quinta-feira, agosto 27, 2015
ciência
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Aumentam os retracts |
Observação
e formulação de hipótese, realização de testes e experimentos, compilação e
interpretação dos resultados, construção de teoria, redação de artigo, análise
dos pares, publicação em um periódico reconhecido e replicação. Um breve resumo
do método científico moderno mostra o rigor que as pesquisas devem seguir.
Mesmo assim, a expansão da pesquisa veio acompanhada de uma explosão no número
de estudos retirados da literatura, seja por erros sistemáticos ou de
modelagem, má conduta ou mesmo má-fé, formada pela infame trinca plágio,
manipulação e fraude. Um levantamento da revista Nature mostrou que, só na primeira década deste século, o índice de
anúncios dos temidos retracts,
palavra em inglês que define o envio dos artigos para o esquecimento dos anais
da ciência, multiplicou-se por dez, muito acima da alta de 44% na produção
científica. Para além de apenas manchar ou destruir reputações, os casos de
fraude são os que mais preocupam os especialistas por colocar em risco o
próprio futuro da ciência, tanto pela má distribuição dos já limitados recursos
investidos em pesquisas quanto por minar a confiança da sociedade nos seus
cientistas, o que pode se traduzir em ainda menos investimentos. [Continue lendo]
Nota do químico da
Unicamp Dr. Marcos Eberlin: “Sou um grande fã da ciência, minha
casa e minha vida (profissional), e respeito muito os muitos que tentam
contribuir por meio dela, com sinceridade, para uma sociedade e um mundo melhores
- eu faço o que posso -, e jamais venderia a minha ‘alma’ por um artigo que
fosse, pois dou contas, sobretudo, a um Deus que tudo vê e tudo sabe, e é bom,
mas justo. Lembrei-me do versículo “maldito o homem que confia no homem”, e de
tantos artigos que leio, às vezes na Nature,
Science e outras, sobre provas
da ‘coisa horrorosa’. Lembrei-me de elos perdidos, vida em sopa escaldante,
dinos & canários, semelhança genética... a foto acima me lembrou dos
embriões de Haeckel,
sem falar das mariposas de Manchester, dos bicos de tentilhões. Olha o estrago
à ciência que uma cosmovisão equivocada tem feito. Se fossem todos retratados,
aí, caramba, a porcentagem de retracts
explodiria!”