Encenação polêmica |
A
Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) [votou] nesta quarta-feira (19), em
regime de urgência, projeto de lei do deputado Fábio Silva (PMDB) que prevê
multa de até R$ 270 mil para quem ridicularizar qualquer aspecto religioso. O
projeto de lei 540/2015, em seu artigo 1º, diz: “Fica proibido em todo
território do Estado do Rio de Janeiro, durante manifestações públicas,
sociais, culturais e/ou de gênero, a satirização, ridicularização e/ou toda e
qualquer outra forma de menosprezar ou vilipendiar dogmas e crenças de toda e
qualquer religião.” Segundo o artigo, são entendidas como ofensa à crença
alheia condutas como:
-
Encenações pejorativas, teatrais ou não, que mencionem ou façam menção a
atributo e/ou objeto ligado a qualquer religião;
- Distribuição de toda e qualquer forma impressa com imagens ou charges que visem a ridicularizar, satirizar ou menosprezar a crença alheia;
- Vinculação de religião ou crença alheia a imagens e/ou toda e qualquer outra forma de cunho erótico;
- Utilização de todo e qualquer objeto vinculado a qualquer religião ou crença de forma desrespeitosa ao dogma.
- Distribuição de toda e qualquer forma impressa com imagens ou charges que visem a ridicularizar, satirizar ou menosprezar a crença alheia;
- Vinculação de religião ou crença alheia a imagens e/ou toda e qualquer outra forma de cunho erótico;
- Utilização de todo e qualquer objeto vinculado a qualquer religião ou crença de forma desrespeitosa ao dogma.
Segundo
o projeto de lei, caberá à Polícia Militar autuar as infrações. Os valores
decorrentes da arrecadação com as multas serão destinados ao reaparelhamento da
PM.
“O Brasil é um país pacífico, mas não podemos deixar que a falta de respeito se fomente no nosso país. Discordar da religião alheia é um direito, mas respeitar a fé alheia, mesmo não concordando, é um dever, uma obrigação”, diz o deputado, que é filho do pastor, empresário e ex-deputado Francisco Silva.
“O Brasil é um país pacífico, mas não podemos deixar que a falta de respeito se fomente no nosso país. Discordar da religião alheia é um direito, mas respeitar a fé alheia, mesmo não concordando, é um dever, uma obrigação”, diz o deputado, que é filho do pastor, empresário e ex-deputado Francisco Silva.
Na
justificativa para colocar o projeto de lei em votação, o deputado afirma que
no dia 8 de junho recebeu muitos telefonemas de pastores, amigos e eleitores
chocados com o episódio ocorrido na 19ª Parada do Orgulho LGBT, realizada no
dia anterior em São Paulo, em que uma transexual encenou a crucificação de Jesus como protesto contra agressões sofridas por homossexuais. Segundo o
deputado, houve a cobrança de uma solução para que tal situação não aconteça no
Estado do Rio.
“A
19ª Parada do Orgulho LGBT, realizada em São Paulo, chocou o país como um todo.
Não só pela passeata em si, mas pelo desrespeito e intolerância religiosa que
ficou evidente na infeliz encenação da crucificação de Jesus por um transexual.
Busquei regulamentar via legislação estadual tal fato, de forma que todos,
concordando ou não com a crença alheia, obrigatoriamente se respeitassem. Daí
surgiu a ideia de fomentar no Estado do Rio, mesmo que através de sanções, o
respeito e a tolerância religiosa”, explicou.
Fábio
Silva lembrou ainda o atentado ao jornal satírico francês Charlie Hebdo, em janeiro. “O insulto à crença de um povo motivou
esse absurdo, que foi a morte de 12 pessoas”, ressaltou o deputado.
Na
terça-feira (18), em audiência pública na Alerj, foi apresentado relatório do
Centro de Promoção da Liberdade Religiosa & Direitos Humanos (Ceplir),
ligado à Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, que
informa que em dois anos e meio quase mil denúncias de casos de intolerância
religiosa foram registradas.
O
presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Alerj,
deputado Marcelo Freixo (PSOL), informou que vai pedir ao presidente da Casa,
deputado Jorge Picciani (PMDB), a implantação da Lei 5.931/11, que criou a
Delegacia de Combate aos Crimes Raciais e Intolerância.
Já o presidente da Comissão de Combate às Discriminações e ao Preconceito da Alerj, e autor da lei de 2011 que cria a delegacia especializada, o deputado Átila Nunes (PSL), afirmou que quase todo mês um ou dois casos de intolerância são registrados. “Temos um pequeno estado islâmico encravado no Rio de Janeiro”, disse. Segundo o presidente da Comissão de Combate a Intolerância Religiosa (CCIR), Ivanir dos Santos, até janeiro de 2016 a comissão vai finalizar um relatório, com o objetivo de fazer uma denúncia internacional.
Já o presidente da Comissão de Combate às Discriminações e ao Preconceito da Alerj, e autor da lei de 2011 que cria a delegacia especializada, o deputado Átila Nunes (PSL), afirmou que quase todo mês um ou dois casos de intolerância são registrados. “Temos um pequeno estado islâmico encravado no Rio de Janeiro”, disse. Segundo o presidente da Comissão de Combate a Intolerância Religiosa (CCIR), Ivanir dos Santos, até janeiro de 2016 a comissão vai finalizar um relatório, com o objetivo de fazer uma denúncia internacional.
Na noite do domingo, 14 de junho, a jovem Kayllane Campos, de 11 anos, foi atingida por uma pedra na Avenida Meriti, na Vila da Penha, Zona Norte do Rio, quando voltava de um culto de candomblé. O caso foi registrado como lesão corporal e no artigo 20, da Lei 7716 (praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional). No fim daquele mês, a menina foi recebida na sede da OAB pelo ministro da Secretaria de Direitos Humanos, Pepe Vargas, no Centro do Rio, e fez um pedido pela ação do poder público. Com mais de 35 mil assinaturas, o documento pede uma campanha para promover a liberdade religiosa.
Nota do leitor Lucas
Santana de Lima: “Apesar de inconstitucional em sua
origem, esse tipo de atitude demonstra em que direção a história segue antes
que Jesus volte. A maioria não compreende quais as terríveis consequências de
se aprovar leis como essas. Ellen White escreveu há mais de cem anos: ‘Os
adventistas do sétimo dia travarão a batalha pelo sábado do sétimo dia. As
autoridades nos Estados Unidos e em outros países se levantarão em seu orgulho
e poder, e farão leis para restringir a liberdade religiosa’ (Manuscrito 78,
1897). Ao atingir a liberdade religiosa que, a priori, visa a proteger o cristianismo (genericamente falando),
essas mesmas leis se tornarão obstáculo para que os adventistas, livremente,
continuem a pregar a segunda e a terceira mensagens angélicas. Acredito ser
clara a intenção do inimigo de Deus em influenciar a aprovação de leis
restritivas, não apenas à liberdade religiosa, mas também à liberdade de
expressão. Ele quer impedir que o povo de Deus dê o alto clamor! Portanto,
necessitamos buscar a Deus, pedindo paz e liberdade para que possamos concluir
Sua obra. O anjo poderoso que detém a ação dos quatro que retêm os ventos
exemplifica o que devemos requerer de Deus. Embora a notícia atinja
exclusivamente o estado do Rio de Janeiro, ela nos mostra o que está sendo
plantado no coração das pessoas.”