quinta-feira, abril 09, 2015

Uso constante do Facebook pode impulsionar depressão

Comparações que fazem mal
“A grama do vizinho é sempre mais verde.” O ditado famoso na cultura popular brasileira pode explicar por que os viciados em Facebook podem estar mais propensos a desenvolver depressão. Segundo um estudo da Universidade de Houston, publicado no Journal of Social and Clinical Psychology, quando navegam na rede social os usuários são expostos a comparações o tempo todo, o que potencializa o desenvolvimento da doença. Os pesquisadores argumentam que os viciados em Facebook podem comparar constantemente sua vida com as de outras pessoas e ter a sensação de que lhes falta algo. “É importante ressaltar que a maioria das pessoas se expõe no Facebook, então costumam postar apenas coisas boas da própria vida. No entanto, se não percebemos que isso está acontecendo e tentamos nos comparar, sentiremos que, de fato, não estamos no mesmo patamar que nossos amigos ”, chama atenção o pesquisador Mai-Ly Steers, responsável pela pesquisa.

O estudo analisou 154 pessoas com idade entre 18 e 42 anos, que usam a rede social diariamente. Após duas semanas do início da pesquisa, os internautas foram submetidos a um questionário para avaliar sintomas de depressão e o nível de comparação social. Os pesquisadores concluíram que aqueles que utilizam o Facebook diariamente muitas vezes se comparam aos amigos e apresentam sintomas de depressão como falta de esperança em um futuro melhor e tristeza. O resulto mostrou ainda que os sintomas são mais comuns em universitários, pelo fato de ainda estarem em um processo de estruturação da carreira.

Para os pesquisadores, independentemente do tipo de comparação, o uso constante do Facebook impacta negativamente o humor. Isso porque, mesmo que os usuários se comparem a pessoas que consideram “menos afortunadas” podem ter um sentimento negativo. “Talvez as pessoas com baixa autoestima estabeleçam comparações sociais no Facebook para melhorar a visão que têm de si mesmas, entretanto, depois de fazer isso, elas, na realidade, se sentem piores”, revela a pesquisa.