terça-feira, agosto 02, 2016

Religiões se unem contra terrorismo e papa defende Islã

Politicamente correto
As religiões da França estão unidas contra o terrorismo e pedem mais proteção. Um dia depois do assassinato de um padre católico de 86 anos, o presidente François Hollande recebeu no palácio do Eliseu os líderes religiosos do país. O reitor da Grande Mesquita de Paris, Dalil Boubakeur, condenou o homicídio: “Estamos diante de um fato exterior ao Islã, um fato que todos os muçulmanos da França reprovam e rejeitam da maneira mais formal ao apresentar ao Monsenhor Cardeal as nossas condolências.” O cardeal André Vingt-Trois, arcebispo de Paris, lançou um alerta e um apelo: “Não podemos nos deixar levar no jogo político do Daesh que pretende lançar uns contra os outros, os filhos de uma mesma família.” Desde o início do ano passado que as 700 escolas judias e sinagogas e milhares de mesquitas estão protegidas no quadro da Operação Sentinela, mas fazer o mesmo com as 45 mil igrejas católicas da França parece missão impossível.

Por sua vez, o papa Francisco disse que não é “verdadeiro nem justo” associar o Islã à violência ou ao terrorismo. “Uma coisa é certa, em quase todas as religiões sempre existe um pequeno grupo fundamentalista. Nós também temos”, afirmou.

Em declaração a jornalistas a bordo do avião papal, quando voltava da Polônia, onde participou da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), o argentino acrescentou que “o Estado que se define islâmico apresenta uma identidade de violência”, que não pode ser ligada ao Islã, referindo-se ao grupo Estado Islâmico.

“Todos os dias, quando abro os jornais, vejo violência na Itália, alguém que mata a namorada, outro que mata a sogra. E são católicos batizados. Se falo de violência islâmica, também tenho de falar da violência cristã”, disse. “Nem todos os islâmicos são violentos e nem todos os católicos são violentos. É como uma salada de frutas: tem de tudo dentro.”

Um dos líderes mais influentes da Igreja Ortodoxa Síria, o patriarca de Antioquia Ignace Youssif III Younan, discorda do papa e de toda essa linguagem politicamente correta. “A sangue frio, somos nós que sofremos a cada dia, a cada momento, os perigos do terrorismo islâmico. Um bispo e dez padres foram mortos nos últimos tempos. [...] O que estamos sofrendo aqui é ódio por parte de uma religião [islamismo]”, disse ele.

A Santa Sé e o papa estão pedindo para os católicos se unirem a fiéis de outras religiões para combater a violência.

(Com informações de EuronewsAgência Brasil)

Nota: Com a onda crescente de ataques terroristas, o que mais se verá no mundo é um clamor pela paz, o que pode catalisar ainda mais os esforços ecumênicos de católicos e protestantes (até porque “o protesto acabou”, não é mesmo?). Diante do terror, as barreiras religiosas são mais facilmente derrubadas. E os que se opuserem a esses esforços ou serem vistos como opositores da paz serão considerados “fundamentalistas”, havendo a necessidade de ser combatidos e detidos. Então, pessoas que já estarão sendo consideradas inimigas da família e do meio ambiente serão acusadas também de amigas da desunião e, consequentemente, apoiadoras do terrorismo. Quem lê entenda... [MB]