sexta-feira, outubro 01, 2010

“As feias que me perdoem, mas beleza é fundamental”

Rosto de Luzia e a modelo Gisele Bündchen
Essa famosa frase de Vinícius de Moraes, embora politicamente incorreta, é excelente para explicar a evolução do homem sob a lógica do gradualismo ortodoxo darwinista. E para isso sirvo-me das diversas gravuras, as quais abundantemente povoam o fértil imaginário dos devotos de Darwin. Se atentarmos bem à árvore genealógica humana, como aquela divulgada na Wikipédia, notaremos que a evolução se seguiu num movimento ou marcha para adiante, sempre progressivamente. O homem, saindo de uma forma menos organizada, avança rumo ao ápice de sua evolução, muito bem refletido no branco europeu, preferencialmente os ingleses com o cérebro superior a 1.500 gramas.

Nos primórdios da Teoria da Evolução, o conceito de “mais evoluído” estava sempre associado à ideia de progresso e civilização. Darwin, ao ver pela primeira vez os fueguinos, considerados por ele como selvagens e incivilizados, escreveu: “Jamais esquecerei o espanto que tive quando pela primeira vez vi uma reunião de fueguinos numa praia selvagem e impérvia, diante da ideia que logo me veio à mente – assim eram os nossos antepassados. Esses homens estavam completamente pelados e tinham o corpo pintado, com os longos cabelos emaranhados, as bocas espumavam de excitação e tinham uma expressão selvagem, apavorada e cheia de suspeita. Malmente tinham alguma arte e viviam como animais selvagens daquilo que conseguiam capturar e eram impiedosos com o que não fosse da sua tribo. Quem tiver visto um selvagem em sua terra nativa não sentirá muita vergonha se for constrangido a reconhecer que em suas veias corre o sangue das mais humildes criaturas” (A Origem do Homem e a Seleção Sexual, Hemus Editora, 1974, p. 711).

Outro aspecto interessante sobre essa questão se refere à evolução em termos de estética. A beleza vai progredindo segundo o aumento da inteligência e o desenvolvimento do cérebro (na época de Darwin, por exemplo, era muito comum ligar o tamanho do cérebro ao nível de inteligência da pessoa. Paul Broca e Francis Galton sabiam que alguém era civilizado baseando-se no peso e na dimensão de sua cachola).

De Lucy até Emma, a beleza passou por pequenos e variados estágios. Quanto mais antiga é a espécie de hominídeo, mais esteticamente feia ela vai ser representada nas gravuras. À medida que se aproxima a civilização, as feições vão ganhando contornos mais harmoniosos, ao mesmo tempo em que se distanciam de suas primitivas características simiescas. Até que o homem, por fim, consegue chegar ao topo da civilização, ao cimo da evolução: Inglaterra e Charles Darwin!

(Humor Darwinista)