sexta-feira, junho 04, 2010
Quando a liberdade é uma dádiva cruel
sexta-feira, junho 04, 2010
antropologia, filosofia
“Segundo Jean-Paul Sartre, ao homem corresponde uma liberdade absoluta com a qual chega a ser independente de toda ordem, toda lei, e de todo objetivo. É um ser completamente entregue a si mesmo e às suas decisões. O homem deve sair de seu ambiente conformista e exercer sua própria liberdade em decisões responsáveis. Na luta por manter sua liberdade pessoal, o homem enfrenta muitos inimigos: a tecnologia, a organização em qualquer esfera que tenha o propósito de usar as pessoas, a moral utilitária, a autoridade externa, a comunicação em massa e o conceito em si de objetividade. O que é que o homem consegue realmente com essa liberdade? O próprio Sartre reconhece que essa liberdade priva o homem de toda base sobre a qual pretende construir suas ações e, portanto, nenhuma ação pode ser boa, mas apenas uma dádiva cruel que o condena à liberdade como uma maldição. O homem não é uma realidade completa. É somente sua própria possibilidade, é apenas um projeto de si mesmo” (Mario Veloso, O Homem, Uma Pessoa Vivente, p. 15).