segunda-feira, junho 21, 2010

Projeto Atlanta: a caixa de abelhas

Consegui passar em paz por Honduras. A mão do Todo-Poderoso me salvou nesse país centro-americano. Tenho sempre comentado que Deus está aqui, bem do meu lado, e isso é verdade. Suas mãos têm me coberto e ocultado de todo mal. Venho passando tantas dificuldades para cruzar esses países e cumprir a meta que tenho de chegar nos Estados Unidos, em Atlanta, capital da Georgia, que só posso dizer que sem Deus ao meu lado nada posso fazer.

O fato é que já passei dos 8.000 km. Depois de escapar dos Maras de Honduras, cheguei a El Salvador e passei por lugares que os irmãos me diziam estarem repletos de delinquência e dos homens dos Maras.

Pela misericórdia de Deus, passei sem ser molestado por eles. Até os via com suas metralhadoras que não faziam questão de esconder, no entanto, o anjo do Senhor lhes proibia de fazer qualquer coisa comigo, pois sempre ouvia alguém dizer: “Deixa este passar livre!”

Dessa maneira, também venci esse país sem problemas. Cheguei a Guatemala e ali encontrei situação mais tranquila. Não se falava mais nos tais Maras ou qualquer grupo de bandidos e desordeiros de cidades grandes. Todavia, fui advertido sobre narcotraficantes na fronteira com o México. Mas o Senhor dos Exércitos, a quem venho servindo desde que deixei o Brasil, levou-me por caminhos até que cruzei para o México, sem ser atacado por qualquer pessoa também na Guatemala.

A seguir, ingressei no México. Segui pelos estados de Chiapas, Oaxaca, Vera Cruz e Tamaulipas, todos à margem do Golfo do México, o menor caminho até a fronteira dos Estados Unidos. Vi esse país com o controle maior sobre a criminalidade. Por onde pedalei, todos me falavam que a situação estava tranquila, a exceção das cidades fronteiriças com os Estados Unidos, devido às quadrilhas de narcotraficantes. Porém, viajando sempre confiante de que estou sob a guarda de anjos celestiais, avancei por Chiapas, Oaxaca e Vera Cruz.

Nesse último estado, um grupo de rapazes conduzindo um caminhonete, na autopista Vera Cruz-Córdoba, por volta das 22h, tentou me assaltar. Eles passaram por mim, analisaram minha bagagem e depois retornaram. A estrada estava escura e deserta. Não havia qualquer luz, a não ser a tênue claridade da lua.

Quando retornaram, puseram-se atrás de mim. Os faróis do veiculo me iluminavam e eu não parei. Eles ficaram um instante analisando o modo como me atacariam. Enquanto pensavam, avancei um pouco e cheguei a uma curva. Saindo do foco de luz da pick-up, entrei no mato com bicicleta e tudo. Encontrei um trilha e subi um morro empurrando a bike o mais rápido que pude. Ao subir, por estar escuro, bati com a “gorducha” em uma caixa de abelhas. Tive que me jogar no chão e esperar um pouco até elas se acalmarem, para então me mover. Enquanto isso, meus perseguidores se afastaram porque não tiveram coragem de entrar na floresta a minha procura. Passado algum tempo e sem ter levado picada de uma única abelha, retornei à autopista e viajei o resto da noite até alcançar a cidade de Vera Cruz.

Quando entrei em Tamaulipas, o estado que me daria acesso aos Estados Unidos, só escutava falar que a fronteira está cheia de traficantes e quadrilhas de sequestradores. Os irmãos adventistas me alertaram quanto aos perigos de cruzar de bicicleta essa região. Também me falaram sobre o perigo nas florestas próximas à fronteira por causa dos guias que as usam para levar pessoas de maneira ilegal para os Estados Unidos. Tudo isso eram obstáculos ao meu ingresso no país em que está localizada a cidade que sediará a 59ª Conferência Geral da Igreja Adventista, para onde sigo.

Mas, até aqui me ajudou o Senhor. Estou em Altamira, Tamaulipas, México, a apenas 450 km da fronteira do país que é meu sonho alcançar: Estados Unidos da
América do Norte.

Lá chegarei pela graça de Deus porque Ele está aqui. Convido você a acompanhar o fim desta maratona gigante empreendida na Terra pelo Atleta da Fé e dirigida dos Céus pelos exércitos de Jesus Cristo. A Ele toda glória e honra pelos séculos dos séculos.

Estou quase em Atlanta, não desista, siga-me um pouco mais porque a vitória nunca esteve tão perto.

Um até breve, agora breve mesmo...

(George Silva de Souza, atleta e autor livro Conquistando o Brasil)

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