A revista Época desta semana publicou matéria de capa sobre as vantagens do sexo para a saúde. Leia alguns trechos aqui: “Parece animador que uma atividade prazerosa – a mais prazerosa oferecida pelo corpo humano – seja fonte de saúde. Normalmente, cuidar da pressão, assim como de outros aspectos de longo prazo da saúde, é sinônimo de privar-se de prazeres, não cultivá-los. [...] Organização Mundial da Saúde diz desde 2000 que sexo de qualidade é um dos quatro pilares de uma vida saudável. [...] Pesquisas científicas, embora incompletas, e observações de médicos sugerem que o sexo afeta de forma positiva uma enorme variedade de funções orgânicas. É sabido que a atividade sexual provoca uma cascata hormonal que repercute em várias áreas do corpo. Por isso, estaria relacionada a benefícios tão distintos quanto a melhoria da pele, o combate ao estresse e a redução da sensibilidade à dor. Há estudos que relacionam a maior frequência sexual à redução de infartos, à diminuição de derrames e à menor incidência de câncer de próstata. Estimulado pelo sexo, diz uma pesquisa, o sistema imune funciona melhor e protege de forma mais eficiente contra resfriados. Há indícios de que mesmo a cicatrização é mais rápida para quem pratica sexo regularmente e que as pessoas tendem a viver mais se tiverem uma vida sexual ativa. Já se identificaram vínculos até mesmo entre o contato com o sêmen e a diminuição dos casos de depressão entre as mulheres. [...]
“O ato sexual libera um hormônio chamado oxitocina, que atua nas fibras nervosas e já foi relacionado, por um estudo de 1999, à redução da dor. [...] O fisiologista Turíbio Leite Barros Neto, professor da Universidade Federal de São Paulo, diz que o sexo tem um efeito psicológico tão positivo (por meio da liberação de endorfina, o hormônio do bem-estar) que se sobrepõe ao desgaste físico que possa provocar nos atletas. Apenas em esportes como boxe o sexo pode prejudicar o desempenho. “A endorfina tranquiliza e pode inibir a agressividade, que é muito necessária nas lutas”, diz ele. Os antigos já suspeitavam disso. Em várias culturas, os guerreiros se abstinham antes das batalhas para enfrentar o inimigo com mais raiva. [...]
“[Mas é bom lembrar que] não é fácil isolar o sexo de outros fatores, como a estabilidade da relação, o amor, o afeto [e que] mesmo quando se estabelece claramente que pessoas que praticam mais sexo têm menos problemas, não é possível inferir que o sexo seja a causa. Ele pode ser a consequência (pessoas com menos problemas de saúde é que fazem mais sexo, e não pessoas que fazem mais sexo têm saúde melhor). Um caso típico é o estudo apresentado em 2000 pela Universidade de Bristol, no Reino Unido, com 2.400 homens do País de Gales. Sua conclusão é que três ou quatro orgasmos por semana cortam à metade o risco de infarto ou derrame. [...] Mesmo que não seja causa da longevidade (o que muita gente debate), a simples correlação entre sexo e saúde é crucial. Significa que ele serve como sintoma de que há algo errado. E isso não é pouca coisa. Se você não quer – ou não consegue – fazer sexo, pode ser um sinal para procurar o médico. [...]
“Outra área em que há indícios positivos da influência do sexo é o sistema imune. Em 1999, uma pesquisa com 111 universitários americanos mostrou que os que faziam sexo uma ou duas vezes por semana apresentavam níveis 30% maiores de imunoglobulina A, um anticorpo que protege contra gripes e resfriados. A julgar por essa pesquisa, porém, seria melhor cortar à metade a recomendação de Temporão: os que faziam sexo mais de três vezes por semana tinham níveis de anticorpos menores do que os que não praticavam sexo. Os pesquisadores não conseguiram explicar.
“Tampouco existe consenso sobre algo que parece óbvio: a queima de calorias no intercurso sexual, fundamental para entender os efeitos do sexo sobre o sistema cardiovascular. Há estudos americanos que mostram que se gastam 85 calorias em cada transa, suficiente para ‘queimar’ um Big Mac em 42 sessões de amor. Outras fontes estimam que o mesmo ‘exercício’ é capaz de gastar 200 calorias, o que o faria equivalente a uma corrida de 30 minutos. O cardiologista Nabil Ghorayeb, chefe do Departamento de Cardiologia do Esporte do Hospital Dante Pazzanese, em São Paulo, estima em 100 calorias o gasto típico de uma relação sexual, equivalente a um coito de dez minutos. Para alcançar algum benefício cardiovascular apenas com sexo, diz ele, seria necessário transar 20 vezes por semana. Com números tão conflitantes, fica evidente que a energia gasta no sexo depende de quem o faz, como faz e com quem faz – e também do médico que está contando as calorias. Apesar disso, a mensagem é clara. ‘Sexo alivia o estresse e reduz a pressão arterial, por isso faz bem ao coração’, diz Ghorayeb. ‘Mas só sexo não adianta.’ Ele sublinha que um hipertenso que toma os remédios direitinho pode praticar sexo sem medo. Para quem não se trata a história é outra. ‘A pressão arterial de um homem de 50 anos, com sobrepeso e hipertensão sem controle, pode chegar a 26 por 11 durante a relação sexual.’ [...]
“Para a psiquiatra Mônica Mogadouro, de São Paulo, pelo menos no que se refere à saúde mental, os relacionamentos são mais importantes que o ato sexual. ‘Não acho que o sexo sem outros envolvimentos faça bem’, diz ela. ‘O que eu vejo, na verdade, é que ele funciona como sintoma: adolescentes deprimidas é que saem transando com todo mundo.’ [...]”
Nota: Quando consultamos o Gênesis, o livro bíblico das origens, podemos ver o plano de Deus para a sexualidade humana. O Criador criou uma mulher e um homem, casou-os, deu-lhes o sexo de presente e ordenou que se multiplicassem. A intimidade física e emocional do par seria tão grande que foram considerados “uma só carne”. Evidentemente que o sexo não foi dado de presente por Deus apenas para procriação. O prazer e a intimidade que ele proporciona também estão envolvidos no “pacote”. Deixando de lado o aspecto puramente físico enfatizado na matéria de Época e a modalidade de sexo antinatural (homossexual) que ela também cita (e eu omiti), é bom lembrar que outras pesquisas relacionam o sexo sem afetividade e compromisso à baixa autoestima e à depressão, o que deixa claro que o sexo foi criado para ser vivenciado numa relação de compromisso, afetividade e fidelidade – e essa relação tem nome: casamento. Somente assim o sexo pode representar saúde física e emocional.[MB]
Em tempo: Parabenizo os editores e designers da revista pela capa criativa que mostra que não é preciso apelar para a vulgaridade e o erotismo impróprio quando o assunto é sexo.
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