A esperança que nunca morre |
Desde
que a Nasa começou a enviar sondas para Marte a fim de analisar nosso vizinho
vermelho, muitos rumores e especulações sobre as descobertas feitas começaram a
surgir. Ainda que não tenhamos visto ninguém garantindo que a Discovery
tropeçou em um alienígena, a própria agência levantou a teoria de que o planeta
possuía marcações que serviam de indício de uma movimentação sazonal de água em
sua superfície. Porém, eis que o próprio órgão veio a público dizer que as
coisas não são bem assim. Como toda teoria, a hipótese inicial da agência
espacial foi analisada e acabou caindo por terra. Novas análises com base em
dados reunidos pela sonda especial Mars Odyssey mostraram que as tais linhas
que tanto intrigaram cientistas e que os fizeram acreditar que se tratava de um
rastro de água não é nada disso. A ideia acabou sendo derrubada quando o
sistema de imagens da sonda revelou que as partes onde as linhas se encontravam
tinham a mesma temperatura do restante do planeta, o que não deveria acontecer
caso o líquido estivesse presente por ali. Isso quer dizer que Marte é um
planeta seco por completo? Não necessariamente, já que a análise levanta a
suposição de que essas manchas negras na superfície de Marte podem conter água,
ainda que em uma quantidade mínima. O objetivo é imaginar o quanto.
A
primeira estimativa é de que ela não tenha mais do que três gramas de água por
quilograma de solo, ou seja, o equivalente ao mais seco dos desertos da Terra.
Pessimista, é verdade, mas não exclui a existência do líquido. Nova
hipótese é que manchas na superfície de Marte sejam sais hidratados pela água
no vapor da atmosfera. Tanto que alguns cientistas ainda seguem apostando na
hipótese de que as marcas têm mesmo alguma relação com a água.
De
acordo com Christopher Edwards, da Universidade do Norte do Arizona, as
descobertas recentes são mais do que consistentes para mostrar a presença de
sais hidratados em Marte. Segundo o pesquisador, você pode hidratar um sal
mesmo sem ter uma quantidade de água capaz de preencher o espaço entre as
partículas. Em outras palavras, você pode não ver, mas ela está lá. Isso
porque, segundo Edwards, os sais podem ser hidratados pela água vaporizada da
atmosfera e não necessariamente por uma fonte subterrânea. Assim, ele diz que
as marcações escuras no planeta podem não estar relacionadas a água em estado
líquido ou sólido, como se cogitava inicialmente, mas isso não significa que
devemos descartar a existência da substância como um todo.
Ele
aponta uma nova teoria na qual sugere a presença de cascatas de materiais secos
com diferentes propriedades termais que acabam resultando em uma avalanche que
gera esses possíveis sais hidratados. Porém, como a gente já aprendeu, nada
disso é uma conclusão definitiva, visto que a Nasa ainda luta para entender a
geografia do nosso vizinho e quais os segredos que se escondem embaixo de tanta
poeira.