Em busca de vida extraterrestre |
Um
artigo científico relatando a descoberta de rajadas de ondas de rádio com um
padrão matemático estranho, e vindas de algum ponto do universo distante,
aumentou as esperanças de que ETs possam estar nos enviando sinais. Mas o que há
de real por trás disso e o que são apenas expectativas infladas? Veja o nosso
FAQ-ET.
1. Esta é a primeira
vez que pensamos ter encontrado alienígenas?
Não,
tem havido alguns alarmes falsos. O mais famoso foi um sinal com duração de 72
segundos, batizado de Wow! (Uau!) porque um astrônomo que analisou os
dados escreveu a interjeição ao lado dos dados, captados pelo telescópio Big
Ear, em 1977. O sinal não parece ter origem terrestre, mas nunca mais foi
captado.
Poucos
anos antes, a astrônoma Jocelyn Bell pensou ter encontrado sinais de outras
civilizações, quando na verdade havia acabado de descobrir os pulsares, restos
de estrelas que giram muito rapidamente emitindo um feixe de radiação, como se
fossem um farol.
Os
softwares do projeto SETI agora
eliminam falsos alarmes já na fonte, o que talvez explique a inexistência de
quaisquer sinais suspeitos nos últimos 10 anos - até este novo caso anunciado
agora.
2. As emissões de rádio
podem ter causas naturais não-vivas?
Rajadas
rápidas de rádio podem ter várias fontes, incluindo o choque entre duas anãs
brancas, gerando uma supernova, ou a aproximação de duas estrelas de nêutrons,
que emitem uma rajada de ondas de rádio antes de se fundirem em uma só.
Contudo,
nenhum desses eventos apresenta o padrão temporal das rajadas de rádio rápidas
detectadas agora.
3. Como é que vamos
descobrir se o padrão matemático 187,5 é real ou não?
Com
estatística. Primeiro, os astrônomos terão que descobrir mais rajadas de rádio
usando vários telescópios diferentes. Com base no tempo que os radiotelescópios
estiveram funcionando e na área do céu que eles cobriam, até descobrir as 10
emissões detectadas, estima-se que devem ocorrer 10 mil dessas rajadas rápidas
de rádio todos os dias. Observar todo o céu o tempo todo seria uma alternativa
cara demais. Assim, dependemos de que os telescópios estejam apontados para o
lugar certo, na hora certa.
As
novas ocorrências poderão apresentar o mesmo padrão temporal ou não. Se não,
caso encerrado. Mas, supondo que se encaixem no cabalístico 187,5, será necessário
então procurar quaisquer padrões terrestres que apareçam nas mesmas regiões ou
nos mesmos horários.
Isso
já pode estar jogando um pouco de água sobre a descoberta: os pesquisadores
publicaram uma atualização do seu artigo na qual eles sugerem que os sinais
detectados podem seguir o padrão temporal UTC/GMT, que os alienígenas
eventualmente não conhecem.
4. Se for realmente um
sinal de ETs, como é que vamos saber o que eles estão dizendo?
Para
as rajadas de rádio já detectadas, será
necessário tentar encontrar padrões e ver se alguma coisa está codificada,
além do número 187,5. A detecção de novos sinais poderá ajudar, mas alguns
cientistas do SETI acreditam que poderia levar séculos para decodificar
qualquer mensagem que recebamos.
5. Que outras formas
temos para encontrar ETs?
Os
astrônomos têm procurado alienígenas ouvindo sinais de rádio basicamente porque
são os mais fáceis de detectar. Também poderíamos procurar pulsos de laser, uma
vez que, tanto quanto sabemos, o Universo não cria emissões de laser
naturalmente, coisa que os seres humanos - e talvez os aliens - podem fazer.
Outra
possibilidade seria procurar por sinais de poluição atmosférica e de luz
artificial nos exoplanetas, embora a tecnologia para isso ainda esteja em
desenvolvimento.
Finalmente,
ETs suficientemente evoluídos podem ter desenvolvido uma versão superevoluída de energia solar, na qual a energia da sua estrela
seria coletada por uma esfera Dyson, que deixaria uma assinatura de
calor que poderíamos captar.
6. Em resumo, qual é a
explicação mais provável para os sinais já detectados?
A
única coisa que sabemos com certeza sobre as 10 rajadas rápidas de rádio e seu
padrão temporal é que elas estão nos dizendo que nós não entendemos alguma
coisa sobre o Universo. O que não sabemos pode ser que temos primos cósmicos,
ou que existe algum evento natural ainda desconhecido. O mais provável é que
nossas teorias ainda não cobrem algum aspecto do funcionamento dos pulsares ou
dos nossos próprios satélites, sejam espiões ou não.
Dessa
forma, investigando esse fenômeno nós vamos aprender ou algo sobre astrofísica,
ou algo sobre civilizações interestelares. É um jogo no qual ninguém perde.
Nota:
Esta frase me chamou a atenção: “...será necessário tentar encontrar padrões e
ver se alguma coisa está codificada”. Por que, quando olham para cima, os
pesquisadores concluem que, se encontrarem padrões e códigos, isso será
evidência de seres inteligentes, mas, quando olham para baixo, bem embaixo de
seu nariz, e veem os padrões e códigos ultracomplexos do DNA, concluem pelo
acaso? (Leia também esta e esta postagem.) Difícil entender, não? E mais: se eles encontrarem uma “versão superevoluída
de energia solar”, concluirão que isso é evidência de um design inteligente. Ok. E o que dizer da fotossíntese? Não é uma
forma superevoluída de captação de energia solar? Não precisamos, realmente, ir
muito longe para detectar sinais de inteligência extraterrestre no Universo. A
vida neste planeta foi criada por um Ser “extraterrestre”; na verdade, um Ser “extrauniverso”,
“extratudo”. Deus. [MB]