quinta-feira, maio 26, 2011

Embrião se move dentro do ovo em busca de calor


Pesquisadores da Universidade de Sydney, na Austrália, descobriram que embriões de tartarugas da espécie Pelodiscus sinensis são capazes de se mover em direção a uma fonte térmica mesmo estando dentro de seus ovos. O comportamento dos 800 embriões analisados em laboratório imita animais adultos como os jacarés, que se prostram sob o sol para aquecer o sangue e se enquadram entre os animais ectotérmicos – ou de “sangue frio”. Os embriões se moveram no interior dos ovos em direção a um aquecedor instalado no exterior das cascas. Conforme os cientistas alteravam a posição do aparelho, verificavam que os embriões “seguiam” a fonte de calor. Segundo o pesquisador Rick Shine, esse comportamento pode se justificar porque o aumento da temperatura os ajuda a nascer mais cedo ou por trazer benefícios à saúde das tartarugas. O que os cientistas não fazem ideia é como os embriões conseguem se mover dentro de seus ovos mesmo não tendo patas.

(Folha.com)

Nota: A matéria não menciona, mas é bom lembrar que os cientistas também não fazem ideia de outra coisa: Como esses comportamentos vitais e instintivos se desenvolveram ao longo de supostos milhões de anos, se, para garantir a sobrevivência da espécie, deviam funcionar bem desde o início? Nas páginas 65 e 66 do meu livro A História da Vida, menciono alguns exemplos de instintos e a dificuldade que eles levantam para a teoria da evolução. “Os instintos (hibernação, estivação, sobrevivência, etc.) são mais desenvolvidos em criaturas mais simples e seriam inúteis se não fossem perfeitos desde o início”, escrevi. Em outro momento, devo falar sobre a complexidade irredutível do ovo.[MB]