Eles querem saber a resposta? |
O
relatório do Instituto Barna concluiu que dois terços dos céticos frequentaram
igrejas cristãs no passado – a maioria por um período prolongado de tempo. No
entanto, eles consideram a igreja hoje como um espaço que não gera vínculos
fortes entre as pessoas, que não é relevante na comunidade e que tem uma visão
radical sobre temas como guerra, política, casamento gay e aborto.
Muitas
dessas concepções, segundo a investigação, são influenciadas por personalidades
com forte exposição na mídia. “Tem surgido um novo extrato de celebridades que
fazem apologia à antirreligião, que inclui Bill Maher, Sam Harris, Richard
Dawkins, Stephen Hawking, Peter Singer, Woody Allen, Phillip Roth, Julia
Sweeney e o falecido Christopher Hitchens”, afirma o estudo.
De
acordo com o Instituto Barna, o perfil do cético na atualidade é bem diferente
do que era há duas décadas. Um desses indicadores é que eles são mais jovens.
Vinte anos atrás, 18% deles tinham menos de 30 anos de idade. Hoje essa
proporção representa quase o dobro (34%). Por outro lado, aqueles com 65 anos
ou mais caíram pela metade nesse período (representam apenas 7%).
Outra
mudança verificada é que esse grupo agrega pessoas com maior nível educacional.
“Céticos de hoje tendem a ser mais bem educados do que no passado. Duas décadas
atrás, um terço dos céticos eram graduados universitários, mas hoje metade do
grupo tem um diploma universitário”, diz o relatório.
Além
disso, muitas mulheres também estão engrossando as fileiras do ceticismo. “Em
1993, apenas 16% dos ateus e agnósticos eram mulheres. Em 2013, esse número
tinha quase triplicado, passando para 43%. Esse enorme aumento não é porque o
número de homens céticos diminuiu. Na realidade, o número de homens tem
aumentado de forma constante ao longo das duas últimas décadas, mas não tão
rapidamente quanto o de mulheres”, conclui o estudo.
Outro
fator identificado na pesquisa é que o ceticismo religioso se diversificou
étnica e racialmente nos últimos anos. Os americanos brancos ainda são a
maioria, mas também cresceu o número de céticos de origem hispânica e asiática.
No entanto, embora tenha sido registrado um número crescente de céticos
hispânicos, “eles continuam apresentando, junto com os negros, uma
probabilidade menor de aceitar a ideia de um mundo sem Deus. Os americanos
brancos, que constituem dois terços da população total do país, estão bem acima
da média no que se refere à tendência de abraçar o ateísmo e o agnosticismo;
eles compõem três quartos do segmento cético”, informa a pesquisa.
O
estudo reúne dados de vinte inquéritos. No total, mais de 23 mil adultos
foram entrevistados por meio de consultas telefônicas e
online.
(Márcio Tonetti,
Revista Adventista)
Nota:
Será que ainda resta alguma dúvida de que, enquanto a fé esfria em “Laodiceia”,
com um cristianismo raquítico, domesticado e até hipócrita, o ceticismo aumenta
na mesma proporção? Será que ainda resta alguma dúvida de que a religião cristã
vivida pelos cristãos de hoje está deixando de prover respostas para os anseios
humanos e suas dúvidas existenciais? E será que ainda resta dúvida de que
precisamos reforçar a pregação apologética e o ensino de apologética em nossos
seminários teológicos, a fim de que os líderes espirituais possam dar adequada
e mansamente a razão da esperança que têm (1Pe 3:15)? É verdade que a falta de
fé na Terra é outra evidência de que a volta de Jesus se aproxima (Lc 18:8),
mas a igreja não precisa e não pode ficar de braços cruzados enquanto os
céticos saem por aí pensando e dizendo que os cristãos não têm respostas. Eles
têm, sim. Só precisam conhecê-las, estudá-las e vivê-las. [MB]