicas. Ataques e defesas. Etc. Pouco tempo depois, a maior emissora do país levou ao ar uma novela em que os personagens principais eram homossexuais. No último capítulo, os dois protagonizaram também uma cena de beijo. A polêmica foi menor e até senhoras donas de casa (que certamente antes se escandalizariam com a cena) passaram a defender o romance dos dois rapazes. Finalmente, numa novela intitulada Babilônia, o beijo gay, desta vez envolvendo duas idosas lésbicas, foi exibido logo no primeiro episódio. E recebeu muitos elogios.

Zuckerberg apoiou a causa
Depois da aprovação do “casamento” gay pela Suprema Corte norte-americana, foi desencadeada uma onda de apoio aos homossexuais. Mark Zuckerberg, criador e dono do Facebook, alterou a foto de seu perfil na rede, aplicando nela as cores do arco-íris gay (que tem seis cores, em lugar do verdadeiro arco-íris, que tem sete). Foi uma febre instantânea. Pessoas e empresas, no Twitter, no Face e em outras redes sociais, passaram a exibir suas fotos e seus logos com as cores do movimento LGBT.

Levam a coisa na brincadeira e parecem ignorar as consequências de tudo isso. Dawn Stefanowic, filha de um “casal” homossexual e autora do livro Out From Under, escreveu num artigo publicado na internet: “A liberdade para pensar livremente a respeito do casamento entre homem e mulher, família e sexualidade é hoje restrita [no Canadá]. A grande maioria das comunidades de fé se tornaram ‘politicamente corretas’ a fim de evitar multas e cassações de seu status caritativo. A mídia canadense está restrita pela Comissão Canadense de Rádio, Televisão e Telecomunicações. Se a mídia publica qualquer coisa considerada discriminatória, suas licenças de transmissão podem ser revogadas, bem como serem multadas e sofrerem restrições de novas publicações no futuro.”

Em um artigo publicado no site da revista Time, Rod Dreher analisa riscos semelhantes aos quais os Estados Unidos podem estar colocando os cristãos ditos “ortodoxos”, ou seja, aqueles que querem continuar fieis à Palavra de Deus. O título do artigo de Dreher é “Cristãos ortodoxos devem aprender a viver como exilados em seu próprio país”.

Em seu livro O Maior Discurso de Cristo (p. 63, 64), Ellen White escreveu: “Então tiveram origem o casamento e o sábado, instituições gêmeas para a glória de Deus no benefício da humanidade. Então, ao unir o Criador as mãos do santo par em matrimônio, dizendo: Um homem ‘deixará... o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne’ (Gn 2:24), enunciou a lei do matrimônio para todos os filhos de Adão, até ao fim do tempo. Aquilo que o próprio Pai Eterno declarou bom, era a lei da mais elevada bênção e desenvolvimento para o homem.”

E no livro Educação (p. 250) ela afirma que “o sábado e a família foram, semelhantemente, instituídos no Éden, e no propósito de Deus acham-se indissoluvelmente ligados um ao outro”.

Note que ela relaciona intimamente as duas instituições e chega a considerar o casamento heterossexual monogâmico uma lei divina, assim como o sábado do quarto mandamento também o é (Êxodo 20:8-11) (assista a este vídeo). E ambas as instituições vêm sendo atacadas ao mesmo tempo. Além disso, é bom notar como, da noite para o dia, os Estados Unidos aprovaram uma lei que contraria a lei de Deus. Desta vez foi a lei do casamento. Mas o que virá a seguir?

É só lembrar da defesa que o papa Francisco faz do domingo como o novo shabbat, como se o sábado pudesse ser substituído por outro dia, assim como o casamento vem sendo substituído por outro tipo de união. Na encíclica Laudato Si, Francisco apresenta o primeiro dia da semana como uma possível solução para o aquecimento global. E esse esforço do papa em favor do meio ambiente foi saudado e elogiado por Barack Obama, que espera discutir mais a fundo o assunto com o líder católico e convidou os líderes mundiais a igualmente apoiá-lo (assista a este vídeo).

Você tem alguma dúvida de que estamos vivendo tempos solenes, de decisões rápidas e cumprimento profético? Eu não.

“Irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com os restantes da sua descendência, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus” (Apocalipse 12:17).

Michelson Borges