Vantagem nenhuma |
Ao
mesmo tempo em que a Medicina avançou muito no século 20, ela também cometeu
atrocidades ao abraçar o dogmatismo evolucionista. Milhares de pacientes “tratados”
com os princípios médicos darwinianos sofreram desnecessariamente,
experimentando confusão, cirurgias dolorosas e desumanas e até mesmo a morte.
Um dos exemplos e o mais notório dentre eles foi a defesa médica da promoção e
prática de eugenia. A eugenia surgiu de uma missão em melhorar a composição
genética geral da raça humana por meio de experiências científicas nas quais os
médicos eugenistas selecionavam e produziam biologicamente pessoas “superiores”,
ao forçar a eliminação de “defeitos” genéticos por esterilização, aborto ou
eutanásia de pessoas “inferiores”. Essa prática se originou da “medicina
darwiniana”.[1] Muitas vidas foram destruídas durante a primeira manifestação
em grande escala a partir da crença de Charles Darwin de que “as raças
civilizadas do homem quase certamente exterminariam e substituiriam as raças
selvagens em todo o mundo”.[2: p. 241-242]
Os
métodos eugenistas utilizados ganharam destaque científico e serviram como um
protótipo para a introdução de ideias evolucionistas na medicina.[3] Foram
criadas publicações científicas, tais como o Annals of Eugenics e o Eugenics
Quarterly, a partir de fóruns de discussão intelectual com revisão por
pares. As principais revistas de ciência da época também promoveram a
eugenia. Aos defensores da medicina darwiniana foram dadas altas honras
acadêmicas, enquanto os dissidentes foram marginalizados.
Essas
ações deram à eugenia uma aparência de respeitabilidade científica, seguida de
aceitabilidade médica. Qual foi o resultado? Somente nos Estados Unidos,
mais de 70 mil vítimas foram esterilizadas, incluindo oito mil procedimentos em
Lynchburg, Virginia.[4] Em muitos outros países, como o genocídio dos
Hereros (povo que habita a Namíbia) e mais notoriamente na Alemanha, incontáveis
pessoas sofreram os horrores da eugenia.[5, 6]
Portanto,
a medicina darwiniana esteve diretamente a serviço do Nazismo, e muitos
cientistas médicos seguiram Hitler sem resistência.[7, 8] Mas por que
a evolução está ausente nos pensamentos e práticas dos médicos
modernos? A literatura relata que, “quando os horrores nazistas foram
divulgados no fim da II Guerra Mundial, as publicações científicas
sobre evolução e medicina cessaram de repente”.[9: p. 1.801]
E
o que dizer do conceito de órgãos vestigiais? Por causa do livro The Descent of Man, de Darwin, e da
subsequente medicina darwiniana, que considerou órgãos perfeitamente saudáveis
como rudimentares e inúteis, a ciência estagnou e/ou regrediu durante décadas.[3]
Milhares de órgãos foram extirpados “profilaticamente”! Somente hoje a função
de muitos desses órgãos é reconhecida cientificamente.
Entretanto,
ignorando o histórico médico darwiniano, alguns cientistas neodarwinistas ainda
hoje alegam que a Medicina seria “impossível” sem uma profunda crença na teoria
da evolução.[10, 11] Aliás, é visível o desespero da comunidade científica
representada principalmente por biólogos evolucionistas na tentativa de trazer
a Medicina de volta para o seu lado, e até mesmo em discipliná-la rigorosamente
na forma como se deve aprender, quando se deve aprender e como se deve aprender.[9,
10]
Biólogos
neodarwinistas defendem a introdução de uma nova disciplina no curso de
Medicina: medicina darwiniana.[9, 10] Eles oferecem garantias de que a aplicação
de princípios evolutivos para o cenário atual da saúde pública não deve ser
temida, porque, eles escrevem, “novas abordagens evolutivas para a medicina são
quase inteiramente desconectadas desses movimentos anteriores”. [9: p. 1.801] Dois
proponentes do neodarwinismo, George Williams, da Universidade Estadual de
Stony Brook, e Randolf Nesse, da Universidade de Michigan, afirmam: “Biologia
Evolutiva [...] não tem sido enfatizada nos currículos médicos. Isso é
lamentável porque novas aplicações de princípios evolutivos para problemas
médicos mostram que os avanços seriam ainda mais rápidos se os profissionais
médicos estivessem tão sintonizados com Darwin como têm sido com Pasteur.”[12:
p. 2]
No
entanto, é provável que os autores desconheçam o fato de que as contribuições
de Louis Pasteur para a Medicina foram completamente independentes de hipóteses
evolutivas.[3] Ele dirigiu a investigação em áreas que têm inegavelmente
salvado milhões de vidas, ao contrário das explicações insignificantes da
abordagem darwinista. Outro exemplo é o de Paul Sherman, biólogo evolucionista
da Universidade de Cornell, o qual analisa se os sintomas são “adaptações
úteis” ou verdadeiras patologias. Ele diz que “uma febre ligeira [...] é muitas
vezes a resposta natural do organismo à infecção. Estudos mostram que uma
febre leve induz a um tempo de recuperação mais rápido. [...] Com esse
conhecimento, [...] um médico pode sugerir que uma febre leve pode ser vencida [sozinha]
como a cura mais facilitada para uma doença. [...] [Sherman] observou que a abordagem
da medicina darwiniana é um acréscimo à caixa de ferramentas do médico para
oferecer uma ampla gama de tratamentos, incluindo aconselhamento de um paciente
em alguns casos, para ajudar o [próprio] sistema evoluído do corpo a fazer a
cura”.[13]
As
teorias darwinianas “inovadoras” sobre a doença incluem: (1) o daltonismo
ligado ao X evoluiu para ajudar os caçadores masculinos paleolíticos a enxergar
camuflagem; (2) a coceira associada a picadas de insetos evoluiu para que as
pessoas evitassem ser mordidas; (3) a miopia pode ser resultado de uma
interação entre genes e de uma característica do trabalho próxima de sociedades
alfabetizadas; (4) salivação, lacrimejamento, tosse, espirros, vômitos
(particularmente “doença matutina”), e diarreia evoluíram para expulsar
substâncias nocivas e agentes microbiológicos; e (5) repugnância natural dos
seres humanos para com lixo, fezes, vômito e purulência é uma defesa evoluída
contra o contágio.[14, 15]
Como
pode ser visto, a medicina darwiniana não acrescenta nada à caixa de
ferramentas do médico. Por exemplo, o único aspecto darwiniano para a
interpretação de Sherman acerca da interação febre-infecção observada é a
suposição inexplicável de que a febre é uma resposta evoluída.[3] Tais
explicações falham diante dos padrões científicos aceitos, visto que não podem
ser testadas. Mesmo aquelas observações benéficas putativas da seleção natural,
tais como a resistência bacteriana aos antibióticos, a vantagem heterozigota da
doença falciforme na resistência à malária e a deficiência da enzima G6PD que
causa anemia hemolítica, mas também oferece proteção contra a malária, não são
baseadas em medicina darwiniana, mas foram observadas por meio das ciências
básicas relevantes de microbiologia e genética molecular.
É
também importante notar que nenhuma das explicações darwinianas integra (muito
menos são baseadas em ensaios) a filogenia ou o desenvolvimento evolutivo
físico real do próprio organismo.[3] Hipóteses evolucionistas sobre a
fisiologia humana são notoriamente difíceis de investigar, dados os longos períodos
de geração dos seres humanos.[16] Essa falha, juntamente com necessidades
acrescidas de ensinar uma nova pesquisa médica, se dá, possivelmente, porque a
medicina evolutiva foi deixada de fora dos currículos das escolas médicas norte-americanas.[3] “Adicione
a isso o fato de que o campo não conseguiu até agora fornecer resultados
clinicamente úteis, e você verá por que as escolas de medicina não têm interesse”,
admitiu o proponente da medicina evolutiva Stephen Lewis.[16]
Mas
não se engane! Stephen Lewis não é o único a admitir a falta de utilidade da
teoria que ele próprio defende. O biólogo neodarwinista Jerry Coyne também afirmou
na revista Nature: “Verdade seja
dita, a [teoria da] evolução não tem produzido muitos benefícios práticos ou
comerciais. Sim, a bactéria evolui resistência aos medicamentos e, sim, nós
devemos tomar medidas defensivas, mas além disso não há muito o que
dizer. A [teoria da] evolução não pode nos ajudar a predizer quais novas
vacinas fabricar, porque os micróbios evoluem de modo imprevisível. Mas a [teoria
da] evolução não ajudou a guiar o melhoramento do cruzamento animal e de plantas? Não
muito. A maioria do melhoramento do cruzamento de plantas e animais
ocorreu muito antes de nós sabermos qualquer coisa sobre a [teoria da] evolução,
e isso veio pelas pessoas que seguiram o princípio genético de que ‘os
semelhantes geram semelhantes’. Mesmo hoje, como seus praticantes admitem,
o campo da genética quantitativa tem sido de pouco valor em ajudar a melhorar
as variedades. Os avanços futuros quase que certamente virão dos
transgênicos, que não são de jeito nenhum baseados na [teoria da] evolução.”[17:
p. 984]
No
entanto, até mesmo a resistência bacteriana ao antibiótico a qual Coyne se
refere não tem nada a ver com a macroevolução. Na verdade, a suposição de
que as características de resistência têm realmente evoluído em patógenos é
errônea.[18] A resistência aos antibióticos envolve a seleção natural e o
embaralhamento genético de genes que a bactéria já possui. É por isso que
a resistência aos antibióticos em uma população de bactérias pode se desenvolver
rapidamente, sem a necessidade de milhões de anos. Além do mais, bactérias que
exibem um crescimento mais rápido e um aumento na capacidade competitiva das
cepas (metabolização de citrato na ausência de oxigênio ou resistência a
antibióticos, por exemplo) também apresentam custo de fitness, ou seja, perda de informação genética devido à ocorrência
de acúmulo de mutações deletérias, o que resulta em diminuição de seus genomas.[19,
20]
Entretanto,
sabemos que contra fatos não há argumentos. Sendo assim, em 2007 uma pesquisa
norte-americana realizada pelo Seminário Teológico Judaico, em âmbito nacional,
analisou 1.472 médicos e descobriu que 38% deles acreditam que os seres humanos
evoluíram naturalmente, sem envolvimento sobrenatural. Por outro lado, do total
de entrevistados, 34% acham que uma inteligência superior desempenhou um papel
na origem dos seres humanos.[44] Essa é uma parte muito significativa dos
médicos que apoiam o design
inteligente. Além disso, metade dos médicos pesquisados acredita que as
escolas deveriam ser autorizadas, mas não obrigadas, a ensinar a teoria do design inteligente (TDI).
Diante
desses resultados, alguns neodarwinistas se adiantaram em argumentar que médicos
não são cientistas. Para David Gorski, cirurgião e pesquisador da Universidade
Estadual de Wayne, por exemplo, “a maioria dos médicos não são cientistas. Isso
não é uma crítica negativa, mas eles são mais parecidos com os engenheiros”.[45]
Será mesmo? Como vimos anteriormente, cientistas médicos fizeram parte dos
principais avanços da história da ciência médica, e olha que nessa compilação
nem mesmo de longe se encontram os principais contribuintes. Para conhecer mais
cientistas que fizeram a diferença nas ciências médicas, sem, no entanto, se
utilizar dos princípios evolutivos, sugiro a leitura do livro de Henry Morris, intitulado Men of Science, Men of God: Great
Scientists Who Believed the Bible.
Percebemos
em sua fala que Gorski tenta justificar sua afirmação com uma tentativa de
compensação, comparando médicos a engenheiros. Mas consideremos sua afirmação
por um breve momento. Para os proponentes do design inteligente, exercer uma rotina diária e estafante é algo
que os biólogos evolucionistas nunca fazem.[46] A responsabilidade do
médico ou do engenheiro é manter, desenvolver ou construir sistemas complexos,
mesmo a partir do zero, sistemas estes que devem operar de forma contínua, sem
falha. Se o sistema falhar, então o médico ou o engenheiro fracassou em
seu trabalho. Nesse sentido, os resultados de uma falha podem ser fatais –
para o paciente na mesa de operações ou para o passageiro do avião, por exemplo.
Para
Michael Egnor, neurocirurgião do Departamento de Pediatria da Universidade
Stony Brook e proponente do design
inteligente, “se você precisou de tratamento para um tumor no cérebro, sua
equipe médica iria incluir um físico (que projetou a ressonância magnética que
diagnosticou o tumor), um químico e um farmacologista (que fizeram o
medicamento para tratá-lo), um engenheiro e um anestesista (que projetaram e usaram
a máquina que lhe dá a anestesia), um neurocirurgião (que fez a cirurgia para
remover seu tumor), um patologista (que estudou o tumor sob um microscópio e determinou
que tipo de tumor era), e as enfermeiras e oncologistas (que cuidaram de você
para que se recuperasse e garantissem que o tumor não voltaria). Não
haveria biólogos evolutivos em sua equipe”.[47]
Portanto,
em um ponto os neodarwinistas estão certos: os médicos não precisam da teoria
da evolução. Segundo o Pacific Standard, “embora os médicos usem muitos insights da Biologia, muitos realmente
não precisam entender ou acreditar na evolução corretamente para fazer seus
trabalhos”.[45] Para Gilbert Omenn, médico e pesquisador da Universidade de
Michigan, “cuidados médicos de rotina não requerem um monte de pensar sobre a
biologia subjacente ou a evolução”. Ele acrescenta que “o porquê e até mesmo a
forma como [se dá tal processo] não são essenciais, se você tem [um bom
conjunto] de evidências publicadas de algo que funciona e você já viu isso
funcionar em alguns de seus pacientes; então, é suficiente para tentar ajudar seu
paciente no melhor que puder”.
Como
podemos perceber, está claro que a medicina darwiniana é uma farsa! Nenhum
prêmio Nobel de medicina já foi concedido para o trabalho na biologia
evolutiva. Por muito tempo ela se ergueu sobre os ombros de verdadeiros pesquisadores,
se apropriou dos principais insights médicos
e, em seguida, afirmou que eram seus, enquanto desviava grandes quantidades de dinheiro
para longe da boa e significativa pesquisa médica.[3] O legado das ideias de Darwin
para a Medicina é irrelevante e desastroso.
Além
do desperdício de tempo, talento e recursos da comunidade médica, o legado mais
duradouro de Darwin para esse campo é e sempre será o sofrimento de milhares de
pessoas a quem a Medicina foi originalmente concebida para curar. Que a
Medicina, como a conhecemos hoje permaneça fiel à ciência empírica, distante
dos caminhos escuros os quais passaram ao domínio do dogmatismo evolucionista.
(Everton Alves)
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