Tão antigo e tão igual... |
Nesta
segunda-feira (7), cientistas disseram ter encontrado o fóssil de uma criatura
semelhante a um camarão que viveu 520 milhões de anos atrás [segundo a
cronologia evolucionista] com um coração e artérias exemplarmente conservados
que representam o sistema cardiovascular
mais antigo já visto. Chamada de Fuxianhuia
protensa, a criatura era um artrópode
primitivo, um grupo de invertebrados com exoesqueleto que inclui crustáceos
como caranguejos, lagostas e camarões, assim como insetos, aranhas e
centípedes. O fóssil, encontrado na província de Yunnan, no sudoeste da China,
data da Explosão Cambriana, período capital na história da vida na Terra,
quando muitos dos maiores grupos animais surgiram [sic], mais de meio bilhão de
anos atrás [idem]. “É um caso extremamente raro e incomum que um sistema de
órgãos tão delicado seja preservado em um dos fósseis mais antigos e com tanta
riqueza de detalhes”, disse a paleontóloga Xiaoya Ma, do Museu de História
Natural de Londres, uma das pesquisadoras do estudo publicado no periódico Nature Communications.
As
partes moles do corpo de um animal tendem a se decompor após a morte, e por
isso normalmente os fósseis só preservam as partes duras, como ossos, dentes e
carapaças. “Entretanto, em circunstâncias excepcionais, o tecido mole e os
sistemas de órgãos anatômicos também podem ser preservados nos fósseis”, disse
Ma.
No
caso do Fuxianhuia protensa, o fóssil
mostrou um coração tubular no meio do corpo com um sistema de artérias rico e elaborado levando aos olhos, às antenas,
ao cérebro e às pernas da criatura. O sistema cardiovascular, incluindo o
coração e as artérias, permite que o sangue circule em todo o corpo e distribua
oxigênio e nutrientes. A maioria dos animais possui esse sistema, mas aqueles
que não são dotados de uma cavidade corporal, como as medusas e os
platelmintos, não o possui.
Este
fóssil lança uma nova luz sobre a evolução da organização corporal dos animais,
e mostra que mesmo algumas das primeiras
criaturas se assemelhavam a seus descendentes atuais, disseram os
pesquisadores.
Complexidade cambriana |
Nota:
(1) Preservação de tecidos moles realmente depende de condições excepcionais,
como sepultamento instantâneo sob lama; (2) o sistema cardiovascular do animal,
mesmo sendo do “antiquíssimo” Período Cambriano, é “rico e elaborado”; (3) “algumas
das primeiras criaturas se assemelhavam a seus descendentes atuais”. Tudo isso
é previsto pelo modelo criacionista. Por outro lado, o modelo evolucionista
prevê o aumento de complexidade a partir de organismos “rudimentares”. A
complexidade parece ser a regra, não exceção, quando se fala em vida. [MB]