quarta-feira, julho 28, 2010

Crepúsculo ou aurora – você decide

Estou preparando uma palestra para apresentar num congresso de adolescentes da minha região. A preocupação dos organizadores é com o impacto da série “Crepúsculo” (livros e filmes) entre adolescentes e jovens cristãos. Já que estou no Unasp por esses dias, resolvi fazer pesquisa entre estudantes e filhos dos meus colegas mestrandos. A Raquel Kauffman Fugêncio, de 19 anos, me forneceu informações especialmente relevantes, já que ela leu e analisou os quatro volumes da série vampiresca: Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse e Amanhecer. “O que mais me chamou a atenção é que nesses romances o vilão, em certos momentos, é o mocinho e vice-versa”, diz Raquel. “Com exceção de Crepúsculo, nas outras histórias não há um vilão que queira ficar com Bella Swan [a personagem principal], mas sim matá-la; a luta real para conquistar Bella é entre Jacob Black e Edward Cullen [o outro personagem principal, o vampiro].”

Aos 18 anos, Raquel leu a saga inteira apenas por curiosidade, quando a obra ainda não era tão conhecida. “A princípio, me senti bem com a leitura; era como se Edward fosse um herói que iria me ‘resgatar’. Com as descrições de Bella, eu o imaginava perfeito. Apenas em algumas partes do livro eu achava meio estranho ele se autodenominar vilão.”

De fato, o vampiro deixa no ar: “E se eu não for um super-herói ? E se eu for o vilão?”

Raquel começou a pensar que Edward estaria escondendo alguma coisa por trás da “carinha bonita”. Então passou a prestar mais atenção a algumas citações que estão escondidas nos livros e que geralmente nem são notadas. Exemplos:

“Eu sou um bom mentiroso, Bella. Eu tenho que ser”, Edward Cullen, Lua Nova, capítulo 23, p. 509. (João 8:44 fala do “bom mentiroso”.)

“Estou quebrando todas as regras, mas vou para inferno mesmo!”, Edward Cullen, Crepúsculo. “Que herói, hein! Satanás está cada vez pior usando ‘heróis’ para levar desesperança à juventude”, analisa Raquel.

“Você cheira exatamente a mesma de sempre. Então talvez isso seja o inferno. Eu não me importo. Vou levá-la”, Edward Cullen, Lua Nova, capítulo 20, p. 452.

“Eu concluí que, já que vou para o inferno, posso muito bem fazer o serviço completo. [...] Mas é possível que eu não a devolva – disse ele com um brilho perverso nos olhos”, Edward Cullen em conversa com Bella.

Em outra parte do livro, Edward diz ser uma pessoa desalmada, que faz mal a Bella e que deve se distanciar. Mas Bella retruca dizendo que não mais consegue viver sem ele. “É só pensarmos um pouco: Quem não tem ‘alma’? Quem não tem mais esperança? E quem quer nos roubar do verdadeiro Amigo?”, questiona Raquel.

A meu pedido, Raquel fez com meninas de 11 a 15 anos rápida pesquisa sobre a série "Crepúsculo". Algumas declarações: “Edward é perfeito” (12 anos); “Tenho que confessar que passo maquiagem mais clara para ficar com um ar de pálida” (15anos); “O sucesso é tipo Harry Poter, a única diferença é que Harry Poter é ficção e Crepúsculo é mais real” (13anos). Essas meninas são cristãs...

São dados preocupantes e Raquel questiona: “Será que estamos perdendo a noção do real e do fictício? ‘Crepúsculo’ é tão irreal quanto ‘Harry Poter’; não há uma escala que defina o que é mais ou menos real.” “Devemos tomar cuidado”, adverte a jovem. “Satanás está cada vez mais entrando em nossa mente. Não podemos deixar que isso aconteça. Temos tanta literatura religiosa boa...”

Edward mesmo pergunta: “Se você pudesse viver para sempre, para o que você viveria?” Para a salvação eterna ou perdição eterna? Para o crepúsculo ou a aurora?

Você decide. E essa decisão passa pelos conteúdos que você tem lido e assistido aqui e agora.[MB]