domingo, novembro 23, 2008

"Ó Paí, Ó" revolta evangélicos

Se já na estréia o seriado "Ó Paí, Ó" irritou a igreja evangélica ao mostrar o ator Lázaro Machado como um pastor aficionado por comida e dinheiro, a atriz Tânia Toko, a Neusão, avisa: "Ainda vai ter tanta polêmica". "Vamos falar de sexo na adolescência; garotas de programa; casamento homossexual...", completa ela, com sotaque baiano carregado. Para a atriz, os homossexuais e transexuais vão ficar "mordidos" quando, por exemplo, no episódio "Virado do avesso", de Carol Jabour, Neusão e o travesti Yolanda (Lyu Arisson) tentam adotar uma criança. Mas, na hora de assinar os papéis, a juíza percebe que quem ela pensava ser homem é a mulher e a travesti é o "homem".

"O seriado trata de questões sociais de forma leve e sempre bem-humorada", opina Tânia, que, no caso do pastor, ela considera que não houve intolerância. "Não podemos dizer que todos os pastores são assim. Fazemos humor", minimiza.

Já o pastor Derville de Souza Jr. reprovou o comportamento do personagem: "Na Globo o pastor é sempre corrupto ou maltrapilho. Essas repetições cansam." Adepta do candomblé e filha de mãe-de-santo, Tânia vê o lado positivo em tocar em assuntos delicados.

"As pessoas que chamam o candomblé de 'coisa do diabo' vão poder vê-lo de outra forma", espera a atriz. Ao todo, "Ó Paí, Ó" tem seis episódios e fica no ar até a primeira semana de dezembro.

(Terra)