segunda-feira, outubro 20, 2008

Beber antes dos 15 anos triplica chances de vício

Estudo realizado ao longo de 30 anos pelo Instituto de Psiquiatria da universidade britânica King’s College indica que beber ou usar drogas antes dos 15 anos pode até triplicar as chances de se tornar dependente de substâncias. A longa pesquisa, publicada na última edição da publicação médica Psychological Science mostra que além da dependência química, o uso de drogas e álcool na infância aumenta ainda a probabilidade de contrair doenças sexualmente transmissíveis (DST), abandonar os estudos e de praticar crimes no futuro. Foram examinados mais de mil casos, em primeira instância aos 3 anos de idade, e em várias outras ocasiões nos 30 anos seguintes.

Entre 13 e 15 anos, os participantes responderam a questões sobre o uso de drogas e álcool, o que possibilitou aos médicos dividir o grupo em usuários e não-usuários. Aos 32 anos, os pequisadores verificaram quantos participantes tinham problemas de dependência, DSTs, fichas criminais e, no caso de mulheres, gravidez precoce (antes dos 21 anos).

A pesquisa indicou que usuárias de drogas ou álcool antes dos 15 anos têm taxas de gravidez adolescente mais altas do que as que não tiveram exposição às substâncias.

Para o estudo, a definição de usuário de drogas ou álcool antes dos 15 anos englobou comportamentos como compra de substâncias, consumo repetido e uso na escola.

Os médicos descobriram ainda que a saúde dos indivíduos considerados usuários também foi afetada 20 anos mais tarde, independentemente dos problemas de comportamento durante a infância.

A pesquisa foi coordenada pela médica Candice Odgers, hoje na Universidade da Califórnia-Irvine.

“As descobertas desse estudo reforçam a mensagem de que o uso precoce de substâncias leva a problemas significantes no futuro dos adolescentes, ao contrário da mensagem alternativa, de que adolescentes jovens com um histórico de problemas são simplesmente mais inclinados a usar drogas precocemente e ter maus resultados”, disse Odgers.

(BBC Brasil)

Colaboração: Fernando Machado