sexta-feira, agosto 14, 2015

Papa critica consumismo e defende o domingo

Condenação justa, dia errado
Durante a audiência geral desta quarta-feira (12), o papa Francisco criticou a cultura do consumismo que faz as pessoas se tornarem “escravas do trabalho”. “Não devemos ser jamais escravos do trabalho, mas sim senhores dele. Há um mandamento para isto, que atinge a todos, mas ao invés disso sabemos que há milhões de homens, mulheres e até crianças escravas do trabalho”, destacou. Voltando a criticar a cultura do consumismo, o Pontífice destacou que esse comportamento é “contra Deus e contra a dignidade humana”. “A obsessão pelo desenvolvimento e pela eficiência técnica colocam em risco os ritmos humanos da vida porque a vida tem seu próprio ritmo”, disse à multidão que acompanhava a celebração. “O tempo de repouso, sobretudo no domingo, é destinado a nós para que possamos aproveitar aquilo que não se pode comprar nem vender”, disse sobre o tempo em família. [Veja também aqui o vídeo em que ele defende o domingo como dia da família.]

Para Jorge Mario Bergoglio, a “ideologia do lucro” ataca apenas a questão de “fazer dinheiro e gastá-lo” como um “vírus maligno”. Comumente o líder da Igreja Católica critica a cultura do mundo moderno e diz que a cultura do descarte é um dos piores empecilhos para a justiça social no mundo.


Nota do amigo Filipe Reis, de Portugal: O título da notícia [na imagem ao lado], numa agência de notícias católica, atribui ao papa a afirmação: ‘Os domingos são um dom de Deus – não o estraguem.’ Essa ideia foi transmitida pelo pontífice romano durante a audiência geral de ontem, na qual ele destacou a importância do domingo como dia de descanso. Como já vem sendo hábito, o papa invocou o fato de ter sido o próprio Deus quem criou o dia de descanso no sétimo dia, que é o sábado. Mas, logo a seguir, aponta para o domingo como ‘um tempo de descanso particularmente importante’, pois ‘nele encontramos Deus’ [confira]. 

“Na publicação católica A Fé dos Nossos Pais, 47ª edição revista e ampliada, Baltimore: John Murphy & Co., 1895, p. 111, 112, o cardeal James Gibbons escreveu: ‘Você poderá ler a Bíblia do Gênesis ao Apocalipse, e não encontrará uma única linha autorizando a santificação do domingo. As Escrituras ordenam a observância religiosa do sábado.’ Por que razão, então, o mundo cristão observa o domingo como dia de descanso? Lemos no Catecismo Romano, edição 1.566, p. 440: ‘A Igreja de Deus, porém, achou conveniente transferir para o domingo a solene celebração do sábado.’

“Não se deixe enganar: o Deus da Bíblia ordena o descanso no sétimo dia, o sábado; o papa reclama esse atributo para o domingo, primeiro dia da semana. Agora você escolhe a quem reconhecer a autoridade: a da Bíblia ou a do papa...”