Uma equipe de pesquisadores em Lund, na Suécia, descobriu material biológico importante no fóssil de um lagarto varanoide extinto (um mosassauro) que vivia nos ambientes marinhos durante os anos do Cretáceo Inferior. Utilizando tecnologia de ponta, os cientistas foram capazes de associar as moléculas proteináceas a fibras ósseas matriz isoladas de um fóssil de 70 milhões de anos [seguindo a cronologia evolucionista] – isto é, eles encontraram restos genuínos de um animal extinto enterrado na rocha.
Fibras ósseas matriz em osso de mosassauro: (a) Preparação histológica que revela como as fibras circundam o duto vascular. (b) Foto que revela as fibras delineadas. (c) Detalhe da preparação histológica mostrando as fibras encapsuladas em bioapatita. (d) Mancha (azul) histoquímica revelando que as fibras contêm material biológico.
Os mosassauros são um grupo de lagartos varanoides extintos que viviam em ambientes marinhos durante o Cretáceo Inferior (aproximadamente 100-65 milhões de anos atrás [idem]). Com sua descoberta, os cientistas Johan Lindgren, Per Uvdal, Anders Engdahl e os colegas demonstraram que os resíduos de colágeno do tipo I, uma proteína estrutural, estão retidos em um fóssil de mosassauro. O colágeno é a proteína dominante em ossos.
Os cientistas aplicaram um espectro amplo de técnicas sofisticadas para alcançar os resultados. Os cientistas usaram microespectroscopia de radiação síncrotron baseada no infravermelho no Laboratório MAX, em Lund, sudeste da Suécia, para revelar aminoácidos contendo resíduos materiais em tecidos fibrosos obtidos de um osso de um mosassauro. Além da microespectroscopia de radiação síncrotron baseada no infravermelho, a espectrometria de massa e análise de aminoácidos foi realizada.
Anteriormente, outras equipes de pesquisadores identificaram peptídeos derivados de colágeno em fósseis de dinossauros baseados, por exemplo, em análises de espectrometria de massa de todo os extratos ósseos.
A presente pesquisa fornece evidência convincente que sugere que as biomoléculas recuperadas são primárias e não são contaminantes de biofilmes bacterianos recentes ou de proteínas do tipo colágeno.
Além disso, a descoberta demonstra que a preservação de tecidos moles primários e de biomoléculas endógenas não está limitada a ossos de grande tamanho em ambientes fluviais de arenito, mas ocorre também em elementos de tamanho relativamente pequeno de esqueletos depositados em sedimentos marinhos.
(Johan Lindgren, Per Uvdal, Anders Engdahl, Andrew H. Lee, Carl Alwmark, Karl-Erik Bergquist, Einar Nilsson, Peter Ekström, Magnus Rasmussen, Desirée A. Douglas, Michael J. Polcyn, Louis L. Jacobs. “Microspectroscopic Evidence of Cretaceous Bone Proteins.” PLoS ONE, 2011; 6 (4): e19445 DOI: 10.1371/journal.pone.0019445; via Desafiando a Nomenklatura Científica)
Nota: Alguns anos atrás, foram encontrados tecidos moles em fósseis de T-Rex, o que causou grande rebuliço (relativamente abafado na grande imprensa), já que não era de se esperar esse tipo de tecido preservado em fósseis com supostos milhões de anos. Uma das possibilidades (desculpa?) aventadas então foi a de que teria havido algum tipo de contaminação por biofilmes bacterianos e que as biomoléculas não seriam primárias. Agora, nessa nova descoberta em Lund, os próprios pesquisadores já adiantaram não se tratar de contaminantes de biofilmes bacterianos recentes ou de proteínas do tipo colágeno; as biomoléculas recuperadas são primárias. Que tipo de “explicação” darão desta vez?[MB]
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