Risco nem sempre calculado |
O
HPV está associado não apenas ao câncer de colo de útero, mas também a cânceres
de outros órgãos como pele, boca, faringe, laringe, esôfago, pulmão, cólon,
reto e ovários. Agora, uma equipe internacional de cientistas demonstrou a
presença do DNA do HPV em um grande número de cânceres da mama. A equipe
multidisciplinar, que inclui médicos, biólogos e bioquímicos da Universidade
Federal do Ceará (UFC), detectou a presença de DNA do Papilomavírus Humano
(HPV) em 59% das 71 amostras de tecido mamário com câncer analisadas. O
HPV tem sido associado ao câncer de colo de útero, embora uma conexão causal
não tenha ainda sido demonstrada de forma inequívoca. Essa associação foi a
principal fundamentadora da atual vacina contra o HPV, que tem dividido os
especialistas.
“Se,
realmente, o HPV tiver, também, um papel importante na gênese do câncer
mamário, se poderia esperar, dentro de 10 a 15 anos, uma significativa queda
nas estatísticas de casos positivos para o câncer mamário - em razão justamente
da vacinação”, comenta José Roosevelt Cavalcante, um dos autores do trabalho.
A
vacina ofertada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde protege contra os
subtipos 16 e 18, associados com cerca de 70% dos casos de câncer do colo do
útero, e contra os subtipos 6 e 11, associados com 90% das verrugas
anogenitais.
Este
estudo representa um grande avanço na orientação da linha de investigação das
causas do câncer de mama em nível mundial porque acrescenta uma
dimensão da doença que não tinha sido vislumbrada em outras pesquisas.
As
amostras analisadas pela equipe provêm de biópsias mamárias, enquanto as
amostras de mamas normais, os casos-controle de comparação, foram oriundas de
mamoplastias redutoras estéticas. A faixa etária das mulheres era de 27 a 97
anos, para os casos de carcinoma, e de 24 a 84 anos para os casos de mamas
normais.
O
câncer de mama é o que mais mata no Brasil. Entre os anos 2003 e 2013, segundo
o Atlas de Mortalidade por Câncer no Brasil, publicação do Ministério da Saúde
e do Instituto Nacional do Câncer (Inca), mais de 130 mil pessoas tiveram a
morte causada por ele.
Nota:
Esse é mais um motivo para se repensar o estilo de vida adotado por muitos
jovens e promovido insistentemente pela mídia de modo geral. Os riscos não
compensam! Preservativos e vacinas não protegem totalmente contra as DSTs. O
HPV pode ser pego, inclusive, pelo contato com as áreas íntimas, como a virilha.
O único sexo realmente seguro é o marital, monogâmico, praticado entre duas
pessoas que souberam esperar pelo momento, o contexto e a pessoa certos. Fora
disso, é por conta e risco dos que não sabem esperar. [MB]