Criados por Deus |
Em
Gênesis 1:27 e 28, lemos: “Criou Deus, pois, o homem à Sua imagem, à imagem de
Deus o criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou e lhes disse: Sede
fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a.” E em Gênesis 2:23 e 24
está escrito: “E disse o homem: Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da
minha carne; chamar-se-á varoa [mulher], porquanto do varão foi tomada. Por
isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só
carne.” Jesus reafirmou essa verdade ao dizer que “no princípio da criação Deus
‘os fez homem e mulher’. ‘Por esta razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá
à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne’. Assim, eles já não são dois,
mas sim uma só carne” (Marcos 10:6-8). A
concepção bíblica/criacionista de casamento permaneceu relativamente segura
através dos séculos, com uma ou outra tentativa de fazer uma releitura dessa
instituição. Mas isso mudou radicalmente no dia 26 de junho de 2015, quando a
Suprema Corte dos Estados Unidos aprovou o “casamento” de pessoas do mesmo
sexo. A ironia está no fato de que uma nação fundada sobre princípios cristãos
aprova uma lei que vai contra esses mesmos princípios.
É
claro que a doutrinação favorável ao “casamento” gay vem sendo feita há muitos
anos por meio de filmes, seriados, músicas, enfim, da mídia de modo quase
geral. No Brasil não é diferente: em maio de 2011, uma novela exibiu o primeiro beijo gay na TV em nosso país. Foi um alarde. Discussão pra todo lado.
Polêmicas. Ataques e defesas. Etc. Pouco tempo depois, a maior emissora do país
levou ao ar uma novela em que os personagens principais eram homossexuais. No
último capítulo, os dois protagonizaram também uma cena de beijo. A polêmica
foi menor e até senhoras donas de casa (que certamente antes se escandalizariam
com a cena) passaram a defender o romance dos dois rapazes. Finalmente, numa
novela intitulada Babilônia, o beijo
gay, desta vez envolvendo duas idosas lésbicas, foi exibido logo no primeiro
episódio. E recebeu muitos elogios.
Zuckerberg apoiou a causa |
Depois
da aprovação do “casamento” gay pela Suprema Corte norte-americana, foi
desencadeada uma onda de apoio aos homossexuais. Mark Zuckerberg, criador e
dono do Facebook, alterou a foto de seu perfil na rede, aplicando nela as cores
do arco-íris gay (que tem seis cores, em lugar do verdadeiro arco-íris, que tem
sete). Foi uma febre instantânea. Pessoas e empresas, no Twitter, no Face e em
outras redes sociais, passaram a exibir suas fotos e seus logos com as cores do
movimento LGBT.
Levam
a coisa na brincadeira e parecem ignorar as consequências de tudo isso. Dawn
Stefanowic, filha de um “casal” homossexual e autora do livro Out From Under, escreveu num artigo
publicado na internet: “A liberdade para pensar livremente a respeito do
casamento entre homem e mulher, família e sexualidade é hoje restrita [no
Canadá]. A grande maioria das comunidades de fé se tornaram ‘politicamente
corretas’ a fim de evitar multas e cassações de seu status caritativo. A mídia canadense está restrita pela Comissão
Canadense de Rádio, Televisão e Telecomunicações. Se a mídia publica qualquer
coisa considerada discriminatória, suas licenças de transmissão podem ser
revogadas, bem como serem multadas e sofrerem restrições de novas publicações no
futuro.”
Em
um artigo publicado no site da revista Time,
Rod Dreher analisa riscos semelhantes aos quais os Estados Unidos podem estar
colocando os cristãos ditos “ortodoxos”, ou seja, aqueles que querem continuar
fieis à Palavra de Deus. O título do artigo de Dreher é “Cristãos ortodoxos
devem aprender a viver como exilados em seu próprio país”.
Em
seu livro O Maior Discurso de Cristo
(p. 63, 64), Ellen White escreveu: “Então tiveram origem o casamento e o
sábado, instituições gêmeas para a glória de Deus no benefício da humanidade.
Então, ao unir o Criador as mãos do santo par em matrimônio, dizendo: Um homem
‘deixará... o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma
carne’ (Gn 2:24), enunciou a lei do matrimônio para todos os filhos de Adão,
até ao fim do tempo. Aquilo que o próprio Pai Eterno declarou bom, era a lei da
mais elevada bênção e desenvolvimento para o homem.”
E
no livro Educação (p. 250) ela afirma
que “o sábado e a família foram, semelhantemente, instituídos no Éden, e no
propósito de Deus acham-se indissoluvelmente ligados um ao outro”.
Note
que ela relaciona intimamente as duas instituições e chega a considerar o
casamento heterossexual monogâmico uma lei divina, assim como o sábado do
quarto mandamento também o é (Êxodo 20:8-11) (assista a este vídeo). E ambas as instituições vêm sendo
atacadas ao mesmo tempo. Além disso, é bom notar como, da noite para o dia, os
Estados Unidos aprovaram uma lei que contraria a lei de Deus. Desta vez foi a
lei do casamento. Mas o que virá a seguir?
É
só lembrar da defesa que o papa Francisco faz do domingo como o novo shabbat, como se o sábado pudesse ser
substituído por outro dia, assim como o casamento vem sendo substituído por
outro tipo de união. Na encíclica Laudato Si, Francisco apresenta o primeiro dia da semana como uma possível solução
para o aquecimento global. E esse esforço do papa em favor do meio ambiente foi
saudado e elogiado por Barack Obama, que espera discutir mais a fundo o assunto
com o líder católico e convidou os líderes mundiais a igualmente apoiá-lo (assista a este vídeo).
Você
tem alguma dúvida de que estamos vivendo tempos solenes, de decisões rápidas e
cumprimento profético? Eu não.
“Irou-se
o dragão contra a mulher e foi pelejar com os restantes da sua descendência, os
que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus” (Apocalipse
12:17).
Michelson Borges