sábado, outubro 18, 2008

A crise financeira e o cenário profético

Para solucionar os problemas dos bancos com a crise financeira, os governos têm investido de maneira pesada nos "pacotes econômicos". Resumidamente, significa usar dinheiro do contribuinte para comprar ações de bancos à beira da falência e títulos de baixa credibilidade no mercado (títulos podres), para manter os preços e gerar estabilidade no sistema financeiro. Já vimos isso no Brasil algumas vezes. Significa, também, reduzir juros para fomentar o mercado, reduzir impostos, conceder isenções e incentivos. Tudo bem, e daí?

Bem, lembra quem está comprando os títulos e as ações? Os governos das nações afetadas. Eles estão comprando ações e, com isso (na maior parte dos casos), direito de administrá-las. Os incentivos e auxílios aos bancos têm permitido que os governos tenham ingerência sobre as instituições ajudadas.

Algumas constatações importantes:

1. A crise mostrou a fragilidade do sistema financeiro e a incapacidade da "auto-regulação" do mercado. A ganância dos players tem mostrado que o mercado é mais imaturo do que se pensava, e a proposta neo-liberal de interferência zero do governo nele está cada vez mais desacreditada. Neste cenário, surge o salvador da pátria - o Governo.

2. O governo cobrará seu preço pela interferência em benefício dos desesperados. Se tornará um pouquinho "dono" das instituições e organizações ajudadas, com poder de tomar decisões. Banqueiros serão mais auditados do que nunca. Políticas de salários, bonificações e PLR (participação nos lucros e resultados) serão revistas e controladas pelo governo. Ou seja, o Governo terá muito mais poder dentro das instituições, e mesmo sobre os indivíduos.

3. Centralização do poder. George W. Bush - o homem mais poderoso da Terra -, além de ser o centro das atenções nas questões militares, ambientais e políticas, agora consolidou sua posição como figura-chave da economia. Com a fragilidade do mercado exposta e a sua submissão servil ao governo, o presidente dos Estados Unidos passa a dar as regras de forma mais clara nas questões financeiras.

4. Os Estados Unidos reafirmam sua liderança e hegemonia. Em matéria publicada hoje nos dia 14/10, no Invertia, um colunista do Wall Street Journal diz que a saúde financeira americana é melhor que a de todos os outros países. Entre outros motivos, porque seu pacote de ajuda representa menos de 5% do PIB nacional, enquanto os pacotes dos demais países chegam a passar de 12% do PIB de suas respectivas economias. Ou seja, a crise foi instalada nos Estados Unidos, e os maiores prejudicados são seus aliados. Todos os pacotes econômicos das nações afetadas pela crise serão totalmente inúteis se o mercado americano não reagir aos incentivos.

5. O Papa está mostrando ser um guru espiritual da economia, oferecendo conselhos aos desafortunados e palavras de orientação aos detentores do capital.

O cenário está, conforme as profecias indicam, consolidando a força dos Estados Unidos e demonstrando seu poder. O governo americano está ganhando preciosos palmos de terreno que o permitirão tomar decisões mais autoritárias no futuro. Ao mesmo tempo, a Europa está cada vez mais longe de alcançar a estabilidade financeira que permitiria a transição para uma economia unificada - conforme profecia da estátua de Daniel.

A Bíblia fala que em breve serão as questões morais e religiosas que passarão a ter maior interferência do governo americano e da liderança papal. Hoje, muitas pessoas podem achar isso absurdo. Talvez as mesmas pessoas que achavam absurda a idéia de uma quebradeira gigante no sistema econômico das nações mais ricas do planeta.

(Em Defesa da Verdade)

Comentário do Pr. Sérgio Santeli: "Na edição de Veja da semana passada, foi feita uma referência a "Deus" na capa. Sinal de que até mesmo a mídia secular (muitas vezes antireligiosa) tende a apelar para Deus em momentos de crise ou a editoria pretende antecipar uma futura tendência religiosa no debate público (leia-se crise final)?"