sexta-feira, abril 04, 2014

Os planos de Deus são surpreendentes!

Michelle e Ricardo
Venho de uma família italiana tradicional católica, com muitos padres e freiras em todas as gerações. Apesar disso, meus pais decidiram matricular a minha irmã e eu no Colégio Adventista de Porto Alegre, o Capa, por ser uma escola considerada de qualidade, além de ser muito próxima de casa. Ali estudamos dos cinco aos 17 anos. Foram muitos anos de convivência com colegas e professores que sempre nos respeitaram e nos trataram com carinho, apesar de terem sofrido um pouco com minha rebeldia de adolescente. Sou cinco anos mais velha que minha irmã, então, enquanto ela ainda estudava no Capa, eu já estava na faculdade, cursando Biologia. Logo nos primeiros semestres, agora aos vinte anos de idade, senti muita dificuldade nas aulas de Evolução. Eu acreditava em Deus e tinha uma relação com Ele, mas não sabia defender minha fé da mesma forma que os professores defendiam e apresentavam a Teoria da Evolução. Senti que precisava de ajuda para entender melhor aquilo que eu acreditava. Apesar de seguir a religião católica, não via o catolicismo como um porto que me oferecesse segurança e informações esclarecedoras.

Deus me fez lembrar com carinho das capelas semanais na escola adventista, das histórias da Bíblia, contadas diariamente nas aulas, e das músicas que cantávamos sempre que tínhamos períodos de palestras na escola. Ele me impressionou a procurar a escola onde passei minha infância e adolescência, em busca de explicações.
                                              
Em 2003, fui ao Capa e procurei a professora de Biologia da minha irmã. Ainda não conhecia a professora Carol Fávaro, mas eu me apresentei e perguntei se poderia acompanhar algumas aulas dela, como observadora, além de perguntar algumas coisas sobre criacionismo e evolucionismo, para tirar algumas dúvidas. Ela foi extremamente gentil comigo e disse que teria o maior prazer em conversar sobre esses temas nos intervalos das aulas que eu assistiria, que seriam exatamente sobre esse assunto.

Já nas primeiras aulas a que assisti, senti um alento ao perceber que era, sim, possível justificar nossa fé em Deus, e o mais importante: senti que havia pessoas que sabiam argumentar com a mesma autoridade com que meus professores faziam na faculdade. Na semana seguinte, comecei oficialmente a fazer estágio no Capa, acompanhando a professora Carol em algumas aulas.

Alguns meses depois, em outubro, ela me convidou para assistir algumas palestras sobre criacionismo e design inteligente que seriam apresentadas no colégio. Na data do evento, eu estava lá, assisti às palestras da professora e do jornalista Michelson Borges, que mencionou no início da sua palestra sua origem evolucionista e como passou a acreditar no criacionismo. Fiquei muito entusiasmada com os argumentos que eles apresentaram! Percebi que Deus tinha me colocado ali naquela escola desde os primeiros anos de vida para aqueles momentos de esclarecimentos. Após as palestras, a professora Carol, Michelson, alguns outros professores e eu ficamos conversando na sala dos professores do colégio, onde mais algumas dúvidas foram sanadas. Voltei para casa com uma sensação de que Deus me amava de uma forma muito especial!

No fim do ano, terminei meu estágio na escola e precisava de mais tempo para finalizar alguns outros projetos, por isso precisei me afastar temporariamente do Capa. Nesse período, comecei a estudar a Bíblia em casa, de forma mais direcionada. No ano seguinte, em maio, voltei ao Capa como estagiária, agora trabalhando com Biologia, Química, Ciências e Física. No meu primeiro dia de retorno, conheci aquele que seria meu companheiro para a vida inteira: o pastor Ricardo Pereira. Ele era professor de Bíblia no Capa.

Algum tempo se passou e continuei trabalhando no colégio até o fim do ano de 2005. No dia 14 de janeiro de 2006, fui batizada pelo meu sogro, o pastor Valdivino Pereira. Terminei a faculdade de Biologia em julho de 2007. No dia 8 de agosto de 2007, casei-me com o Ricardo nos Estados Unidos, onde começamos nossa missão. Deus colocou no meu coração um desejo enorme de servi-Lo, em qualquer lugar do mundo. Foi por esse motivo que Ele nos enviou para o Japão, em 2011, onde trabalhamos por dois anos. E neste ano, o Senhor está nos enviando para a Bélgica, mais uma vez como missionários.

Quando colocamos nossa vida, nossos sonhos e nossos planos nas mãos de Deus, Ele nos mostra o quanto pode fazer por nosso intermédio; somos apenas instrumentos dEle. Somos muito felizes pelo privilégio que temos de servir nosso maravilhoso Deus até nos confins da Terra!

(Michelle Stuani Franzosi é bióloga)

Igreja de Kariya, Japão, 23 de junho de 2012

Bangkok, Tailândia, abril de 2012

Okusa, Japão, 2 de dezembro de 2012