História da carochinha pré-histórica |
A
revista Veja da semana passada
publicou a reportagem “Adeus aos grandes, é a vez dos pequenos!”, sobre um novo
padrão estético que predomina nas clínicas de cirurgia plástica: o uso de
próteses de silicone em tamanho menor. A matéria segue por aí, mencionando,
inclusive, atrizes que retiraram próteses grandes e as substituíram por pequenas.
Mas o que chamou minha atenção não foi o assunto da reportagem, em si. Foi seu
último parágrafo: “A maioria dos mamíferos só
desenvolvem seios durante o aleitamento dos filhotes. Os humanos são a exceção,
com peitos salientes desde a adolescência. Uma das explicações mais aceitas
para essa fascinante particularidade é o fato de os seios servirem de atrativo
sexual. Na pré-história, antes da descoberta do fogo, o homem muitas vezes
dependia do tato para escolher uma parceira dentro das cavernas escuras. Os
seios, portanto, seriam primordiais. Eles ainda o são e sempre serão – com ou
sem silicone. E independentemente do tamanho.”
Tem horas, quando leio certas coisas, que tenho vontade de me beliscar para ver se estou acordado. Em primeiro lugar, esse parágrafo final é totalmente dispensável e serve apenas para reforçar a doutrinação evolucionista. Está fora de contexto. Imagine se o repórter terminasse assim sua matéria: “A maioria dos mamíferos só desenvolvem seios durante o aleitamento dos filhotes. Os humanos são a exceção, com peitos salientes desde a adolescência. Uma das explicações mais aceitas para essa fascinante particularidade é o fato de os seios servirem de atrativo sexual. Deus não criou o homem e a mulher apenas para procriar. Ele os criou para se unir numa relação de amor. E criou o sexo também para dar prazer aos cônjuges. Criou o homem para considerar a mulher esteticamente atraente e a mulher para considerar o homem esteticamente atraente. E é exatamente isso o que ocorre.”
Tem horas, quando leio certas coisas, que tenho vontade de me beliscar para ver se estou acordado. Em primeiro lugar, esse parágrafo final é totalmente dispensável e serve apenas para reforçar a doutrinação evolucionista. Está fora de contexto. Imagine se o repórter terminasse assim sua matéria: “A maioria dos mamíferos só desenvolvem seios durante o aleitamento dos filhotes. Os humanos são a exceção, com peitos salientes desde a adolescência. Uma das explicações mais aceitas para essa fascinante particularidade é o fato de os seios servirem de atrativo sexual. Deus não criou o homem e a mulher apenas para procriar. Ele os criou para se unir numa relação de amor. E criou o sexo também para dar prazer aos cônjuges. Criou o homem para considerar a mulher esteticamente atraente e a mulher para considerar o homem esteticamente atraente. E é exatamente isso o que ocorre.”
Outra peculiaridade humana é a inexistência do cio, o que evidencia
uma vez mais que o sexo, nos humanos, não foi feito simplesmente para
procriação, sendo uma resposta a instintos previamente programados. Em nós, o
sexo é algo muito mais complexo. Mais belo.
O autor do artigo da semanal afirma que,“na pré-história,
antes da descoberta do fogo, o homem muitas vezes dependia do tato para
escolher uma parceira dentro das cavernas escuras. Os seios, portanto, seriam
primordiais.” Não sabemos muita coisa sobre como os seres humanos funcionam
hoje em dia, mas alguns se atrevem, com base apenas em especulação, a afirmar
coisas sobre comportamentos ancestrais. E a ficção é aceita sem questionamento.
Não seria mais fácil esse “homem das cavernas” apalpar entre as pernas do candidato ao acasalamento? Caso não fosse mulher,
bastaria grunhir um “ops!”, e partir para o outro (ou outra).
Histórias da carochinha pré-histórica sempre terão espaço
nas revistas seculares. A versão criacionista jamais, porque é “mito”.
Michelson
Borges