quarta-feira, maio 25, 2011

Amadurecendo

O ser humano é engraçado, para não dizer estranho. Lembro-me – e lembro-me muito bem – de que quando era criança eu tinha um desejo inexplicável de ser grande, moça (ou “poça”, como eu dizia ao meu irmão quando ele me provocava alegando que eu era uma criança). Logo se vê que eu era quase um bebê, pois mal sabia falar. Aos 15 anos, tive minha primeira filha e almejava chegar aos meus 20, ou, pelo menos, parecer mais velha, para não receber tantos olhares sobressaltados por já ter uma filha quando ainda dispunha de rosto e corpo de adolescente.

Bem, agora deparo-me com meus 35 anos de idade – sim, nasci em 25 de maio, há 35 anos. E, naturalmente, no início de maio, nem havia me dado conta de que faria aniversário já neste mês. Mas como isso pôde acontecer? Quando era criança, eu contava os meses, semanas, dias no calendário para a chegada do tão sonhado momento!

Imaginava quão bom seria ser mais madura, e hoje nem quero pensar como será ter de suportar as marcas de expressão que começarão a surgir no meu rosto.

Para mim, está óbvio que não nos acostumamos com a ideia e nem gostamos de envelhecer. E ninguém me convence com esses termos fabricados para maquiar um acontecimento nada desejado, como “melhor idade”.

E há quem diga que envelhecer é natural, faz parte do ciclo da vida – nascer, envelhecer e morrer. Mas, me desculpe quem inventou isso, se envelhecer fosse tão natural, não seria desconfortante como é.

Natural ou normal seria amadurecer belo e são, conservando a mesma qualidade física e psíquica impressa pelo Criador quando da nossa concepção. Mas isso só desfrutaremos após a vinda de Jesus.

Enquanto isso, neste mundo, a mim cabe viver com alegria, desfrutando da companhia gostosa das pessoas a quem amo e cuidar da minha saúde para envelhecer da melhor maneira, enquanto aguardamos a próxima vida.

Isso sem esquecer de agradecer a Deus pelos meus 35 anos saudáveis e felizes, pelas bênçãos recebidas em toda essa jornada e pelo fato de estar aqui, envelhecendo, pois foi Ele quem permitiu isso – permitiu que eu viesse ao mundo através do ventre de minha querida mãe e fizesse diferença, ao menos para aqueles que me rodeiam e que fazem parte da minha vida.

(Michela Borges Nunes é advogada em Criciúma, SC)

Obs.: Na foto acima, estou (de roupa branca e verde) com minha mãe e irmãos na Serra do Rio do Rastro (SC), antes de a estrada ter sido pavimentada. Faz tempo...

Leia também: "Por que sentimos saudade?"