Comparações que fazem mal |
“A
grama do vizinho é sempre mais verde.” O ditado famoso na cultura popular
brasileira pode explicar por que os viciados em Facebook podem estar mais
propensos a desenvolver depressão. Segundo um estudo da Universidade de
Houston, publicado no Journal of Social
and Clinical Psychology, quando navegam na rede social os usuários são
expostos a comparações o tempo todo, o que potencializa o desenvolvimento da
doença. Os pesquisadores argumentam que os viciados em Facebook podem comparar
constantemente sua vida com as de outras pessoas e ter a sensação de que lhes
falta algo. “É importante ressaltar que a maioria das pessoas se expõe no
Facebook, então costumam postar apenas coisas boas da própria vida. No entanto,
se não percebemos que isso está acontecendo e tentamos nos comparar, sentiremos
que, de fato, não estamos no mesmo patamar que nossos amigos ”, chama atenção o
pesquisador Mai-Ly Steers, responsável pela pesquisa.
O
estudo analisou 154 pessoas com idade entre 18 e 42 anos, que usam a rede
social diariamente. Após duas semanas do início da pesquisa, os internautas
foram submetidos a um questionário para avaliar sintomas de depressão e o nível
de comparação social. Os pesquisadores concluíram que aqueles que utilizam o
Facebook diariamente muitas vezes se comparam aos amigos e apresentam sintomas
de depressão como falta de esperança em um futuro melhor e tristeza. O resulto
mostrou ainda que os sintomas são mais comuns em universitários, pelo fato de
ainda estarem em um processo de estruturação da carreira.
Para
os pesquisadores, independentemente do tipo de comparação, o uso constante do Facebook
impacta negativamente o humor. Isso porque, mesmo que os usuários se comparem a
pessoas que consideram “menos afortunadas” podem ter um sentimento negativo. “Talvez
as pessoas com baixa autoestima estabeleçam comparações sociais no Facebook
para melhorar a visão que têm de si mesmas, entretanto, depois de fazer isso,
elas, na realidade, se sentem piores”, revela a pesquisa.
(O Globo)