À semelhança do que ocorre na controvérsia entre criacionistas e evolucionistas, em que os do segundo grupo tentam impedir a discussão afirmando que defender a criação segundo a Bíblia é coisa para “fundamentalistas religiosos”, a polêmica sobre o aborto é classificada, também, como sendo apenas “papo de fundamentalistas”. É claro que, para quem crê em Deus, esse assunto tem implicações éticas, morais e religiosas. Mas não se trata apenas disso. E meu ex-professor de jornalismo na UFSC, Nilson Lage, mostra por quê:
1. Pensando por estereótipos, é senso comum que opositores do aborto são religiosos reacionários. Mas pode não ser assim, como veremos.
2. A primeira questão é se o aborto é ainda tão necessário quando é fácil impedir a gravidez, ou se, com mais informação, seria dispensável.
3. A segunda é que o aborto inocenta o homem e castiga a mulher, já que toda cirurgia tem riscos e, muito repetida, gera danos permanentes.
4. A terceira é se o custo (em dinheiro e danos à saúde) da aplicação em massa do aborto seria menor do que o custo das curetagens atuais.
5. A quarta é, numa sociedade de consumo, ver anúncios de abortos “confortáveis” em spas pagáveis em n prestações mensais.
6. O quinto é o dano psicológico dos abortos, principalmente repetidos, e como minimizá-lo, evitando a perda de autoestima e cinismo.
7. Tudo isso pode ser menos relevante, mas nenhum desses argumentos é de fundo religioso ou de porte inteiramente desprezível.
(Extraído do Twitter do Dr. Nilson Lage)