Muito
antes da era da informação, pensava-se que as células eram muito simples, e era
fácil raciocinar que a vida tivesse surgido por acaso. O próprio Darwin pensava
que a célula era um simples protoplasma disforme, e ele concluiu que ela se
desenvolveu em um “pequeno lago quente”. Mas, quando a humanidade começou a
descobrir a maravilhosa complexidade da célula, tornou-se cada vez mais difícil
se apegar a teorias do acaso. Os biólogos geralmente se refugiavam na ideia de
um tempo quase infinito. Em razão disso - argumentavam - qualquer coisa pode
acontecer. Ao longo de milhões de anos, o inesperado se torna provável e o
improvável é transformado em inevitável. Por um período, os biólogos se saíram
com essa argumentação - somente porque o número de milênios evocado era tão
imenso que ninguém seria capaz de conceber o que aquele tipo de escala de tempo
realmente significava.
Mas
a revolução do computador colocou em xeque as hipóteses de que a vida tenha
surgido por acaso. No início dos anos 1960, matemáticos começaram a escrever
programas para simular cada processo debaixo do sol, e eles colocaram os olhos
sobre a própria evolução. Debruçados sobre computadores de alta velocidade,
simularam o processo de tentativa-e-erro da evolução neodarwiniana ao longo de
equivalentes bilhões de anos. O resultado foi estremecedor: os
computadores mostraram que a probabilidade de a evolução ter acontecido por um
processo ocasional é essencialmente zero, não importando quanto tempo levasse.