quinta-feira, junho 24, 2010

Steve Jobs e os muros de proteção

Steve Jobs, CEO da Apple, é um nome respeitado em todo o mundo, especialmente pela marca que criou e que é símbolo de alta tecnologia e inovação. Mas o que me leva a admirá-lo ainda mais foi a decisão que ele tomou em relação a seus produtos e a pornografia. Jobs resolveu tornar mais difícil em seus produtos o acesso à pornografia. O jornal britânico The Guardian noticiou: “Então, a insistente política de autocensura da Apple, para o novo IPad, tem deixado de fora muitas editoras de revistas.” Jobs reafirmou sua posição numa acalorada troca de e-mails com Ryan Tate, escritor do site Gawker.com, que acompanha notícias e fofocas no Vale do Silício e em outros lugares. Tate discordou do anúncio de televisão que chama o iPad de “revolução” e enviou um e-mail para Jobs: “Se Dylan [Bob Dylan, um dos músicos favoritos de Jobs] tivesse 20 anos hoje, como ele se sentiria sobre sua empresa? Ele acharia que o iPad teria a mínima coisa a ver com ‘revolução?’ Revoluções envolvem liberdade.”

Jobs respondeu. “Sim, liberdade de programas que roubam seus dados. Liberdade de programas que destroem sua bateria. Liberdade da pornografia. Sim, liberdade. Os tempos estão mudando, e alguns caras do PC tradicional sentem como se seu mundo estivesse desaparecendo. Está.”

Tate acusou Jobs de impor sua “moralidade” ao fazer com que a Apple proíba aplicativos pornográficos para o iPad. “Não quero ‘liberdade da pornografia’. A pornografia é simplesmente legal! Acho que minha esposa concordaria”, disparou de volta Tate – que mais tarde disse que lamentava ter mencionado a esposa. Jobs treplicou: “Você se importará mais com a pornografia quando tiver filhos. [...] Estamos apenas fazendo o que podemos para tentar preservar a experiência de usuário que idealizamos. Você pode discordar de nós, mas nossos motivos são puros.”

Em outra correspondência trocada com o cliente Matthew Browning, Jobs havia defendido a decisão da Apple de manter a pornografia fora de seus produtos: “Cremos que temos uma responsabilidade moral de manter a pornografia fora do iPhone. Quem quiser pornografia poderá comprar um Android”, disse ele, se referindo ao produto do competidor Google, que tem permitido aplicativos de armazenamento de pornografia para seu smartphone.

A posição da Apple diz respeito também a aplicativos. Por duas vezes a Apple recusou o aplicativo “Gay New York: 101 Can’t-Miss Places” (Nova Iorque Gay: 101 locais que você não pode perder), por incluir imagens obscenas e pornográficas.

Jobs está de parabéns pela coragem e firmeza com que exerce sua posição de formador de opinião e moldador de tendências, e sua marca subiu ainda mais no meu conceito.

Na verdade, a atitude dele serve até mesmo de incentivo aos cristãos internautas para erigirem muros de proteção ao seu redor. Liberdade não é sinônimo de libertinagem e irresponsabilidade. A autocensura do cristão é o mais puro exercício da liberdade de quem escolhe não se submeter a vícios degradantes que rebaixam o ser humano e destroem famílias. E seu antivírus está em Filipenses 4:8.[MB]