sexta-feira, abril 10, 2015

Só 15% das pessoas supostamente se beneficiam do álcool

Beber socialmente? O risco é seu
É comum a gente ouvir por aí que o consumo moderado de álcool é “bom para as pessoas”. Mas a verdade é que ninguém sabia o porquê, e a determinação de “moderada” também foi dada de maneira arbitrária. Um novo estudo envolveu 618 suecos com doença coronariana e um grupo de três mil indivíduos saudáveis de controle. Os indivíduos foram divididos em várias categorias com base na quantidade de álcool que consumiam periodicamente. Depois, foram testados, a fim de identificar um genótipo particular (CETP TaqIB) que estudos anteriores sugeriram desempenhar um papel nos benefícios para a saúde do consumo de álcool. Os resultados mostraram que o consumo moderado de álcool ajuda as pessoas a se protegerem contra doenças coronárias... APENAS SE as pessoas tiverem o genótipo. Em outras palavras, como explica o professor Dag Thelle, da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, o que esse resultado aponta é que o consumo moderado de álcool tem um efeito protetor em apenas 15% da população em geral. Sendo assim, os pesquisadores acreditam que o conselho dado frequentemente sobre os benefícios para a saúde do consumo moderado de álcool é muito radical. Porque ele infelizmente não vale para todo mundo.

De acordo com o professor sueco Lauren Lissner, que também participou do estudo, o consumo moderado de álcool, sozinho, não tem um efeito protetor muito forte, pelo menos não a ponto de ser considerável ou de servir de desculpa. “Nem esse genótipo específico”, ele explica. “Mas a combinação dos dois aparece para reduzir significativamente o risco de doença cardíaca coronária.”

Os códigos de genótipos para a proteína de transferência de Cholesterylester (CETP) afetam o conhecido como “bom” colesterol (HDL), e têm mecanismos cardio-protetores que ajudam a remover o excesso de lipídios dos vasos sanguíneos. Uma hipótese é a de que o álcool afeta de alguma forma a CETP, e isso beneficia o colesterol HDL. A segunda hipótese é que o álcool contém antioxidantes protetores saudáveis.

Os pesquisadores acreditam que uma ou ambas as hipóteses podem se provar corretas, mas os mecanismos pelos quais o colesterol HDL ou efeitos antioxidantes do álcool poderiam atuar permanecem desconhecidos.

“Nosso estudo representa um passo na direção certa”, comemora o professor Thelle. Mas muito mais pesquisa ainda é necessária.

Partindo do princípio de que a ciência já é capaz de descrever esses mecanismos, o próximo passo é realizar testes genéticos e determinar se uma pessoa pertence ou não ao grupo dos 15% sortudos [sortudos?]. Mas a coisa mais importante de todo esse estudo é identificar novos meios de utilizar os recursos do corpo para prevenir a doença cardíaca coronária.

Um brinde [com suco natural de fruta] aos estudos que ainda não foram feitos, mas a gente já considera muito. De coração.


Nota: Essa é mais uma pesquisa que ajuda a derrubar “lendas urbanas” que mais servem para justificar gostos pessoais. Quer uma receita infalível para cuidar da saúde do coração (e do corpo todo)? Uso correto da água, do ar e da luz solar, exercícios físicos, repouso adequado, alimentação saudável, temperança em tudo e confiança em Deus. Esses “remédios” gratuitos são infalíveis. Quantidades mínimas de álcool podem até ter algum benefício para os tais 15% da população, mas apresentam riscos para os neurônios, por exemplo, conforme outras pesquisas já demonstraram. Num passado bem recente, médicos até recomendavam um pouco de vinho, devido à presença de resveratrol e flavonoides. Ocorre que essas substâncias estão presentes na casca da uva, e nelas não há contraindicação. (Ah, e quase todo alcoólatra começou bebendo "socialmente".) Até quando o ser humano continuará se arriscando na desobediência às claras recomendações do Criador do corpo humano, escritas em Seu “manual do proprietário”, a Bíblia? [MB]