A
postura de cada um na iminência da morte pode esclarecer suas motivações e
escolhas durante a vida. Em geral, quanto mais maturidade se tem, mais
condições de avaliar tais escolhas. [...] Como estamos no ano de Darwin [2009],
150 anos de sua obra A Origem das
Espécies e 200 anos de seu nascimento, que se inclua na lembrança desse
ícone da ciência contemporânea suas tão importantes palavras no leito de morte.
Elas podem indicar onde estão as chaves que abrem as portas do cativeiro do
pensamento humano. Medite e avalie por si mesmo.
A visita de Lady Hope a
Charles Darwin. Os estudantes da teoria da evolução
podem se surpreender ao saber que, no fim de sua vida, Charles Darwin retornou
à sua fé na Bíblia. O relato a seguir foi feito por Lady Hope, de Northfield,
Inglaterra, uma maravilhosa mulher cristã que esteve muitas vezes ao lado de
sua cama nos seus dias finais.
“Foi
numa dessas gloriosas tardes de outono que às vezes temos na Inglaterra que fui
chamada para entrar e sentar-me com Charles Darwin. Sempre que eu o via, com
sua presença elegante, eu imaginava que dele se podia pintar um quadro
formidável para nossa Academia Real, mas nunca pensei tanto nisso como nessa
ocasião em particular.
Ele
estava sentado na cama, apoiado em travesseiros, olhando fixamente para uma
cena distante no bosque e nos campos de milho que reluziam à luz de um
maravilhoso pôr do sol.
“Seu
semblante iluminou-se de prazer quando entrei no quarto. Ele acenou em direção
à janela, apontando para a bela cena do poente. Em sua outra mão ele segurava
uma Bíblia aberta, a qual ele sempre estava estudando.
“‘O
que você está lendo agora?’, perguntei.
“‘Hebreus’,
ele respondeu. ‘O Livro Real, como eu o chamo.’ Então, à medida que colocava
seus dedos sobre certas passagens, ele comentava sobre elas.
“Fiz
algumas alusões às fortes opiniões expressas por muitos sobre a história da
criação, e sobre os julgamentos que faziam a respeito dos primeiros capítulos
de Gênesis. Ele pareceu angustiado, crispando seus dedos nervosamente, e um ar
de agonia tomou conta do seu rosto ao dizer: ‘Eu era um jovem com ideias
informes. Soltava perguntas, sugestões, indagando o tempo todo sobre tudo. Para
meu espanto, as ideias se alastraram como fogo. As pessoas fizeram delas uma
religião.’
“Ele
ficou em silêncio por um tempo e depois de dizer algumas frases sobre a
santidade de Deus e a ‘grandeza deste Livro’, olhando com carinho para a Bíblia
que estava segurando o tempo todo, ele disse: ‘Tenho um quiosque no jardim que
comporta cerca de trinta pessoas. É ali (ele apontou através da janela aberta).
Gostaria muito que você falasse lá. Sei que você lê a Bíblia nas aldeias.
Amanhã à tarde gostaria que os empregados neste lugar e alguns inquilinos e
vizinhos se reunissem ali. Você lhes falaria?’
“‘Sobre
que devo falar?’, perguntei.
“‘Cristo
Jesus’, ele respondeu num tom claro e enfático – e acrescentou num tom mais
baixo: ‘e Sua salvação. Não é o melhor tema? Depois quero que você cante alguns
hinos com eles. Você pode acompanhá-los com seu pequeno instrumento, não pode?’
“O
brilho do seu rosto, quando ele disse isso, eu nunca esquecerei, pois
acrescentou: ‘Se você fizer a reunião às três horas, esta janela estará aberta,
e você saberá que estou cantando junto com vocês.’”
Haveria
uma cena mais dramática? O âmago da tragédia nos é exposto aqui! Darwin, um
entusiasta da Bíblia, falando sobre a “grandeza deste Livro”, e sendo lembrado
de que o movimento evolucionista moderno na teologia, unido ao criticismo
cético, destruiu a fé bíblica de multidões. Darwin, com um ar aflito,
lamentando-se por tudo e declarando: “Eu era um jovem com ideias informes.” Que
condenação avassaladora! As “ideias informes” do jovem Darwin são a base da
teologia (e da ciência) moderna!
(Oswald Smith, Litt.
D., artigo extraído de Prayer Crusade, publicada por The Little Church by the
Sea, mc. Citado no livro: O Que Eles Disseram a um Passo da
Eternidade, John Myers, p. 244, Worship
Produções, D’Sena Editora)
(Fonte: Em Família 23)