segunda-feira, outubro 04, 2010

Darwin: “o quinto elemento”

Sinceramente, não é possível aceitar as razões com as quais algumas pessoas buscam isentar Darwin da pecha do Darwinismo Social. Mas, como aqui a gente mata a cobra e mostra a cobra, trago novos fatos, que mais uma vez fazem cair a máscara do “naturalista politicamente correto”. Vejamos...

O Darwinismo Social, como é sabido, foi uma corrente teórica da segunda metade do século 19 e primeira metade do século 20, que aplicou na esfera social alguns princípios darwinistas, como a seleção natural, o lema “sobrevivência do mais apto” e o conceito de evolução como progresso. Dos muitos nomes que se engajaram em prol dessa ideologia, quatro deles são bem conhecidos: Hebert Spencer, Francis Galton, Lewis Henry Morgan e Edward Burnett Tylor.

Pois bem, “coincidentemente” – e aqui as aspas são propositais e indispensáveis –, os nomes desses quatro evolucionistas aparecem como referências bibliográficas. Onde mesmo? Aqui: A Origem do Homem e a Seleção Sexual. De quem mesmo? Charles Darwin, o homem que, segundo andaram dizendo por aí, elaborou sua teoria a favor de “uma causa sagrada”. Vejamos...

1. Herbert Spencer: “O nosso grande filósofo Herbert Spencer recentemente explicou suas ideias sobre o senso moral. Diz ele: ‘Creio que as experiências úteis, organizadas e consolidadas através de todas as gerações humanas passadas, têm produzido modificações correspondentes que, com a contínua transmissão e acumulação, tornaram-se em nós determinadas faculdades de intuição moral, correspondendo a certas emoções, que não têm base aparente na experiência individual de utilidade, à conduta certa ou errada” (p. 148).

2. Frances Galton: “Baseados na lei do desvio da média, tão bem ilustrada por Galton em seu livro Hereditary Genius, podemos também concluir que, se em muitas disciplinas os homens são decididamente superiores às mulheres, o poder mental médio do homem é superior àquele destas últimas” (p. 648).

3. Lewis Henry Morgan: “Morgan está convencido, porém, de que tal hipótese deve ser considerada como válida. Segundo este autor, os termos que exprimem vínculo, usados nas várias partes do mundo, dividem-se em duas grandes classes: a classificatória e a descritiva, sendo que esta última é a que nós usamos. É o sistema da classificação que nos leva a concluir que o matrimônio comum e os outros vínculos muito frágeis teriam constituído a união originariamente universal” (p. 677).

4. Edward Burnett Tylor: “Conforme mostrou Tylor, é também provável que os sonhos tenham sido os primeiros a dar origem à ideia dos espíritos, visto que os selvagens de fato não distinguem entre as impressões subjetivas e objetivas. Quando um selvagem sonha, crê que as imagens que lhe aparecem provenham de longe para se deterem diante dele; ou então: ‘O espírito do sonhador divaga durante suas viagens e volta para casa com a lembrança daquilo que viu.’ Mas enquanto as faculdades da imaginação, da curiosidade, da razão, etc., não tiverem alcançado um desenvolvimento completo na mente do homem, seus sonhos não levarão a crer nos espíritos mais do que um cão acredita” (p. 115).

Ou seja, se Darwin bebeu nos darwinistas socais, e se fez uso das premissas que nortearam essa ideologia, pode-se concluir tranquilamente que ele seria, entre estes, o “quinto elemento”:

5. Charles Darwin: “Ambos os sexos deveriam abster-se do matrimônio se acentuadamente fracos no corpo e na mente; mas estas esperanças são utópicas e nunca serão concretizadas nem mesmo parcialmente, enquanto as leis da hereditariedade não forem conhecidas amplamente” (p. 709).

(Charles Darwin, A Origem do Homem e a Seleção Sexual [São Paulo: Hemus Editora, 1974], via Humor Darwinista)