Como
vimos nesta postagem,
a posição de consenso entre os evolucionistas é que a evolução é um fato, cada pedacinho
dela, assim como a gravidade, a esfericidade da Terra e o heliocentrismo são
fatos. Mas a evidência científica não mostra a evolução como sendo um fato,
então o que está acontecendo? Por exemplo, os evolucionistas recorrem ao
registro fóssil, mas os fósseis revelam que as espécies existiram no passado,
não como elas chegaram lá. Adaptações
mínimas são sugeridas nos fósseis, mas a mudança evolucionária de grande escala
deve ser inferida de ter ocorrido entre fósseis de espécies diferentes. Na
verdade, o registro fóssil revela explosões de diversidade e novas formas
surgindo abruptamente.
Os
evolucionistas também recorrem à anatomia comparativa. Mas, novamente, esses
exemplos não nos dizem como as
espécies surgiram. A semelhança entre as espécies não implica uma relação
evolucionária. Na verdade, a anatomia comparativa comumente revela padrões
contraditórios. Espécies distantes compartilham dos mesmos designs, e espécies irmãs mostram designs muito diferentes.
Os
evolucionistas também recorrem à adaptação de pequena escala que podemos
observar. Mas não sabemos se essas adaptações geralmente se acumulam para criar
a mudança de grande escala que a evolução exige que ocorra. Na verdade, até os
evolucionistas têm concordado que isso é muito duvidoso, e que algum outro
mecanismo desconhecido se faz necessário. De fato, essas adaptações são
produzidas como consequência de estruturas moleculares complicadas, e de mecanismos
cujas origens a evolução não explica.
Há
evidência a favor da evolução? Certamente, há bastante evidência a favor da
evolução. Mas existem problemas significativos com a evolução. Há bastante
evidência a favor da evolução, assim como há bastante evidência a favor do
geocentrismo. Mas a ciência não se revelou boa para as duas teorias.
Assim,
a evidência a favor da evolução segue este padrão geral: até no seu melhor, ela
não prova a evolução como sendo um fato. E, além disso, a evidência revela
problemas substanciais com a evolução.
Então
como podem os evolucionistas proclamar a evolução como sendo um fato, com tanto
fervor? Parece haver um descompasso gritante entre a evidência e as afirmações
de verdade dos evolucionistas. A resposta é que os evolucionistas usam o
raciocínio contrastante. A evolução não é afirmada como sendo um fato baseado
em quão bem ela se encaixa na evidência, mas, antes, quão pobremente a
alternativa se encaixa na evidência. A evolução é provada ser um fato pelo
processo de eliminação.
Por
exemplo, os evolucionistas explicam que os designs
da natureza aparentemente inúteis ou prejudiciais não fazem sentido, a não ser
à luz da evolução. Tais designs
prejudiciais não são, na verdade, preditos pela evolução. Eles são
probabilidade baixa em evolução, mas esses designs
prejudiciais são pelo menos entendidos considerando-se a falta de planejamento
da evolução. Os designs podem ser de
probabilidade baixa, mas não de todo impossíveis.
Mas,
se as espécies foram planejadas inteligentemente, então esses designs inúteis e prejudiciais não fazem
nenhum sentido. Assim, podemos dizer que a evolução é provada não por
evidências positivas, mas por evidências negativas. E, na verdade, quanto pior
for a evidência, melhor para a evolução, porque tais evidências negativas são
muito piores para a alternativa.
Na
verdade, não existem demonstrações do fato da evolução que não apelem para tal
raciocínio contrastante. Os evolucionistas têm um grande número de provas a
favor do fato da evolução, mas eles sempre trazem alguma forma desse raciocínio
contrastante. Eis como o filósofo Eliott Sober explica o raciocínio contrastante:
“Este
ultimo resultado fornece um lembrete de quão importante é o quadro contrastante
para avaliar a evidência. Parece ofender o senso comum dizer que E é a
evidência mais forte a favor da hipótese da ancestralidade comum, quanto menor
for o valor de [a probabilidade de E considerando-se a hipótese da
ancestralidade comum]. Isso parece equivalente dizer que a evidência apoia
melhor a hipótese quanto mais milagrosa fosse a evidência se a hipótese fosse
verdadeira. Entramos em um mundo a la
Lewis Carroll, onde para baixo é para cima? Não, o ponto é que, nos modelos que
temos examinado, a proporção [a probabilidade de E considerando-se a hipótese
da ancestralidade comum dividida pela probabilidade de E considerando-se a
hipótese da ancestralidade separada] sobe enquanto [a probabilidade de E
considerando-se a hipótese de ancestralidade comum] desce. ... Quando as
verossimilhanças das duas hipóteses estão ligadas dessa maneira, é um ponto a
favor da hipótese da ancestralidade comum que diz ser a evidência muito
improvável” (Evidence and Evolution, p. 314).
Esses
argumentos e conclusões evolucionários são muito poderosos. Parece que o
argumento do evolucionista é convincente. As espécies devem ter surgido
espontaneamente via mecanismos evolucionários. Mas, em tudo isso, tem uma
pegadinha.
A
ciência não pode saber todas as explicações alternativas para a origem das
espécies. Quando os evolucionistas concluem que a evolução é um fato via
processo de eliminação, eles estão fazendo uma pressuposição sutil, mas não uma
pressuposição científica crucial – a de que eles sabem todas as explicações
alternativas.
Assim,
todos esses argumentos evolucionários poderosos a favor do fato da evolução não
são científicos. Em outras palavras, a evolução tem argumentos extremamente
poderosos e convincentes, mas o custo de construir tal caso poderoso é que a
ideia não é científica.
Sem
essas provas poderosas, a evolução
ficaria exposta aos muitos problemas e contradições científicas. A ideia de que
o mundo, e tudo da biologia, surgiu espontaneamente é, de uma perspectiva
estritamente científica, extremamente improvável. Mas a evolução é blindada de
tais problemas pelas suas poderosas provas
não científicas.
Esse
aspecto não científico da evolução é imenso e seria difícil subestimá-lo. Ele
tem alterado dramaticamente a própria percepção de ciência e de sua evidência.
Considerando-se o fato da evolução,
toda a biologia é interpretada de acordo com essa ideia. Os muitos problemas
científicos com a evolução se tornam “problemas de pesquisas” mais amigáveis. E
a teoria se torna imune ao ceticismo científico.
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