sexta-feira, outubro 17, 2014

Papa NÃO pressionou Obama a assinar decreto dominical

Mais uma dos boateiros de plantão
De vez em quando, surgem por aí os mais estranhos boatos escatológicos. E com o advento das redes sociais, esse tipo de coisa se espalha como fogo no mato seco. A última “fofoca profética” ganhou terreno virtual no WhatsApp, e dava conta de que o papa Francisco teria pressionado o presidente norte-americano a assinar o decreto dominical, lei que imporá a observância do domingo como único dia de repouso semanal. Sim, isso (o decreto dominical) tem sabor de teoria da conspiração, eu sei. E eu mesmo achava isso lá pelos anos 1990, conforme conto no vídeo abaixo. No entanto, como você verá no vídeo, há fortes indícios de que uma lei dessa natureza contará com o apoio popular, motivo pelo qual ela jamais será assinada na surdina, de repente e, muito menos, divulgada apenas em redes sociais. Seria bom que os divulgadores desses boatos estudassem mais atentamente a Bíblia e, em especial, o livro O Grande Conflito. Note o que Ellen White escreveu a respeito do assunto:

“À medida que ganha terreno o movimento em favor do repouso dominical obrigatório, eles se regozijam, na certeza de que, por fim, todo o mundo protestante será reunido sob a bandeira de Roma” (p. 448).

“E então o grande enganador persuadirá os homens de que os que servem a Deus estão motivando esses males [catástrofes ambientais]. A classe que provocou o descontentamento do Céu atribuirá todas as suas inquietações àqueles cuja obediência aos mandamentos de Deus é perpétua reprovação aos transgressores. Declarar-se-á que os homens estão ofendendo a Deus pela violação do descanso dominical; que este pecado acarretou calamidades que não cessarão antes que a observância do domingo seja estritamente imposta; e que os que apresentam os requisitos do quarto mandamento, destruindo assim a reverência pelo domingo, são perturbadores do povo, impedindo a sua restauração ao favor divino e à prosperidade temporal” (p. 590).

Os trechos grifados por mim servem para mostrar que haverá uma “agitação” em torno da controvérsia sábado versus domingo. Haverá um “movimento”, discussões, perseguições e, por fim, a imposição da lei. E é obvio que seja assim, pois as pessoas terão que tomar sua decisão (pela lei de Deus ou pelas leis humanas) com base em fatos, em conhecimento, em informação. Se esse tema for tratado de forma secreta, em redes sociais às quais nem todos têm acesso, como as pessoas poderão se posicionar?

O pior de tudo são as consequências em curto e em longo prazo desses boatos. Em curto prazo, geram sensacionalismo, preocupações desnecessárias, arroubos de fanatismo, “reformas” motivadas pelos motivos errados (especialmente pelo medo), e atraem a desconfiança e o opróbrio sobre a igreja. Em longo prazo, trazem o desânimo e o ceticismo. Uma vez desmascarado o boato, fica a sensação de que foi apenas mais um, e se instala na mente a desconfiança, de tal forma que, quando vierem os verdadeiros sinais de que estão às portas os eventos finais há tanto aguardados pelo povo de Deus, muitos os compararão aos boatos do passado e duvidarão.

Levando tudo isso em conta, não tenho dúvida de quem está por trás desses criadores e espalhadores de mentiras. E percebo, com tristeza, que o povo de Deus “se perde por falta de conhecimento” (Os 4:6).

Michelson Borges



Leia também a nota de esclarecimento divulgada no Facebook da IASD.