Gente, o Dawkins, o papa do neoateísmo chique e perfumado, tem se recusado a debater com pessoas de pensamento diferenciado, mas eu nunca esperava que ele fosse ser chamado de covarde por se recusar a debater com pessoas assim. Sabe quem chamou Dawkins de covarde? Os criacionistas? Não! A turma perversa do Design Inteligente? Nem está quente! Os agnósticos? Ficou meio quente! Não se assuste. Galera de meninos e meninas de Darwin, vocês são varonis e vão poder suportar este duro golpe: nenhuma pessoa dos grupos acima mencionados chamou o Dawkins de covarde. Quem chamou foi Daniel Came, um filósofo de Oxford e, pasme, ateu como Dawkins: “[...] por se recusar a debater com William Lane Craig, que já debateu com muitos ‘neoateus.”
O prof. Dawkins afirma que o prof. Craig não é uma figura digna de sua atenção, e tem sido citado como tendo afirmado que tal debate iria “parecer legal” no currículo vitae do seu oponente, mas não no dele.
“O prof. Craig é um pesquisador e professor de Filosofia no Talbot School of Theology, na Califórnia, e autor de 30 livros e centenas de artigos sobre o cristianismo. Ele debateu com pensadores importantes incluindo Daniel Dennett, A. C. Grayling, Christopher Hitchens, Lewis Wolpert e Sam Harris.”
Em uma carta ao prof. Dawkins, o Dr. Came afirmou: “A ausência de um debate com o maior apologeta do teísmo cristão é uma omissão evidente em seu CV, e, é claro, passível de ser interpretado como covardia de sua parte. Eu reparo, por contraste, que você se sente bem em discutir assuntos teológicos com apresentadores de televisão e rádio e outros intelectuais pesos-pesados…”
(Tim Ross, “Richard Dawkins accused of cowardice for refusing to debate existence of God”, The Telegraph, 14 de maio de 2011)
Nota do blog Desafiando a Nomenklatura Científica: “Traduzindo em miúdos: depois de ser chamado de covarde por um ateu, Dawkins, o queridinho dos neoateus, da grande mídia e da Companhia das Letras ($) não vai mais poder se desculpar de que os outros com quem ele se recusa a debater são pessoas academicamente desqualificadas. Dawkins só tem duas opções: enfiar a viola no saco e continuar com a pecha de covarde, ou aceitar e debater o prof. Dr. Craig.”
A posição de Dawkins em 2003: “The question of who would ‘win’ such a debate is not at issue. Winning is not what these people realistically aspire to. The coup they seek is simply the recognition of being allowed to share a platform with a real scientist in the first place. This will suggest to innocent bystanders that there must be material here that is genuinely worth debating, on something like equal terms” (Richard Dawkins, “Creating such a fuss about nothing”, Times 2, 28 janeiro de 2003).