segunda-feira, agosto 22, 2016

Pilares da pós-modernidade e a falta de discernimento

Colunas da sociedade relativista
Uma das marcas da nossa sociedade é a falta de discernimento espiritual. Há muitas vozes e muita confusão. Na pós-modernidade, não é politicamente correto afirmar que você tem a verdade e que essa verdade é absoluta. Um dos pilares da pós-modernidade é o pluralismo. No mundo, há muitas ideias, muitas crenças, muitas filosofias muitas maneiras de ver a vida e interpretar Deus. Vivemos numa sociedade inclusivista, onde há espaço para todas as crenças, sem qualquer senso crítico. Outro pilar da pós-modernidade é a privatização. O critério para definir a verdade é pessoal e subjetivo. Cada um tem a sua verdade. Essa verdade não precisa passar pelo crivo da análise e da investigação, desde que seja verdade para mim. Meu sentimento e minha experiência é que a validam como a minha verdade. Nesse contexto, duas coisas perdem o sentido:

Primeiro, a apologética. No mundo pós-moderno, não faz sentido discutir doutrina e teologia. Onde não existe verdade absoluta, não há espaço para a discussão de temas religiosos. Esse assunto deve ser empurrado para a lateral da vida e para fora da agenda da igreja. As pessoas não se interessam por doutrina, porque pensam que doutrina divide. Elas preferem temas mais amenos. Mas não há prática cristã sem doutrina. Antes de Paulo exortar a igreja, ele ensinava sobre doutrina. A doutrina é a base da moral. A teologia é a mãe da ética. O colapso moral presente na sociedade e na igreja é ausência da doutrina bíblica.

Segundo, a evangelização. Não faz sentido evangelizar, pois isso implica convencer alguém a renunciar a uma crença e abraçar outra; a deixar um estilo de vida e seguir outro. A evangelização é vista na pós-modernidade como uma violação da privacidade sagrada. Ela é uma petulância que merece as maiores críticas. A evangelização foi substituída pelo proselitismo. A conversão foi substituída pela adesão. As igrejas entraram numa espécie de concorrência no mercado de almas. Preferem tirar um membro de outra igreja evangélica a buscar os perdidos no mundo. Preferem pescar no aquário a conduzir os pecadores ao arrependimento.

Essa é uma das razões por que muitas igrejas não trabalham com pessoas e, sim, com massas. Elas não cuidam da particularidade; só se interessam pela multidão. Não fazem discípulos; buscam apenas agradar os clientes; não estão atrás de conversão, mas de adesão. Querem mais o dinheiro dos fiéis do que seus corações convertidos a Jesus.

(Hernandes Dias Lopes, Morte na Panela: Uma ameaça real à igreja, p. 39, 40)