É preciso reavaliar as hipóteses |
Algumas décadas atrás, os astrônomos eram
bastante confiantes sobre a formação de planetas no Universo [e sobre o Big Bang também]. Com base em nosso próprio sistema solar, eles pensavam que planetas
pequenos e rochosos se formavam perto de sua estrela-mãe e os planetas maiores
e gasosos, ou cobertos de gelo, se desenvolviam em lugares um pouco mais
afastados. Nos
últimos 20 anos, descobrimos planetas que nunca pensávamos que seriam possíveis
de existir. Então, quando eles começaram a encontrar esses planetas, ficaram
perplexos e confusos: Será que todas as teorias vigentes estariam erradas? Por exemplo, alguns planetas foram descobertos
tão perto de sua estrela que a orbitam completamente em apenas alguns dias, e
ainda, avaliando sua densidade, os estudos mostram que eles seriam feitos de
gelo. Outros planetas rochosos foram encontrados com um tamanho gigantesco,
contrariando todos os estudos anteriores.
Pensava-se que, à medida que a estrela central
gira, o material circundante se movia também e era aquecido. Essa matéria,
então, se unia a outros materiais com alto ponto de fusão como ferro e rochas,
que são formados mais próximos do Sol. Quanto mais distante no sistema, mais
frio o planeta, permitindo a formação de gelo ou o acúmulo de gás nas
proximidades, tornando-se “gigantes gasosos”, como Júpiter e Saturno.
Por que, então, encontramos sistemas onde há
gigantes de gás orbitando a um décimo da distância de Mercúrio em nosso próprio
sistema solar? Por que alguns sistemas planetários têm “superTerras”, planetas
rochosos enormes desprovidos de um exterior gasoso e que orbitam nos extremos?
E por que, também, que alguns planetas permanecem em órbitas elípticas
descontroladamente e não em um direcionamento organizado como os do nosso sistema
solar?
A resposta: nós simplesmente não sabemos.
Astrônomos cogitam que o processo de formação do planeta pode ser muito mais
caótico do que se pensava. “As
primeiras detecções de exoplanetas revelaram corpos que eram totalmente
diferentes de qualquer planeta do sistema solar”, declarou oficialmente
a Nasa. “E descobertas
posteriores mostraram que muitos sistemas de exoplanetas são muito diferentes
do nosso.”
No entanto, isso não é necessariamente uma
coisa ruim. Encontrar planetas que não estejam em conformidade com as teorias
vigentes significa simplesmente que não temos muita certeza sobre como funciona
a formação deles. Pode até ser que o nosso sistema solar seja bastante singular
quando comparado a outros sistemas planetários. Afinal, nós não temos “superTerras”,
algo que parece ser comum em outras partes da galáxia. Esse é um questionamento
interessante: Por que não temos “superTerras”? Os astrônomos estão pesquisando
para que possam responder essas perguntas em um futuro próximo com novas
teorias.
“Os estudos de
exoplanetas estão apenas começando, e não é possível ter certeza sobre planetas
‘típicos’ entre nossas estrelas vizinhas”, diz a Nasa. “Será que a maioria dos sistemas planetários provará ser muito parecido
com o nosso, ou somos excepcionais? Somente anos de estudo mais aprofundado
irão dizer.”
Isso não quer dizer que não existam sistemas
de exoplanetas como o nosso: a estrela 55 Cancri, a 41 anos-luz de distância da
Terra, tem um sistema de cinco planetas, com uma distribuição semelhante à
nossa. Porém, pode ser que nossas teorias sobre como estes planetas se
formaram, em primeiro lugar, e que tipo de sistemas que habitam, talvez
precisem ser revistas.
“Provavelmente,
a pergunta mais interessante, e uma das mais difíceis de responder, diz
respeito à singularidade da Terra”, conclui a Nasa. “Há planetas semelhantes ao nosso orbitando
outras estrelas, mas será que a vida existe em qualquer outro lugar além da
Terra?”
Nota: Por essa e por outras, nunca é seguro “colocar a mão no
fogo” por nenhuma teoria que diga respeito às origens do Universo e da vida
(ciência histórica), pelo simples motivo de que ninguém estava lá para observar
como isso teria acontecido (ciência empírica); e ciência depende de observação.
Perdi a conta dos inúmeros artigos que li e dos muitos documentários e
reportagens a que assisti e que afirmavam categoricamente que os planetas
tinham se formado assim e assim. Tudo com base nas observações feitas apenas em
nosso sistema solar, como se todo o Universo pudesse ser definido pelo que
vemos em nossa vizinhança. Coisa parecida fazem os evolucionistas no campo da
biologia e da geologia: observam fenômenos pontuais, extrapolam as conclusões para
o passado distante (e até ao futuro) e constroem verdadeiros contos de fada. Que isso que está acontecendo
nos domínios da astronomia/cosmologia sirva de lição a muitos cientistas
naturalistas ufanistas. Quando o assunto é ciência, humildade e prudência são mais do que
bem-vindas. [MB]
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