quarta-feira, outubro 13, 2010

O marido deve ser o dono do manual

Ivan Martins, editor-executivo da revista Época, escreveu um artigo que me chamou atenção mais pelo que não disse do que pelo que disse. Leia o texto aqui e meu comentário logo abaixo: “Quem gosta de ouvir as mulheres acaba escutando coisas que não têm equivalência na linguagem masculina. Outro dia, falando com uma amiga, ouvi uma expressão inédita para mim: o dono do manual. Quando percebeu a minha cara de espanto, a amiga deu uma risada gostosa e explicou que o dono do manual é, simplesmente, o sujeito que melhor transa com uma mulher. Não é o cara de quem ela mais gosta ou a quem ela mais admira, tampouco é o sujeito que ela ama ou com quem deseja se casar. É apenas (se é que o advérbio se aplica) o sujeito com quem ela faz sexo mais gostoso. Com mais liberdade, com mais intensidade, com mais prazer. Ao terminar essa explicação, minha amiga voltou à sua história e concluiu com ar tristonho: ‘Só de pensar que eu nunca mais vou transar com esse cara me dá uma tristeza...’ Ele é o dono do manual.

“Como os homens são animais naturalmente inquisitivos, eu me pus a pensar se eu já fui o dono do manual de alguém. Ou sobre quem seria o dono do manual das mulheres que passaram pela minha vida. O resultado não foi inteiramente tranquilizador. É inquietante pensar que a mulher que você ama pode ter outro homem como paradigma sexual. Enfim, fiquei abalado com as palavras da amiga. [...]

“Todo homem adulto se lembra de uma ou mais mulheres com quem o sexo costumava ser prodigioso. Fulana era espetacular, Sicrana me punha louco. Há casos de química arrebatadora e há situações arriscadas e excitantes. Às vezes essas duas coisas se somam para um efeito avassalador. Que fica. Anos depois, você está mergulhado no trabalho e vem do nada uma lembrança tão pungente que dá vontade de ligar para o 102 e descobrir, naquele instante, o paradeiro da desgraçada. Mas você não liga. Não faria sentido.

“Muitas dessas coisas, senão a totalidade delas, nada tem a ver com amor. É sexo do bom, às vezes com péssimas consequências. Lembro de várias conversas ao longo dos anos com amigos divididos entre a mulher de quem eles gostavam e a mulher com quem transavam feito louco. O que fazer? Nem sempre a vida põe o melhor de tudo no mesmo pacote. Quando isso acontece, as pessoas têm de escolher. [...]

“Portanto, garota, quando você perceber que, na hora H o seu sujeito não sabe o que fazer com as mãos, tente acalmá-lo. Talvez você não tenha notado, mas ele está folheando dois manuais ao mesmo tempo, o seu e o dele. E os homens, como se sabe, não são muito bons quando se trata de fazer suas coisas ao mesmo tempo.”

Nota: Por mais que homens e mulheres tentem aparentar indiferença quanto aos sentimentos envolvidos em relacionamentos “abertos”, o estilo de vida libertino marcado por expressões como “sexo casual” e “ficar” tem consequências emocionais. Não fosse assim, o moderno e “descolado” editor Martins não teria ficado inquieto e abalado. Especialmente reveladora é a admissão: “É inquietante pensar que a mulher que você ama pode ter outro homem como paradigma sexual.” Martins admite também que, mesmo que a “fila ande”, as memórias de experiências sexuais permanecem e até incomodam. Todo esse drama seria resolvido se o verdadeiro Manual da vida fosse seguido. A Bíblia garante que a felicidade conjugal está fundada na fidelidade e dedicação exclusiva de um parceiro ao outro. E, por mais estranho que isso soe à sociedade atual, a fidelidade conjugal começa na vida de solteiro. Explico: se a pessoa procurar ser fiel a Deus e ao futuro cônjuge (mesmo que ainda não conheça essa pessoa), mantendo namoros corretos dos quais não se envergonhará no futuro, sua mais profunda experiência íntima ocorrerá justamente com a pessoa com a qual dividirá o restante de sua vida e com a qual aprenderá as melhores maneiras de dar e obter prazer. Se foi fiel até o casamento, nenhum “fantasma” do passado ficará competindo com seu/sua companheiro(a). Um será a única referência sexual do outro. E se for um bom cônjuge, verdadeiramente interessado na felicidade e realização do outro, essa pessoa procurará se aperfeiçoar cada vez mais no conhecimento do tal do “manual”. Se reconhecessem e colocassem em prática os planos do Criador para o ser humano, as pessoas seriam muito mais felizes e plenas. A escolha é sua.[MB]

Detalhe: segundo pesquisa publicada no Science Blog, mulheres correm para o chuveiro após sexo com parceiros casuais. Seria peso de consciência?